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Telma_txr

Mix de leituras, organização, tv, filmes, tecnologia e de mim, claro!

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Mix de leituras, organização, tv, filmes, tecnologia e de mim, claro!

17.01.14

Fui ver o Doze Anos Escravo, um dos filmes candidatos ao Oscar de melhor filme, deste ano.

"O Sul" é uma das regiões dos EUA (senão a única) que mais me fascina naquele país, provavelmente não pelas melhores razões. Os Estados que o constituem são, ainda hoje, profundamente racistas e é, no entanto, a estranha simbiose entre brancos e negros que permitiu a formação de uma cultura única e claramente distinta, num país que é ainda é jovem demais para ter uma cultura própria. É também a região que deu origem a um leque de grandes escritores americanos, como bem exemplifica este texto do The Of Blog.

Para compreender melhor o racismo que ainda hoje persiste nestes Estados do Sul, desde os tempos da escravatura até aos dias de hoje, sugiro cinco livros, cada um deles com a sua adaptação cinematográfica. Não li todos e nem todos considero ler. Além disso, muitos ficam de fora que talvez fossem melhores exemplos desta questão.

Aqui ficam cinco sugestões por ordem cronológica:

 

1841 - Twelve Years a Slave, de Solomon Northup

 

Grátis, em inglês


O livro que dá nome ao filme. Publicado em 1953, imediatamente após a sua libertação como escravo numa fazenda de algodão no Louisiana, este livro narra a história de Solomon Northup, homem que vive livre no Estado de Nova Iorque, que é raptado para um dos estados do sul e aí é vendido como escravo. Grande parte da história acontece no Estado do Louisiana, no período antes da Guerra Civil e que viria a ser um dos estados confederados do sul. A publicação desta história ajudou a incendiar um pouco mais a discussão da abolição da escravatura.

 

De 1861 a 1865 - "E tudo o vento levou" de Margaret Mitchell

 


Após a eleição de Abraham Lincoln em 1960 1860, sete estados esclavagistas do Sul decidem separar-se do resto da nação e formarem um novo país. Mais tarde outros estados se lhe juntam e rebenta a Guerra Civil Americana, que terminou apenas em 1865 e a rendição dos Estados do Sul. "E tudo o vento levou" abrange o período imediatamente antes do início da guerra e termina dez anos depois, já durante a fase da reconstrução. É visto através da perspectiva de Scarlett O'Hara, uma dama branca do sul, filha de um fanzendeiro de algodão. O livro é apontado como extremamente racista, não só devido à linguagem utilizada mas também porque fala de uma forma "cor de rosa" sobre escravatura no sul. Para mim foi muito interessante conhecer a questão de outra perspectiva: porque é que a derrota na guerra e a consequente libertação dos escravos deu origem a mais rancor e ódio entre brancos e negros e que veio a perdurar por mais de cem anos após o seu término.

 

 

1935 - Por favor não matem a cotovia - Harper Lee

Escrito nos anos 50 do século passado, a acção decorre na década de 30, durante a Grande Depressão e período onde reinava a segregação entre brancos e negros nos estados do sul. Retrata a defesa de um homem negro acusado de violar uma mulher branca. É considerado um dos melhores livros da literatura americana do séc. XX.

 

 

1962 - As Serviçais - Kathryn Stockett

A minha opinião.

 

Na década de 60 os EUA viu nascer uma nova fase na luta pelos direitos dos negros, desta vez contra a Segregação que decorria principalmente nos estados do Sul. "As Serviçais" retrata a vida de várias empregadas domésticas de Jackson, no Mississipi e o seu relacionamento com as respectivas patroas. Uma jovem branca decide recolher vários testemunhos das serviçais e muitas delas expõem não só o tratamento racista que recebem mas também o apoio e carinho que sentem pelas respectivas patroas. A publicação do livro de testemunhos tem repercussões imprevisíveis e assustadoras.

 

1989 - Tempo de Matar - John Grisham

Com uma história semelhante ao Por favor não matem a cotovia mas invertida: Dois homens brancos violam e maltratam uma criança negra e o caso é levado a tribunal. Tudo isto acontece numa cidade do sul, maioritariamente racista e por isso Carl Lee, o pai da criança, decide fazer justiça pelas próprias mãos e matar ambos com uma espingarda. Todo o livro é sobre a defesa deste homem negro, por um advogado branco, no tribunal de uma cidade racista disposta a condená-lo. É uma história empolgante até ao fim.

 

14.06.11

Resumo: Skeeter, Aibileen e Minny são 3 mulheres que vivem em Jackson, Mississipi (EUA) na década de 60. Decorrendo no início de uma época de grandes transformações sociais e políticas, a história destas 3 mulheres mostra-nos como como é cruel e devastador para ambas as partes a contínua segregação entre negros e brancos. Aibileen decide aceitar a proposta de Skeeter e isso vai originar uma série de eventos em cadeia que vai modificar a vida de todas as mulheres desta cidade.

Crítica: Este livro é formidável. Não sou grande fã de histórias sobre a segregação, por serem tão incómodos, mas “As Serviçais” fá-lo de uma forma suave, meiga, sem deixar de ser real. Contando o dia-a-dia de cada personagem, ficamos a conhecer o quanto era cruel e abusivo a imposição de determinadas regras por parte dos brancos sobre os negros e a forma digna como estes resistiam em silêncio contra essas crueldades e o medo contínuo em que viviam. Tem passagens tão emocionantes, momentos hilariantes e tantos outros cheios de tensão. Acima de tudo, nunca é aborrecido, moralista ou previsível deixando-nos a nós, leitor, à vontade de tirar as nossas próprias conclusões.

Expectativa e estado de espírito: Esperava um bom livro, considerando que me tinha sido recomendado pela Safaadib. Agora irei sempre concordar com as suas sugestões. Quanto ao meu estado de espírito era bom, acho que foi o livro certo na hora certa.

Pontos positivos: o tema, o bom humor, o final agridoce.

Pontos Negativos: Não tem.

Fez-me reflectir sobre: Como é fácil magoar alguém, até nas pequenas atitudes, porque temos medo de ir contra o que a sociedade nos ensinou ou mesmo contra aquilo que nos deixa confortável, só para melhorarmos a vida de outrém.
Título Original: The Help

Nota: O trailer do filme baseado neste livro:

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