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Telma_txr

Mix de leituras, organização, tv, filmes, tecnologia e de mim, claro!

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11.12.11

SoullessLido em Inglês

Resumo:
Alexia Tarabotti é uma solteirona inglesa de ascendência italiana. Além disso não tem alma, pormenor que não a incomoda muito mas que significa que ela é um dos poucos prenaturais existentes em território britânico, capaz de neutralizar os poderes de qualquer vampiro, lobisomem ou fantasma. Por isso mesmo não é difícil Alexia meter-se em sarilhos com qualquer uma destas entidades sobrenaturais, dando muitas dores de cabeça a Lord Maccon, o macho Alfa da matilha de Lobisomens de Londres e chefe do BUR (Bureau of Unnatural Registry). Quando Alexia mata acidentalmente um vampiro dá-se início a uma investigação sobre o aparecimento destes vampiros mal vestidos e mal educados, o desaparecimento de vampiros e lobisomens solitários e uma sociedade secreta de cientistas com uma curiosidade científica muito pouco ortodoxa.

 


Expectativa: Não tinha grande expectativa (e talvez melhor assim). Apesar das boas opiniões de pessoas cujas opiniões valorizo pressenti que não seria bem o meu tipo de leitura de eleição.

Opinião:
Ora aqui está uma opinião difícil de escrever porque tanto adorei como detestei este livro, pelas razões que vou passar a explicar.
O primeiro impacto que tive com Soulless foi a linguagem. Já é um bocadinho complicado para mim ler em inglês (mas até me desenrasco relativamente bem) mas a autora tentou ser fiel ao que seria a linguagem dos ingleses do séc. XIX, recorrendo a vocabulário mais rebuscado e pouco usual. Por isso mesmo dei por mim a não perceber certas piadas e a ficar frustrada com isso. O tipo de humor é “nonsense” e que funciona muito bem sendo, sem dúvida, um dos seus pontos fortes. Tudo parece um pouco bizarro: uma senhora inglesa com vestidos elaborados a matar um vampiro com um acessório para prender o cabelo e fingir um desmaio para pouco depois beber uma chávena de chá enquanto fala com dois lobisomens.
A seguir é a criatividade. Apesar de retratar vampiros, lobisomens e outras entidades sobrenaturais integrados na sociedade (Olá Sangue Fresco!), esta é uma sociedade do séc. XIX, uma versão alternativa à nossa em que os sobrenaturais se revelaram ao mundo durante o Renascimento e por isso a sua tecnologia é mais desenvolvida para a época. A Gail Carringer conseguiu surpreender-me várias vezes, tanto com o conceito de “prenatural”, ou sem alma, ou por ter adoptado vampiros e lobisomens sob a sua forma mais tradicional: não podem ver o sol, animais noctívagos e que enlouquecem com a lua cheia. Também gostei bastante do mistério no livro que, apesar de pouco elaborado e até um pouco previsível apresentou-se como suficientemente interessante e diferente de outros que já tinha lido.
O que eu não gostei muito foi do romance. Porque este livro é, na sua forma mais simples, um livro de literatura romântica. Um daqueles muito fraquinhos e cheios de clichés que me fazem ranger os dentes.
Alexia é o cliché de “menina inteligente e feia”: por ser inglesa mas de ascendência italiana tem um nariz aquilino e a pele mais escura, deixando-a de fora dos padrões de beleza aceitáveis. Basicamente Alexia acha-se feia e esse facto é-nos repetido, mencionando ou a pele ou nariz, vezes e vezes sem conta. As observações acutilantes de Alexia perante as situações são bem divertidas mas, ao contrário do que a autora nos quis fazer acreditar, não achei a Miss Alexia Tarabotti nada de inteligente por aí além. Apenas metediça. O romance entre ela e Lord Maccon oferece-nos momentos muito interessantes e adorei a forma como os dois interagem. Lord Maccon é o primeiro lobisomem que eu gostei realmente de ler e um bom herói romântico: forte, grande, teimoso, alfa e paciente. É que eu tenho este problema: quando passam o livro inteiro a dizer-me que certa pessoa é feia e a escritora não a consegue dotar (na minha opinião) com a devida inteligência, apesar de ter tentado, é-me muito difícil perceber o que é que o herói romântico vê nela. Tudo me pareceu muito forçado, muito óbvio e sem grandes obstáculos. O final foi perfeito, demasiado perfeito para o meu gosto.
Os personagens secundários só existem para que os principais pareçam melhores. O Professor Lyall e a Miss Hisselpenny são o exemplo disso, assim como as duas irmãs bonitas e burras de Alexia. O Lord Akeldama é a personagem gay do livro (ai, os estereótipos).
Em conclusão, Soulless é um livro romântico e levezinho, com um mistério e alguma acção. É um bom livro para quem gosta do chamado romance paranormal ou histórico e uma excelente introdução ao steampunk pois tem muito pouco mas o suficiente para aguçar o apetite por mais. É também um bom primeiro livro para uma autora que acredito que será capaz de fazer melhor.

Pontos positivos:
O humor e a criatividade, os elementos steampunk, o Lord Maccon.

Pontos negativos:
A previsibilidade da história e do romance. Cada cena era um momento “ó não, lá vão eles sentarem-se e conversar durante o chá”. Tudo me pareceu uma sequência de diálogos interrompido apenas por três ou quatro cenas de acção.

Estado de espírito:
Boa, apesar de este não ser bem o livro que me apetecia ler agora. No entanto, e já na fase final da leitura, ajudou-me bastante a não pensar em nada.

Fez-me refletir sobre:
Até os seres sobrenaturais precisam de preencher papelada. As miúdas feias também têm direito a divertirem-se.
Nota: Este livro foi emprestado pela WhiteLady3.

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