29.07.15
...desde o dia da escritura.
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29.07.15
...desde o dia da escritura.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.
27.03.15
Passaram-se meses desde a minha mudança de casa e tudo o que eu fiz neste blogue foi publicar dois posts: um sobre os primeiros meses na casa e outro a avisar que ia falar imenso sobre culinária. E depois não o fiz.
É interessante perceber a relutância que tenho tido em falar da minha casa desde que me mudei até que percebi o porquê: agora era realmente A MINHA CASA, o meu lar, o meu cantinho e, tal como tudo o que é meu (inclusivé eu mesma) pouco ou nada partilho online.
Até à mudança, a casa era um objecto da minha vida, um projecto, uma ideia cheia de ideias, um espaço externo para encher de mobília, desejos e ansiedades, de sonhos. Hoje, a casa é o meu dia-a-dia, sou eu e as minhas cenas, o meu cheiro e sim, já é uma amálgama de memórias. Percebi pois que, quanto mais a vida real me puxa, menos tempo online eu estou, menos partilho e menos apetece partilhar.
Vou tentar mudar isso em relação a este blog. Comecei pelo subtítulo: desaparece o "Desde procurá-la até habitá-la" e surge um novo: "Organizar // Procrastinar". Deveria meter também o "Cozinhar" mas não tenciono partilhar receitas. No máximo como me tenho organizado a fazer compras tendo apenas o plafond de um cartão de refeições para me alimentar. E a minha mãezinha.
A escolha parece óbvia para mim mas, para quem não a entende aqui vai uma pequena explicação: vivo constantemente entre episódios de grande euforia de organização e de procrastinação. É provável que organize, arrume, planeie mais no Verão e que não faça nada (porque nem pensar consigo com o frio que está) no Inverno.
Outra coisa: uso verbos de acção para me organizar. As pastas no meu computador, os favoritos no browser, os grupos de apps no telemóvel, tudo está categorizado por verbos: arrumar, comprar, cozinhar, decorar, ler, ver, socializar. Parece estranho mas comigo funciona bem. Por isso o subtítulo também é assim.
Espero partilhar boas ideias, os meus desastres e desventuras, o "hit and fail" desta vida. Nada é feito de forma perfeita à primeira e por isso tenta-se de novo.
11.09.14
Vinte e nove de Maio de 2014. Duzentas semanas (46 meses) depois da escritura da casa dormi a primeira noite na minha casa. Sozinha.
Sentimento dominante? Medo e dor.
Acho que, de tudo o que li e falei com outras pessoas, ninguém me disse que aqueles primeiros dias podiam (também ser) de medo e arrependimento. Eu nunca tinha adormecido sozinha numa casa antes. Como lidar com todos os pequenos ruídos desconhecidos? Como pode o corpo realmente repousar quando oiço os meus vizinhos a conversar até à 1h da manhã, alguém que chama nomes à namorada na rua às 4.30h ou a caixa multibanco que de vez em quando diz alto e bom som: "Retire o seu dinheiro!"?
E o colchão? OMD, porque não dei eu ouvidos a quem me disse com todas as letras "Não compres um colchão IKEA, é arrependimento na certa!"? Porque não o comprei eu pouco antes de me mudar para a casa, em vez de 5 meses antes, quando já não o podia trocar?
Porque é que o frigorífico faz aquele barulho, será que está a trabalhar bem? Não posso fazer máquinas de roupa à noite, o ruído é ensurdecedor. Porque é que os meus vizinhos não se deitam mais cedo? Porque é que as pessoas deixam os cães na varanda? É suposto o termoacumulador fazer barulho quando aquece a água? A cama range. O melhor seria trocar a fechadura da porta, outra vez. Deveria comprar um extintor?
Duas semanas.
Depois morri de exaustão. O cérebro limitou-se a desligar porque o corpo não aguentava mais. Voltei ao meu sonífero de eleição: os livros. Página e meia e apagava. Deixei de me preocupar com coisas que não adiantava nada em me preocupar com elas. Que tivesse uma divisão cheia de coisas não arrumadas. Se não tenho estantes, como posso arrumar os meus livros? Que se lixe que não tenho cortinados, só tenho que me relembrar de não voltar a ir apanhar roupa em trajes menores. Não tenho quadros pendurados ou paredes de outra cor que não o branco. Mas tenho dinheiro na conta e como chegar até ao fim do mês. O colchão e a cama ficaram. O primeiro porque o corpo cedeu, o segundo porque montei-a de novo. Sozinha.
Tenho o mínimo. O mínimo para viver sem me sentir miserável. O mínimo para viver os meus dias satisfeita. Sim, arrependo-me de algumas compras mas agora tenho de viver com elas.
