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Telma_txr

Mix de leituras, organização, tv, filmes, tecnologia e de mim, claro!

Telma_txr

Mix de leituras, organização, tv, filmes, tecnologia e de mim, claro!

18.09.11

Lido para o Verão Temático

Resumo: É o ano de 1945 e Claire está a viver uma segunda lua-de-mel com o marido na Escócia, após os anos difíceis da 2ª Guerra Mundial. Durante uma exploração num monumento antigo, Claire é acidentalmente transportada no tempo para o passado, quase 200 anos antes. Confusa e sem saber o que lhe aconteceu, Claire vê-se envolvida numa série de peripécias até que descobre o que realmente lhe aconteceu: viajou no tempo, está presa no passado e não sabe como regressar sem colocar a sua vida em perigo. No entanto, os seus conhecimentos de medicina, que demonstra ao ajudar Jamie, um dos feridos no grupo que a resgatou, permitem-lhe algum respeito e uma actividade no Castelo Leoch. É já no castelo que Claire inicia a sua inserção naquela sociedade do Sec. XVIII fazendo amizade junto de Jamie e alguns outros elementos que tinha conhecido. No entanto, esse tempo rapidamente termina: Claire é convidada a acompanhar o grupo que vai acompanhar Dougal McKenzie na recolha das rendas para ver se conseguem descobrir a família de Claire mas Jack Randall, antepassado do seu marido, acaba por desconfiar que ela é espia dos escoceses. Só há uma solução para salvar Claire: casar com Jamie. O que ela não esperava era apaixonar-se pelo belo escocês fora-da-lei e seguir com ele o seu próprio destino, questionando mesmo se deseja ou não regressar ao seu tempo e à vida que deixou para trás.

Expectativa: Ena que livro grande!! O seu tamanho impôs respeito suficiente para que eu o mantivesse na prateleira durante mais de um ano e meio sem coragem para lhe pegar. Receei, além de um possível ombro deslocado, que fosse maçudo ou que demorasse muito a ler.

Opinião: Apesar de o ter inserido no meu Verão Temático, este não é um livro de ficção científica. Aliás, também tem elementos de bruxaria e não o considero um romance paranormal. Outlander é sem dúvida um romance histórico, que retrata uma época e lugar específicos, um verdadeiro livro de aventuras, com momentos muito divertidos, outros românticos, outros violentos mas raramente chato. Acaba por justificar o seu tamanho porque tudo se desenvolve com naturalidade, tudo é contado com tempo e espaço. Senti que, como leitora, tive tempo de conhecer os personagens e observar a sua progressão.
Claire é a heroína desta história e ela é muito cómica, com as suas atitudes de mulher do séc.. XX numa época em que as mulheres não levantavam a voz contra os homens. Ela não é a eterna dama em apuros do típico romance histórico: ela salva o Jamie tantas vezes quantas ele a salva. Quando viaja no tempo e é forçada a casar com o Jamie, Claire sofre o dilema de ter 2 maridos, dilema esse que só é “resolvido” no final do livro, apesar de o seu coração ter-se rendido há muito ao Jamie, o escocês.
E, confesso, não é só o coração de Claire que se rende ao Jamie. Eu dei por mim a enamorar-me por ele à mesma velocidade de Claire. Enquanto lia o livro e confessava o quanto estava encantada com o seu personagem houve quem me confessasse que tinha dado o nome ao gato de Jamie em sua honra e enquanto escrevia esta opinião disseram-me “Mas é fácil, basta dizeres “tem Jamie, ponto final”. Isto é apenas uma pequena amostra do quanto o Jamie é um dos melhores heróis românticos que já li até hoje. O que surpreende é que ele não é o herói típico, com frases conquistadoras, ou o típico “tu és minha”. Bem, pelo menos, não ao início. Ele conquista-nos pela sua sinceridade, pela sua vulnerabilidade e também porque é divertido e leva porrada como se não houvesse amanhã. A sério, acho que não estava pronta para que o desgraçado virasse o saco de porrada que foi.
Apesar de sedutor, o amor de Claire por Jamie não nasce do nada, não há aquela atracção fatal assim que olham um para o outro. Primeiro conhecem-se, ficam amigos, apaixonam-se e só mesmo no fim é que vem o amor.
Vilões há vários, uns mais óbvios que outros, mas o mais interessante é o Jack Randall, antepassado do marido de Claire, que vem a ser o vilão mais terrível deles todos. É que Jack Randall é a cara do seu marido do século XX e, se haveria alguém que pudesse matar o pouco amor que ela ainda tinha por Frank, ele conseguiu fazê-lo.
Como nota final queria dizer que, quando comprei o livro não sabia que pertencia a uma saga, descobri isso pouco depois. O segundo volume tem 1000 páginas e passa-se 20 anos depois deste livro. Estando um pouco farta de Sagas e principalmente de finais em aberto, tinha decidido não dar continuidade à leitura da saga. Como livro único funciona relativamente bem e apesar de ficar curiosa temo até que ponto os livros seguintes não irão “estragar” o que eu tanto gostei de ler neste livro.

