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Telma_txr

Mix de leituras, organização, tv, filmes, tecnologia e de mim, claro!

Telma_txr

Mix de leituras, organização, tv, filmes, tecnologia e de mim, claro!

09.01.12

revoltaSérie: Jogos da Fome (#3 de 3)

~~Esta opinião contém MUITOS spoilers.~~

Resumo: Depois de ter sido resgatada da arena Katniss acorda para uma realidade muito diferente: o Distrito 12 foi completamente destruído pelo Capitólio e apenas a sua família e alguns habitantes sobreviveram. Vivem agora como refugiados no Distrito 13. Esse é o único Distrito que pode agora comandar uma revolução contra o Capitólio e Katniss é o símbolo dessa revolução. Esse é um papel que Katniss aceita com relutância pois sente que está a ser manipulada pelos rebeldes da mesma forma que foi pelo Presidente Snow. Quando Peeta e os outros são recapturados, Peeta está muito diferente do que estava antes e Katniss tem apenas uma missão final em mente: matar o Presidente Snow. Essa perigosa missão, através de Capitólio cheio de armadilhas vai ceifar muitas vidas, colocar em causa a sanidade de Katniss e até o sucesso da revolução.

Expectativa: Terminei a leitura do segundo volume e imediatamente peguei neste para ler.

Opinião: Apesar de ser uma trilogia viciante e de ter gostado muito do mundo distópico, da reflexão política e social que provoca, a verdade é que não fiquei realmente satisfeita da forma como terminou esta história. Como nos livros anteriores, neste “A Revolta” há a pressão sobre Katniss para ela fazer o que não quer, o que ela quer fazer e o que ela deve fazer. Há bons momentos íntimos dela com a família, cenas de batalha excitantes, momentos angustiantes, bem… emoções ao rubro. Vivemos com a Katniss tudo aquilo o que ela vive. Por isso é que não compreendo e nunca compreendi o assunto “Peeta vs Gayle”, porque sempre me pareceu sentimentos deslocados, forçados até. Há um momento no capítulo 24 que ela diz: “Neste momento a escolha seria simples. Consigo sobreviver muito bem sem nenhum dos dois.” Juro que joguei foguetes e serpentinas e tudo. E, se realmente daí em diante, as suas acções deixam de ser dominadas pela pressão que cada um deles exerce sobre ela, a verdade é que há um “vencedor” no fim. O que é que eu lamento mais neste livro foi a perda de personagens importantes e principalmente de a Katniss ter ficado num estado completamente quebrado no fim. Talvez eu tivesse sonhado com um fim apoteótico mas as guerras nunca são “limpas” por isso um final feliz talvez fosse um pouco rebuscado.
“A Revolta” é assim: ao fim de uma semana continuo sem palavras para descrever o que achei deste livro. Não foi mau mas não foi bom. Talvez esquizofrénico seja uma boa palavra para o descrever.
As 4 estrelas devem-se à crítica política e social. A manipulação, a sede de poder, as vítimas, os “jogos”, tudo foi bem pensado. Nenhum personagem surgiu para “resolver” uma cena e este livro fecha bem a critica que a autora tentou passar. A esse nível a construção da história é louvável e como poucos autores “best-sellers” conseguem fazer. 

Pontos positivos: A crítica política e social. O desfecho político. 

Pontos negativos: O fim “uns anos mais tarde a minha vida é assim” era totalmente dispensável. 

Estado de espírito: Bom, estava de férias! Fim-de-ano! 

Fez-me refletir sobre: As vítimas de guerra.