E não é mau de todo. A casa que eu imaginei remodelar é diferente da casa que tenho hoje. Sei que está incompleta mas, mesmo assim, não é a casa que eu queria. Se o lamento? Não. Acho que as casas de quase todos nós são assim: pedaços aleatórios que podem ou não encaixar harmoniosamente num espaço. Sinto-me bem, principalmente quando me estico no sofá e não tenciono em me mexer mais até ir para a cama.
Há coisas que ainda não estão no sítio e isso também altera a minha dinâmica. Por exemplo, ter o computador na outra ponta da casa leva a que eu não passe tantas horas nele, ao serão.
Agora a cabeça ocupa-se com o jantar, a roupa, o chão limpo. Em fazer (ou não) todas essas coisas. E isso é bom. Gosto.
Já tenho menos medo. Só ainda não tenho é coragem de publicar fotos.
Nota: Uma das coisas que me lembrei enquanto falava com a AnaD foi que, apesar das coisas novas (cama, roupeiro, sofá e outros móveis) que tanto me custaram a adquirir, foi só quando meti as minhas coisas na casa, os meus objectos pessoais, os meus chinelos de sempre, que me senti realmente em casa.
09.03.13
Eu sempre soube que um dia voltaria a abrir um blogue pessoal nos blogues do SAPO. Só não sabia bem o quando e como.
Agora regresso com o meu "Diário da Casa", que mantinha desde 2010 no Posterous. Com o encerramento do Posterous a 30 de Abril, os actuais inquilinos da plataforma vêem-se obrigados a procurar novos lares para os seus blogues e aqui estou com o meu.
Não deixa de ser irónico que a mudança de plataforma acabe por acontecer antes da mudança real. Quem diria?
A mudança correu bem, graças à ferramenta de exportação que o Posterous disponibiliza. Depois foi só importar como se um blogue wordpress se tratasse.
O mais chato vem agora, os detalhes, os pormenorzinhos. A template encaixa bem mas sinto que está tudo desarrumado. Ter de arrumar 3 anos de blogue é simplesmente aborrecido mas terá de ser feito.
Por isso espero que, de hoje em diante, este blogue, que cheira a novo, neste "bairro" que bem conheço, possa continuar a ser o registo da minha história, desde comprar a minha casa, até habitá-la.
Até lá, fica aqui a foto do meu azevinho, o único habitante actual da casa real.
22.04.12
Apesar de o grande efeito apenas surgir nas 2 casas-de-banho e na cozinha a verdade é que todas as divisões foram afectadas, por causa da instalação electrica.
O chão que vêm no WC é o mesmo do corredor e da cozinha. O tom é tão indefinido que fica bem com os castanhos, azuis e cinzentos e acho que foi das minhas melhores compras. Os azulejos da cozinha foram os mais caros.
O móvel da casa-de-banho parecia que não ia ficar bem e depois ficou e neste momento pondero trocar o lavatorio da casa-de-banho pequena.
Ainda há muitas obras a fazer: quero cuidar ou trocar o chão dos quartos e pintar a casa. Até lá, este será o único habitante da casa.
22.04.12
Fez agora um ano que terminei as obras da minha casa. Estive a arrumar o blog, passei as imagens de inspiração para a decoração da casa para o Pinterest e deixei ficar apenas as entradas do diário. Foi aí que reencontrei as imagens que tinha tirado antes e decidi publicar as imagens de "antes" e "depois" das obras que já foram feitas.
31.07.11
24.07.11
24.04.11
Na 5ª feira à tarde terminou a obra do pedreiro, onde ele me devolveu a chave e eu fiz o pagamento. Ontem, armadas de detergentes, esponjas e afins, eu e a minha mãe fomos limpar a casa. Foi aí que eu dei por aqueles pequenos detalhes inacabados ou mal terminados. Não são muitos e não estou muito chateada porque o pedreiro disse logo que apitasse quando o visse mas aparentemente para a minha mãe e irmão quase que fui roubada.
Ainda por tirar está o betume dos azulejos, muito muito muito mesmo. É o que dá escolher castanho-escuro para os azulejos do wc.
O electricista vai passar por lá esta semana e terminar a parte dele. Combinámos que ele colocaria tudo como se estivesse terminado e quando avançar para a pintura (pelas minhas contas, não será já) ele remove novamente os espelhos das tomadas para não ficarem pintadas.
O mais interessante é que ainda mal terminei esta fase e a minha cabeça já está a fervilhar de ideias para a fase seguinte: decorar. E é aqui que certamente vou encontrar o meu maior desafio. Se é facto que terei de juntar dinheiro para a cozinha e para a pintura, será dramático conter os impulsos de comprar esta ou aquela peça para a casa. Vai me custar imenso passar os próximos meses apenas a juntar dinheiro, mesmo cujo objectivo seja ter a casa pintada e os móveis da cozinha.
Terá que ser porque um empréstimo está simplesmente fora de questão.
15.04.11
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