Pontos positivos: A quantidade de aventuras que Claire vive, o despertar dela para a vida, ela só começa realmente a viver quando viaja no tempo e o Jamie.

Pontos negativos: Não é propriamente negativo mas tive pena de a viagem do tempo ter sido apenas o pretexto para criar um problema e contar esta história. Todos os capítulos de Lallybrock foram uma seca para mim. O final em aberto.

Estado de espírito: Óptimo, li-o em Agosto e apesar de estar a trabalhar foi uma excelente leitura de verão.

Fez-me refletir sobre: Se o amor com obstáculos é sempre mais apaixonante que o amor que não tem obstáculos.

14.06.11

Resumo: Skeeter, Aibileen e Minny são 3 mulheres que vivem em Jackson, Mississipi (EUA) na década de 60. Decorrendo no início de uma época de grandes transformações sociais e políticas, a história destas 3 mulheres mostra-nos como como é cruel e devastador para ambas as partes a contínua segregação entre negros e brancos. Aibileen decide aceitar a proposta de Skeeter e isso vai originar uma série de eventos em cadeia que vai modificar a vida de todas as mulheres desta cidade.

Crítica: Este livro é formidável. Não sou grande fã de histórias sobre a segregação, por serem tão incómodos, mas “As Serviçais” fá-lo de uma forma suave, meiga, sem deixar de ser real. Contando o dia-a-dia de cada personagem, ficamos a conhecer o quanto era cruel e abusivo a imposição de determinadas regras por parte dos brancos sobre os negros e a forma digna como estes resistiam em silêncio contra essas crueldades e o medo contínuo em que viviam. Tem passagens tão emocionantes, momentos hilariantes e tantos outros cheios de tensão. Acima de tudo, nunca é aborrecido, moralista ou previsível deixando-nos a nós, leitor, à vontade de tirar as nossas próprias conclusões.

Expectativa e estado de espírito: Esperava um bom livro, considerando que me tinha sido recomendado pela Safaadib. Agora irei sempre concordar com as suas sugestões. Quanto ao meu estado de espírito era bom, acho que foi o livro certo na hora certa.

Pontos positivos: o tema, o bom humor, o final agridoce.

Pontos Negativos: Não tem.

Fez-me reflectir sobre: Como é fácil magoar alguém, até nas pequenas atitudes, porque temos medo de ir contra o que a sociedade nos ensinou ou mesmo contra aquilo que nos deixa confortável, só para melhorarmos a vida de outrém.
Título Original: The Help

Nota: O trailer do filme baseado neste livro:

03.03.11

Resumo: A história deste livro divide-se em 4 partes: A primeira conta a história de Chiyo, uma menina de uma pobre aldeia de pescadores. Após a mãe adoecer, o pai idoso concorda em vender as suas filhas e é assim que Chiyo se vê em Gion, separada da irmã mais velha e do mundo que conhecia. Chiyo foi vendida para ser gueixa mas sofre uma série de peripécias acabando por se ver condenada a ser escrava da casa para onde foi vendida, até morrer. É aí que algo de inesperado acontece: a gueixa Mameha procura-a para a educar como gueixa e é aqui que começa a 2ª parte da história. Chiyo torna-se a irmãzinha de Mameha e com ela aprende a ser gueixa. No entanto vê constantemente o seu caminho bloqueado por Hatsumomo, a gueixa que vive na mesma casa, e que tudo faz para a difamar. Com o empenho e engenho de Mameha, Chiyo, agora com o nome de Sayuri, passa a ser uma das gueixas mais importantes de Gion, levando à queda e desgraça de Hatsumomo e da sua irmãzinha Abóbora. No entanto, apesar de tudo Sayuri não consegue alcançar o que mais deseja: o interesse do Director. É aí que começa a terceira parte desta história: a Segunda Guerra Mundial que muda tudo e todos. Sayuri perde a protecção do seu danna e só com a ajuda Nobu consegue se afastar dos perigosos bombardeamentos. Quando regressa, tudo mudou em Gion e Nobu oferece-se para ser o seu danna. Desesperada, porque não quer que o seu destino fique eternamente preso ao dele e  elabora um plano para que tal não aconteça. A 4ª parte é quando Sayuri se muda para Nova Iorque e aí abre um salão de chá. É em Nova Iorque que conta as suas memórias ao professor Jakob Haarhuis, que as publica após a morte desta.
Crítica: Alguns meses após o empréstimo deste livro iniciei a sua leitura. Tenho que confessar que estava cheia de ideias pré-concebidas sobre ele, como acontece com todas as obras de grande sucesso, e por isso receava que fosse uma leitura "secante" ou "moralista" ou simplesmente má. Nada disso. Adorei esta história, que me agarrou logo nos primeiros parágrafos. Toda a narrativa está povoada de imagens lindíssimas de Kimonos, maquilhagem, danças, música, do bairro de Gion, das casas de chá, do mar. E por ser descrito na primeira pessoa, parece que vimos tudo através dos bonitos olhos azuis de Chiyo / Sayuiri. A sua história, desde menina até aos capítulos finais é um rol de tragédias e dificuldades ultrapassadas. Sofremos com ela todos os castigos, gozamos com ela todos os momentos felizes. Só houve uma altura em que a história me desagradou, em que Sayuri já sendo gueixa, era tão passiva e submissa. Sei que esta minha "comichão" deve-se às diferenças culturais entre mim e ela, no entanto não me deixou de irritar que, com o exemplo de tantas mulheres inteligentes e autónomas, Sayuri parecia tão submissa a todos os que a rodeavam. Tirando isso, é um livro encantador que oferece uma montanha-russa de sentimentos para experimentar, um buffet de imagens para digerir e um olhar para um mundo especial só de mulheres.
Expectativa e estado de espírito: Foi bom ver as minhas ideias pré-concebidas caírem por terra e descobrir um mundo fascinante e bem construído. O meu estado de espírito também melhorou bastante com este livro, dava por mim a pensar nele quando não o estava a ler e a desejar regressar à sua leitura o mais depressa possível.

Pontos positivos: As descrições, principalmente dos kimonos. Todo o vocabulário japonês integrado no texto. O desenrolar da história.
Pontos Negativos: A passividade de Sayuri.
Fez-me reflectir sobre: O papel submisso da mulher na sociedade japonesa. Compra e venda de seres humanos. Aparências e conceito de belo.
Título Original:  Memoirs of a Geisha.

Livro emprestado pela Philipa_Vic através do Twitgang.