23.12.11

Série: Jogos da Fome (#2 de 3)

~~Esta opinião contém MUITOS spoilers.~~
Resumo: Depois de ter ganho os Jogos da Fome, Katniss está de regresso ao Distrito 12 e a tentar recuperar a sua vida anterior mas nada está na mesma: o Gale está a trabalhar nas minas e não pode caçar, ela e a sua família vivem agora na aldeia dos vencedores, assim como a família do Peeta. Apesar de o ter salvo, Katniss limita as suas conversas com Peeta ao mínimo possível mas isso irá mudar agora que têm de fazer o tour pelos distritos e continuarem com a mentira que estão apaixonados. É com a visita do Presidente Snow que Katniss toma conhecimento de que a sua estratégia das bagas foi vista por alguns distritos como um acto de rebeldia, um desafio ao Capitólio e que, por isso, deve interpretar no seu melhor o papel de vencedora apaixonada. De regresso ao Distrito 12 Katniss descobre através de duas fugitivas como é que os rebeldes vêm a Katniss como símbolo da revolução e porque é que o presidente Snow a vê como uma ameaça. Além disso os rebeldes acreditam na existência do Distrito 13, apesar de tudo fazer crer que este ficou totalmente destruído na guerra. É então que a maior surpresa de todas acontece: em comemoração do 3º Quarteirão dos Jogos da Fome, todos os anteriores tributos vencedores deverão ser novamente sorteados e Katniss e Peeta voltam novamente à arena para uns Jogos muito diferentes dos anteriores.
Expectativa: Como o livro do meio da trilogia, não esperava que fosse grande coisa, principalmente quando é normalmente apontado, para quem já leu tudo, como o menos favorito dos três.
Opinião: Vou começar a minha opinião com a opinião de outras pessoas com quem falei: É um livro que podia ter dispensado muitas partes ou ser assimilado pelos outros dois. Pessoalmente não concordo. Gostei muito deste livro e compreendo a necessidade de criar 3 livros. Enquanto que no primeiro livro conhecemos o mundo de Katniss e vemo-la passar de desconhecida e possível “carne para canhão” a vencedora dos Jogos da Fome, neste 2º livro temos a reação de quem esteve de fora e a forma como a sua atitude acendeu a chama da rebeldia. É o início da revolução que retrata este livro.
ADORO toda a crítica política e social dos Jogos da Fome e neste “Em Chamas” essa crítica é mais frontal e crua que no livro anterior: as pessoas do Capitólio vivem na abundância, enquanto os restantes distritos passam fome, e desconhecem (ou simplesmente não querem saber) como vivem mal as pessoas dos outros distritos. Os media como manipuladores da opinião. Os Jogos, a fome e a violência como forma de manterem reféns populações inteiras.
A manipulação sobre Katniss ganha novas proporções: Ela ainda está rancorosa com Haymitch e Peeta com a pseudo-paixão na arena e agora temos o Snow a tentar, através do medo, que ela não instigue à rebeldia e os outros tributos que mais parecem querer ajudá-la que matá-la, o que não faz muito sentido, até ao fim do fim do livro. Nós leitores vivemos através dos olhos dela essa manipulação, desconhecemos todos os factos, tudo o que se passa em redor dela e por isso “Em Chamas” é como um grande puzzle que só faz todo sentido no fim.
Então, porque é que eu dei apenas 4 estrelas a este livro se gostei tanto dele? Fácil: Casamento, bébé, “tenho que proteger o Peeta, tenho que salvar o Peeta”. Aaahh, triângulo amorosos, odeio-os. Detesto ter que gramar com a Katniss constantemente a pensar no Gale quando está fora da arena e no Peeta quando está na arena, ao ponto de me dar vómitos. Não gosto desta telenovela mesmo que compreenda que é parte essencial para que Katniss evolua como personagem.
Em conclusão, eu gostei muito do “Em Chamas”, pois é um elo essencial nesta trilogia.
Pontos positivos: As reviravoltas, a crítica política e social, as excelentes personagens secundárias.
Pontos negativos: “Salvar o Peeta”, “proteger o Peeta”, “ai o Gale” e os momentos “emo” como por exemplo a reação que teve quando soube que ia regressar à arena.
Estado de espírito: Bom, apesar de andar um pouco stressada nesta altura do ano. Foi um bom escape!
Fez-me refletir sobre: Sobre o quanto os nossos políticos e meios de comunicação manipulam a nossa informação, para que sejamos constantemente “gado manso”, que não reage mesmo quando temos de enfrentar o matadouro.

14.06.11

Série: Jogos da Fome (#1 de 3)


Resumo: Numa América do Norte pós-apocalíptica, agora conhecida por Panem, Katniss Everdeen é uma adolescente do distrito 12, um dos mais pobres, onde todos os dias sai para caçar ilegalmente e assim garantir alguma comida à sua família. A história começa no dia do sorteio para os Jogos da Fome, um evento sangrento que obriga que dois jovens de cada distrito a lutar numa arena, até à morte. Por um azar do acaso a irmã de Katniss é sorteada mas esta oferece-se para ir no seu lugar. Katniss e Peeta, o filho do padeiro, são então levados para o Capitólio onde são preparados para os Jogos. No entanto, uma revelação por parte de Peeta, e com o apoio de Haymitch, poderá garantir a sobrevivência não de um mas de dois tributos. Tudo dependerá da forma como jogarem nos Jogos da Fome.

Crítica: Tomei conhecimento desta trilogia o ano passado, no dia em que foi publicado o último livro "Mockingjay". A minha timeline americana, com quem normalmente falo de Sangue Fresco estava eufórica e bastou perguntar do que falavam para ter todas as respostas que procurava. Apesar de ser um livro que foi comercializado como juvenil (young adult) a verdade é que os Jogos da Fome são muito mais do que isso, e ainda bem. É uma distopia que tem um tema cruel como base e todo o livro está bem pensado, o mundo bem concebido e é credível. A leitura é altamente viciante, mesmo naquela parte de preparação para os jogos em que eles não fazem mais nada senão comer (ok, fazem outras coisas mas parece que só pensam em comida). Durante boa parte do livro pensei: "Hum... a Katniss parece-me estranhamente familiar." Mas foi só quando entrou na arena que consegui perceber com quem era parecida: Lara Croft, dos jogos Tomb Raider. Para quem jogou (como eu) sabe o que é passar horas a correr, a pular e a descobrir coisas com a Lara. A sensação de ler este livro é muito semelhante: trepamos às árvores, caçamos, comemos, fugimos e atacamos com a Katniss. Passamos o período de duas semanas na arena nos pensamentos dela mas, ao contrário de outros livros que li, não é maçudo ou estilo "guião de filme". É neste pormenor que eu dou mais uma estrela em comparação, por exemplo, com o Carbono Alterado, outro livro de FC que gostei bastante mas que tornava-se confuso nas cenas de acção. Quanto à história romântica, que não é bem romântica mas é... é interessante e necessária. É o que por vezes move as personagens numa determinada direcção. Acho que tem várias interpretações e por isso é que eu gostei do relacionamento romântico. Todos os capítulos terminam num "clifhanger" assim como o final mas nem isso me deixou stressada. Gostei mesmo muito deste livro.
Pontos positivos: A escrita, o mundo criado e as motivações altruístas de Katniss. Uma heroína completa na minha opinião.
Pontos negativos: Não tem.
Fez-me reflectir sobre: Fome, sobrevivência, política manipulativa.
Nota: A trilogia vai ser adaptada ao cinema e gostei muito da escolha para Katniss, a talentosa Jennifer Lawrence. Fico também ansiosa pelo filme!