09.02.11

Resumo: Quatro anos depois, Inglaterra está completamente divida pela guerra. Kingsbridge precisa de uma licença para oficializar o mercado já existente que tem produzido bons lucros e ajudado na construção da catedral mas Philip tem alguma dificuldade nos meandros políticos e a Rainha Maud só lhe atribuirá a licença em troca de uma grande soma de dinheiro. Aliena, agora uma rica mercadora de lã, adianta o dinheiro a Philip esperando ter o retorno durante o mercado do velo mas, William Hamleigh invade a cidade e pega fogo a toda a lã, atirando Aliena novamente para a pobreza extrema. É neste período que Aliena e Jack se aproximam e apaixonam um pelo outro mas a promessa que Aliena fez ao pai é demasiado pesada e acaba por a levar ao seu maior erro: casar com Alfred. Magoado, Jack parte e Aliena casa com Alfred, já grávida de Jack. Depois da morte do pai, Alfred assume o lugar de mestre de obras e termina o tecto da catedral em pedra, apenas para o ver ruir e matar várias pessoas no dia da inauguração. Além disso, Aliena dá à luz o filho de Jack e Alfred expulsa-a de casa mas acaba por ir viver para o Shiring e aliar-se a Waleran e William nos planos destes de construírem uma catedral em Shiring. Após uns anos de fome e de guerra, todos têm dificuldades económicas e depois de Philip e Jack perderem os trabalhadores para o Shiring, a construção da catedral em Kingsbridge parece condenada. É então que o país é invadido por Henrique, filho da Rainha Maude, e todas as terras e condados devolvidos aos anteriores proprietários. Isso abre uma janela de oportunidade e Aliena e o irmão recuperam o condado que antes lhe pertenciam. No entanto William é nomeado Xerife de Shiring e, após a tentativa de violação de Alfred a Aliena, William tenta prender Richard e acaba por este ser desterrado numa missão à Terra Santa, ficando Aliena no lugar do conde. A desgraça final cai sobre os vilões desta história quando conspiram e assassinam Thomas Becket, transformando-o num mártir e santo. 
Crítica: Um ano após a leitura da primeira metade da história, consigo finalmente terminar “Os Pilares da Terra”. Olhando para o livro como um todo compreendo perfeitamente porque é que é tão bem sucedido. Há muitos pontos a focar neste livro, e alguns ficarão esquecidos, mas vou tentar falar sobre o que funcionou bem comigo.
Em primeiro lugar, pegar nesta 2ª metade um ano após a leitura da primeira foi quase como se tempo nenhum tivesse passado, tal é a forma rica com que nos é narrada aquela época. E o facto deste segundo volume começar com um salto de 4 anos também facilita o “mergulho” na história.
O que mais me agradou neste romance foram as personagens. Extraordinárias ou terríveis, são todas muito humanas e muito reais. Não há propriamente um só herói (entre os personagens bons) e percebi, da troca de impressões que tive com outros leitores, que cada um tinha o seu favorito. O romance assim o permite porque vai trocando de pontos de vista entre heróis e vilões, dando-nos a conhecer os seus receios, planos e ambições.
O meu favorito foi, desde o primeiro volume até ao último parágrafo, o Prior Philip. Acho que me vai ficar na memória durante anos a fio como o exemplo de alguém que faz o que está certo, que age para um bem maior e superior, o seu engenho e perspicácia aguçada e a sua humildade em aceitar a ajuda e opinião de outros nos momentos em que dela precisou. Acima de tudo, o que mais admirei no Philip foi a sua capacidade de resistir a tantos reveses da fortuna, mesmo quando não via a solução, mesmo quando aceitava as (aparentes) derrotas. 
Aliena e Jack surpreenderam-me. Apesar de não ter gostado dela no primeiro volume (personagem feminina com demasiadas características masculinas) acabei por me afeiçoar a ela, principalmente depois de partir pelo o mundo para recuperar o Jack. Este, passou de um miúdo estranho e pouco social para um sonhador apaixonado. Acredito que a sua inadequação social foi o que lhe permitiu ver todas as situações de uma outra forma e ousar ir até onde foi.
William e o Bispo Waleran foram os perfeitos exemplos do que é governar pela força e manipulação com fins puramente egoístas: poder e orgulho.
O evoluir da construção da catedral foi algo de realmente magnífico. As descrições detalhadas sobre a estrutura de uma catedral, as técnicas de construção e, acima de tudo, de ser um lugar de protecção para as populações que as rodeavam dominaram esta metade da história, nunca de uma forma enfadonha ou exagerada. Que vontade tive visitar as catedrais que inspiraram o autor: Salisbury Cathedral e Wells Cathedral assim como a muito mencionada Catedral de Saint Denis, em Paris.
Apesar do volume do livro, não houve um momento em que sentisse que a narrativa se arrastasse e acima de tudo, foi um dos livros mais bem construídos a nível de narrativa (acção, consequência) que li.
Expectativa e estado de espírito: A expectativa era boa. Estava ansiosa por lhe pegar apesar de já o ter há 6 meses em casa. Foi a série televisiva que deu o empurrão final e foi interessante ter ambas as versões em simultâneo. Prefiro o livro, claro. Quanto ao estado de espírito, ando um pouco em baixo e foi bom ler bons exemplos do que significa ultrapassar as dificuldades da vida. 
Pontos positivos: A construção da narrativa, a qualidade das personagens e a descrição da catedral. 
Pontos Negativos: A forma de escrever de Ken Follet é pouco” poética”, algo que poderia ter enriquecido ainda mais a história.
Fez-me reflectir sobre: Perseverança. Perseguir um sonho. Aprender a amar.
A minha reflexão sobre o primeiro volume: Os Pilares da Terra (Vol. I)

27.05.10

 Resumo: Griet, para ajudar a sua família necessitada, vai trabalhar para a casa do pintor holandês Jan Veermer. Ao início Griet sente-se estranha e deslocada, imersa no que parece ser um ambiente hostil. As tarefas como criada são pesadas e rotineiras com a excepção de uma delas: limpar o estúdio onde Veerner pinta. Ao perceber a sensibilidade da criada, Veermer começa a confiar nela mais tarefas como misturar tintas para os quadros. Griet olha para Veermer com a adoração de uma adolescente para um idolo, que lhe está tão perto mas que não pode na realidade alcançar. Apesar de ser muito recatada, a beleza de Griet não passa despercebida: Pieter, o rapaz de talho enamora-se por ela, Van Ruijven, o patrono de Veermer quer um quadro dela, e até o próprio Veermer parece afectado pela sua beleza. Mas se esta atrai os homens, afasta as mulheres, especialmente Catharina, a mulher de Veermer, que está constantemente grávida.  Após a "encomenda” de Van Ruijven de um quadro de Griet, Veermer entende que este só ficará completo se ela usar os brincos de pérola da mulher Catharina. E no dia em que Veermer termina o quadro Catharina, enraivecida de ciúmes, expulsa Griet de casa e tenta, sem sucesso, destruir o quadro.
A história termina anos mais tarde, após a morte de Veermer, em que Catharina chama Griet para lhe dar os brincos de pérola que não usara mais vez nenhuma desde esse dia. 
Critica: Houve vários aspectos deste livro que gostei imenso. Primeiro que tudo, a sua reduzida dimensão. Em 199 páginas temos uma história bem contada, que não deambula em descrições supérfluas como é normal em tantos romances dos dias de hoje. Outro aspecto que gostei foi que a história é contada da perspectiva de Griet. E Griet é, sem sombra de dúvida, um dos personagens que mais gostei de ler. É uma adolescente muito recatada e introvertida, que reprime as suas emoções de uma forma quase dolorosa. As situações são muito bem descritas, quase conseguimos ver as cores dos quadros de Veermer. Acho que não houve uma única parte do livro que fosse lamechas e é no entanto emocionante. Acho que é um livro que pode ser lido em qualquer idade, desde a jovem rapariga como Griet até à mulher mais velha como Maria Thins. Muito bom! 
Expectativa e estado de espírito: Tomei conhecimento deste livro após ter visto o filme e quando surgiu a oportunidade de o comprar por um euro na Colecção Biblioteca Sábado, não hesitei. Veermer é um dos pintores mais interessantes e ler este livro é um vislumbre para a vida daquela época, daquela sociedade em que ele viveu, tal como são os seus quadros. Após a leitura de um livro “pesado”, este “Rapariga do Brinco de Pérola” foi exactamente o tipo de livro que eu precisava e gosto de ler: uma perspectiva feminina sobre a sociedade em que vive, o íntimo doméstico, o dia-a-dia de uma família. 
Pontos positivos: A excelente caracterização e construção dos personagens, o enquadramento histórico, o tema. 
Pontos negativos: Nenhum, excepto que soube a pouco e fiquei com vontade de ler mais. 
Fez-me reflectir sobre: Idolatria, criatividade, o quanto são raros os momentos de felicidade plena na nossa vida.