18.03.11

 

Resumo: Julie é uma viúva que tem um cão e é cabeleireira numa cidade pequena. Decide recomeçar a namorar e aceita o convite de Richard, um estranho que foi ao salão cortar o cabelo, e a convida. Após algumas saídas percebe que não está muito interessada em Richard e começa a sair com Mike, o seu melhor amigo. No entanto, Richard não desiste de Julie, está obcecado e vai fazer tudo para ficar com ela.
Crítica: Eu vou ser breve, não gostei do livro. Já é o terceiro livro de Nicholas Sparks que eu leio mas, apesar dos livros anteriores até terem sido engraçadinhos, este detestei. Parece que entre 2006 e hoje passou uma vida e ler Nicholas Sparks agora foi uma experiência agonizante. Além disso o autor aventura-se num género diferente daquele que é o seu habitual, espalhando-se ao comprido ao fazê-lo, na minha opinião. Há um constante mudar de perspectivas, com intervalos de apenas parágrafos entre si. Isto é algo que funciona no cinema ou TV mas não em livros. Diálogos em vez de texto, um vilão mediano, vítimas irracionais, enfim... Nem o romance foi suficientemente interessante. Dei por mim a revirar os olhos tantas vezes que já pensei que tivesse um tique e se tiver que apontar alguma coisa boa será apenas a investigação da agente Jenniffer qualquer-coisa. Respeito quem gosta de ler Nicholas Sparks (este livro foi-me oferecido por um grande amigo meu que é fã) mas para mim chega.
Expectativa e estado de espírito: Já era a minha 2ª tentativa de pegar no livro e li-o mais por teimosia do que vontade.
Pontos positivos: A investigação da jovem polícia.
Pontos negativos: O enredo, a escrita.
Fez-me reflectir sobre: Psicopatas que perseguem pessoas. Direitos dos animais.
Título Original: The Guardian.

03.03.11

Resumo: A história deste livro divide-se em 4 partes: A primeira conta a história de Chiyo, uma menina de uma pobre aldeia de pescadores. Após a mãe adoecer, o pai idoso concorda em vender as suas filhas e é assim que Chiyo se vê em Gion, separada da irmã mais velha e do mundo que conhecia. Chiyo foi vendida para ser gueixa mas sofre uma série de peripécias acabando por se ver condenada a ser escrava da casa para onde foi vendida, até morrer. É aí que algo de inesperado acontece: a gueixa Mameha procura-a para a educar como gueixa e é aqui que começa a 2ª parte da história. Chiyo torna-se a irmãzinha de Mameha e com ela aprende a ser gueixa. No entanto vê constantemente o seu caminho bloqueado por Hatsumomo, a gueixa que vive na mesma casa, e que tudo faz para a difamar. Com o empenho e engenho de Mameha, Chiyo, agora com o nome de Sayuri, passa a ser uma das gueixas mais importantes de Gion, levando à queda e desgraça de Hatsumomo e da sua irmãzinha Abóbora. No entanto, apesar de tudo Sayuri não consegue alcançar o que mais deseja: o interesse do Director. É aí que começa a terceira parte desta história: a Segunda Guerra Mundial que muda tudo e todos. Sayuri perde a protecção do seu danna e só com a ajuda Nobu consegue se afastar dos perigosos bombardeamentos. Quando regressa, tudo mudou em Gion e Nobu oferece-se para ser o seu danna. Desesperada, porque não quer que o seu destino fique eternamente preso ao dele e  elabora um plano para que tal não aconteça. A 4ª parte é quando Sayuri se muda para Nova Iorque e aí abre um salão de chá. É em Nova Iorque que conta as suas memórias ao professor Jakob Haarhuis, que as publica após a morte desta.
Crítica: Alguns meses após o empréstimo deste livro iniciei a sua leitura. Tenho que confessar que estava cheia de ideias pré-concebidas sobre ele, como acontece com todas as obras de grande sucesso, e por isso receava que fosse uma leitura "secante" ou "moralista" ou simplesmente má. Nada disso. Adorei esta história, que me agarrou logo nos primeiros parágrafos. Toda a narrativa está povoada de imagens lindíssimas de Kimonos, maquilhagem, danças, música, do bairro de Gion, das casas de chá, do mar. E por ser descrito na primeira pessoa, parece que vimos tudo através dos bonitos olhos azuis de Chiyo / Sayuiri. A sua história, desde menina até aos capítulos finais é um rol de tragédias e dificuldades ultrapassadas. Sofremos com ela todos os castigos, gozamos com ela todos os momentos felizes. Só houve uma altura em que a história me desagradou, em que Sayuri já sendo gueixa, era tão passiva e submissa. Sei que esta minha "comichão" deve-se às diferenças culturais entre mim e ela, no entanto não me deixou de irritar que, com o exemplo de tantas mulheres inteligentes e autónomas, Sayuri parecia tão submissa a todos os que a rodeavam. Tirando isso, é um livro encantador que oferece uma montanha-russa de sentimentos para experimentar, um buffet de imagens para digerir e um olhar para um mundo especial só de mulheres.
Expectativa e estado de espírito: Foi bom ver as minhas ideias pré-concebidas caírem por terra e descobrir um mundo fascinante e bem construído. O meu estado de espírito também melhorou bastante com este livro, dava por mim a pensar nele quando não o estava a ler e a desejar regressar à sua leitura o mais depressa possível.

Pontos positivos: As descrições, principalmente dos kimonos. Todo o vocabulário japonês integrado no texto. O desenrolar da história.
Pontos Negativos: A passividade de Sayuri.
Fez-me reflectir sobre: O papel submisso da mulher na sociedade japonesa. Compra e venda de seres humanos. Aparências e conceito de belo.
Título Original:  Memoirs of a Geisha.

Livro emprestado pela Philipa_Vic através do Twitgang.

09.02.11

Resumo: Quatro anos depois, Inglaterra está completamente divida pela guerra. Kingsbridge precisa de uma licença para oficializar o mercado já existente que tem produzido bons lucros e ajudado na construção da catedral mas Philip tem alguma dificuldade nos meandros políticos e a Rainha Maud só lhe atribuirá a licença em troca de uma grande soma de dinheiro. Aliena, agora uma rica mercadora de lã, adianta o dinheiro a Philip esperando ter o retorno durante o mercado do velo mas, William Hamleigh invade a cidade e pega fogo a toda a lã, atirando Aliena novamente para a pobreza extrema. É neste período que Aliena e Jack se aproximam e apaixonam um pelo outro mas a promessa que Aliena fez ao pai é demasiado pesada e acaba por a levar ao seu maior erro: casar com Alfred. Magoado, Jack parte e Aliena casa com Alfred, já grávida de Jack. Depois da morte do pai, Alfred assume o lugar de mestre de obras e termina o tecto da catedral em pedra, apenas para o ver ruir e matar várias pessoas no dia da inauguração. Além disso, Aliena dá à luz o filho de Jack e Alfred expulsa-a de casa mas acaba por ir viver para o Shiring e aliar-se a Waleran e William nos planos destes de construírem uma catedral em Shiring. Após uns anos de fome e de guerra, todos têm dificuldades económicas e depois de Philip e Jack perderem os trabalhadores para o Shiring, a construção da catedral em Kingsbridge parece condenada. É então que o país é invadido por Henrique, filho da Rainha Maude, e todas as terras e condados devolvidos aos anteriores proprietários. Isso abre uma janela de oportunidade e Aliena e o irmão recuperam o condado que antes lhe pertenciam. No entanto William é nomeado Xerife de Shiring e, após a tentativa de violação de Alfred a Aliena, William tenta prender Richard e acaba por este ser desterrado numa missão à Terra Santa, ficando Aliena no lugar do conde. A desgraça final cai sobre os vilões desta história quando conspiram e assassinam Thomas Becket, transformando-o num mártir e santo. 
Crítica: Um ano após a leitura da primeira metade da história, consigo finalmente terminar “Os Pilares da Terra”. Olhando para o livro como um todo compreendo perfeitamente porque é que é tão bem sucedido. Há muitos pontos a focar neste livro, e alguns ficarão esquecidos, mas vou tentar falar sobre o que funcionou bem comigo.
Em primeiro lugar, pegar nesta 2ª metade um ano após a leitura da primeira foi quase como se tempo nenhum tivesse passado, tal é a forma rica com que nos é narrada aquela época. E o facto deste segundo volume começar com um salto de 4 anos também facilita o “mergulho” na história.