20.03.10

Resumo: A história começa com a chegada de Ana Bolena à corte de Henrique VIII depois de ter vivido na corte francesa. Maria, a sua irmã mais nova, com apenas 14 anos, aguarda a chegada da sua irmã e rival, com um misto de saudade e de ansiedade. Apesar de já estar casada, Maria é alvo da atenção do rei e rapidamente a família faz o que é necessário para que essa atenção se mantenha e tenha proveitos. Ela passa a ser amante do rei mas Maria está encantada: o rei é um ídolo e ela, a sua fã apaixonada. Ela engravida dele 2 vezes. Primeiro uma menina, a quem dá o nome de Catarina, em homenagem à rainha, e depois um rapaz, Henrique, como o seu pai. Mas, após o nascimento do Henrique, rapidamente percebe que Ana já tinha capturado a atenção do rei durante o período que tinha estado em repouso. Para a sua família é indiferente que seja Ana ou Maria, desde que continuem a ter uma posição forte na hierarquia, mas Ana é ambiciosa e sabe que pode ir mais além do que apenas amante do Rei. Aproveitando-se da sua fraqueza em não conseguir ter um filho varão legítimo, Ana continua a seduzir o rei incitando-o a divorciar-se da rainha Catarina. O divórcio arrasta-se durante anos mas finalmente concretiza-se e Henrique VIII casa com Ana Bolena e esta é coroada rainha. Após Ana ter uma filha, Isabel, Henrique começa a perder o interesse e a paciência com Ana. Rapidamente outra rapariga da corte, em tudo o oposto de Ana, captura o olho do rei. Ana sofre abortos atrás de abortos e começam a surgir suspeitas de bruxaria assim como incesto entre ela e o seu irmão Jorge. E é por estes crimes que ambos acabam por perder a cabeça. Maria, que no início tinha sido o centro de toda a história e atenção, passa para mera espectadora destes eventos e acaba por encontrar o amor e a felicidade onde menos espera.

Crítica: Foi a primeira ficção histórica que li desde há muito tempo e adorei-o. Primeiro porque me deu a conhecer uma personagem que desconhecia: Maria Bolena. Depois, como o relacionamento entre estas e Jorge (o terceiro Bolena) estão intimamente interligados entre si e à história que se desenvolve. Ana e Maria Bolena são o Ying e Yang desta história. 

Maria, a mais nova, é doce, meiga, maternal e encarna todos os elementos ternurentos e delicados de ser mulher. Já Ana é cheia de vivacidade, destemida, ambiciosa, inteligente e divertida. Juntas seriam a mulher perfeita mas os atributos de ambas chocam entre si em vez de se compensarem. E, é nesta simbiose, sempre com a presença e apoio de Jorge, que a história dos 3 Bolena se desenvolve. Desengane-se quem pensa que 640 páginas é muito. A história está muito bem contada e desenvolvida e permite-nos a nós, leitor, crescer e amadurecer com a Maria, a nossa narradora.  Henrique VIII é a razão da ascensão e queda das irmãs Bolena. Não houve um único momento em que conseguisse gostar dele. É o exemplo de puro egoísmo, ele vive e alimenta-se dos impulsos e dos elogios. Não entendo porque é que ele é tão fascinante, já que não o consigo ver sequer como uma figura romântica. Mas todas as figuras secundárias, todos os elementos da corte, os pais e o tio, todos eles compõem a imagem do que foi a corte de Henrique VIII e a sua época. Vale a pena ser lido, sem dúvida. 

Expectativa e estado de espírito: Estava muito curiosa com este livro, pois quem me emprestou leu já quase todos os livros da autora, de quem é fã. O tema e o ter sido adaptado para filme eram indicadores suficientes que estava perante um bom livro e foi isso mesmo o que encontrei. Foi uma boa altura para o ler, considerando que é uma altura “morna” do ano, ajudando a escapar à rotina do dia-a-dia. 

Pontos Positivos: A escrita simples e fluida. A construção do livro e o excelente desenvolvimento das personagens e das cenas.
Pontos Negativos: Volume do livro, um sacrifício para transportar.

Fez-me reflectir sobre: A posição inferior das mulheres, mesmo nas classes mais elevadas, onde eram trocadas pela ambição. Ambição a que preço?! Filhos e filhas. Gravidezes e abortos.