O que mais me agradou neste romance foram as personagens. Extraordinárias ou terríveis, são todas muito humanas e muito reais. Não há propriamente um só herói (entre os personagens bons) e percebi, da troca de impressões que tive com outros leitores, que cada um tinha o seu favorito. O romance assim o permite porque vai trocando de pontos de vista entre heróis e vilões, dando-nos a conhecer os seus receios, planos e ambições.
O meu favorito foi, desde o primeiro volume até ao último parágrafo, o Prior Philip. Acho que me vai ficar na memória durante anos a fio como o exemplo de alguém que faz o que está certo, que age para um bem maior e superior, o seu engenho e perspicácia aguçada e a sua humildade em aceitar a ajuda e opinião de outros nos momentos em que dela precisou. Acima de tudo, o que mais admirei no Philip foi a sua capacidade de resistir a tantos reveses da fortuna, mesmo quando não via a solução, mesmo quando aceitava as (aparentes) derrotas. 
Aliena e Jack surpreenderam-me. Apesar de não ter gostado dela no primeiro volume (personagem feminina com demasiadas características masculinas) acabei por me afeiçoar a ela, principalmente depois de partir pelo o mundo para recuperar o Jack. Este, passou de um miúdo estranho e pouco social para um sonhador apaixonado. Acredito que a sua inadequação social foi o que lhe permitiu ver todas as situações de uma outra forma e ousar ir até onde foi.
William e o Bispo Waleran foram os perfeitos exemplos do que é governar pela força e manipulação com fins puramente egoístas: poder e orgulho.
O evoluir da construção da catedral foi algo de realmente magnífico. As descrições detalhadas sobre a estrutura de uma catedral, as técnicas de construção e, acima de tudo, de ser um lugar de protecção para as populações que as rodeavam dominaram esta metade da história, nunca de uma forma enfadonha ou exagerada. Que vontade tive visitar as catedrais que inspiraram o autor: Salisbury Cathedral e Wells Cathedral assim como a muito mencionada Catedral de Saint Denis, em Paris.
Apesar do volume do livro, não houve um momento em que sentisse que a narrativa se arrastasse e acima de tudo, foi um dos livros mais bem construídos a nível de narrativa (acção, consequência) que li.
Expectativa e estado de espírito: A expectativa era boa. Estava ansiosa por lhe pegar apesar de já o ter há 6 meses em casa. Foi a série televisiva que deu o empurrão final e foi interessante ter ambas as versões em simultâneo. Prefiro o livro, claro. Quanto ao estado de espírito, ando um pouco em baixo e foi bom ler bons exemplos do que significa ultrapassar as dificuldades da vida. 
Pontos positivos: A construção da narrativa, a qualidade das personagens e a descrição da catedral. 
Pontos Negativos: A forma de escrever de Ken Follet é pouco” poética”, algo que poderia ter enriquecido ainda mais a história.
Fez-me reflectir sobre: Perseverança. Perseguir um sonho. Aprender a amar.
A minha reflexão sobre o primeiro volume: Os Pilares da Terra (Vol. I)