10.01.10


Resumo: Tom Pedreiro sonha em construir uma catedral. O sonho e a força das circunstâncias levam-no a perder a mulher, abandonar o filho recém-nascido e quase a morrer de fome junto com os seus filhos. A ele junta-se Ellen e o seu filho Jack, um rapaz inteligente mas socialmente inadaptado, que comete um acto inacreditável para ajudar a família. O irmão de Philip visita-o e trás consigo um recém-nascido que encontrou na floresta. Trás consigo uma notícia que pode afectar o destino político do reino. Philip decide ajudar o irmão e pouco depois é nomeado Prior. Decide restabelecer as finanças do priorado mas uma tragédia muda-lhe o rumo das suas decisões. William Hamleigh ajuda a derrubar o conde Bartholomew, conqustando para o seu pai o título de conde. Mas é a filha deste, Aliena, que ele tanto cobiça. Aliena e o seu irmão, após o derrube do pai, ficam sem nada. Após visitarem o pai na prisão, este fá-los jurar que irão um dia reconquistar tudo.

Crítica: As críticas que me tinham chegado, tanto pessoalmente como online, é que este livro era um pouco chato, principalmente ao início. Ainda bem que não dei ouvidos e comprei-o à mesma. Logo ao início, a tragédia de Tom o Pedreiro comoveu-me como eu não esperava. E o Philip é uma personagem fabulosa. Adoro-o! A forma como o rumo das várias personagens se entrelaça, movidas pelo destino, pela ambição e uma forte vontade de viver, fez-me apaixonar por esta história, tão humana e real. Também adorei que, ao contrário da maior parte dos livros de hoje em dia, não havia propriamente nenhum mistério para resolver ou um segredo por descobrir. O problema surge e as personagens resolvem-no, deixando espaço para uma leitura sem ansiedades ou perguntas.

Pontos positivos: A inteligência da narrativa, muito bem montada. A excelente caracterização e humanização das personagens. A escrita simples que não atrapalha a narrativa e compreensão da mesma.

Pontos negativos: Porquê 2 volumes?! Nem sei quando terei a oportunidade de comprar o segundo e, com tanto que tenho para ler, quando agarrar no segundo, já terei esquecido grande parte do primeiro. Aliena, é visivelmente retratada como heroína mas não gostei da falta de características femininas, à excepção da roupa, cabelo comprido, bonita.

Expectativas e estado de espírito: Expectativas baixas, devido às críticas de "livro chato" que me tinham chegado. Este livro foi lido no período mais cansativo do ano: o Natal. Andava exausta e daí ter demorado tanto tempo a lê-lo. Talvez não o tenha apreciado devidamente por isso mesmo.

Fez-me reflectir sobre: Intrigas. Os pilares da nossas certezas: o quanto são frágeis e podem ser destruídos tão rapidamente.

A minha reflexão sobre o segundo volume: Os Pilares da Terra (Vol. 2)

17.09.07

Há anos que me recomendavam este livro. Já leste "O Perfume?" Não... respondia eu, muito envergonhada por nunca me ter sentido tentada a lê-lo. Depois quando veio a tentação, nunca mais o livro me chegava às mãos. Mas agora posso dizer que o li. Sim, li "O Perfume" e não, não me desiludiu.
Interessante, diferente, uma história bem contada. Pareceu-me infelizmente um pouco resumido. Como se o autor tivesse sido obrigado a resumir episódios da vida do personagem principal.
Não, não senti aqueles odores todos que são descritos no livro, mas gosto da ideia do super-nariz. Sinto-me agora tentada a ver o filme.

03.02.07


É a primeira vez que vou criticar um livro depois de ter passado quase um mês (ou mais....) de o ter terminado. Por isso, creio, que não será uma crítica tão justa quanto as outras.
O não o ter criticado pode dever-se ao facto de não ter gostado de o ler. É uma história que retrata a terra onde nasci, uma época turbulenta, uma heroína romântica. Tinha tudo para ser uma leitura excelente. Mas não é.
A escrita é chata e deprimente, pretende ser algo que não consegue atingir e as únicas partes boas são os extractos das cartas originais, em que é evidente a diferença na qualidade da escrita.
O trabalho de pesquisa está bom assim como a construção das personagens mas é chato! Muito chato!! E por isso, penso que a autora não deveria insistir mais em escrever mais nada...

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