25.12.10

Resumo: A história de o Monte dos Vendavais afecta duas gerações. Na primeira, Catherine e Hindley são crianças quando o pai deles, Mr. Earnshaw regressa a casa após uma viagem de 3 dias com um rapazinho órfão, escuro como um cigano, que encontrou deambulando sozinho. O rapaz chama-se Heathcliff e fica no Monte dos Vendavais para ser educado de forma igual aos seus filhos. Mas após a morte deste, Hindley toma conta do monte e relega Heathcliff para criado da casa. Catherine percebe que não terá um futuro confortável se ficar com Heathcliff e decide aceitar o pedido de casamento de Edgar Linton, um dos herdeiros da Granja. Ao ouvir esta decisão confessada por Catherine a Nelly, a criada do Monte, Heathcliff decide partir e só regressa 3 anos depois, rico e sedento de vingança. Decide seduzir a irmã de Edgar, Elizabeth, que já se tinha enamorado por ele entretanto. Elizabeth, Catherine e Edgar têm então uma briga terrível, levando Catherine a cair numa depressão após de 3 dias trancada no quarto sem comer. Elizabeth foge com Heathcliff e casam e Edgar corta relações com a irmã. Catherine está grávida e recupera lentamente mas, quando Heathcliff sabe, meses depois que esta não está bem, pede a Nelly para se encontrar com ela. A intensidade do encontro entre ambos é devastador para ambos: Catherine dá à luz horas depois, uma menina, e morre. Algumas horas após o funeral Elizabeth foge do Monte dos Vendavais, levando no ventre o fruto da sua infeliz união a Heathcliff.
Treze anos passam. Cathy, a filha de Catherine e Edgar cresce feliz na Granja junto a seu pai e a Nelly. Elizabeth e Edgar reconciliam-se quando esta lhe escreve que está prestes a morrer e deixar o seu filho Linton órfão. Linton vai buscá-lo mas a lei não lhe permite a adopção dado que o pai Heathcliff ainda está vivo. O rapaz é levado para o monte dos vendavais para viver junto do pai, de Heraton Earnshaw, o filho de Hindley que morreu após uma vida de abuso de álcool, e do empregados. Heathcliff aproveita-se da inocência de Catherine, para levá-la a casar com Linton e assim ficar com toda a fortuna que pertenceu aos Earnshaw e aos Linton. Quando isso finalmente acontece e a sua vingança é terminada, Heathcliff morre.

Crítica: Há tanto para falar deste livro que é difícil escolher sobre o que não falar.
É sem dúvida um livro com uma prosa de elevada qualidade, já tão difícil de encontrar. Achei inacreditável a imaginação e criatividade demonstrada para elaborar algo tão denso de acções e sentimentos. Penso que na altura não deveria ser difícil considerando o número mínimo de distracções existentes. As discussões são páginas e páginas de gritaria, levando os personagens quase ao limite do razoável. São todos egoístas e manipuladores. Acho que de todos só gostei do Hareton, porque conseguiu sublimar-se. Este não é um livro de heróis mas sim um livro de vilões.
A forma como a história é contada levanta muitas questões: é nos contada por Lockwood, que sabe grande parte da história contada por Nelly (ou Ellen) que por sua vez conta os diálogos e os conteúdos dos bilhetes e conversas dos outros. Dei por mim a pensar inúmeras vezes que estupenda memória a Nelly tinha, especialmente ao relembrar as discussões de forma tão detalhada.
Um dos elementos que mais gostei foi do estilo Romântico ou Gótico da história. Toda a paisagem agreste, fria e constantemente fustigada de temporais, chuva vento. A descrição de Heathcliff por ter desenterrado a Cathy e que queria ser enterrado ao seu lado para sentir o rosto frio encostado ao seu, foi uma das descrições que me arrepiou até aos ossinhos. Recordou-me um daqueles poemas do Bocage sobre tormentos e noites escuras. Em muitos pontos os personagens referem a morte como libertação ou salvação.
Mas o que me fez mais gostar do livro foi a quantidade de perguntas que levanta: De que raça era o Heathcliff? Como é que ele enriqueceu? Será que ele era na verdade filho de Mr. Earnshaw e não apenas um órfão que encontrou?
Gostei também imenso do paralelismo entre Heathcliff e Heraton: a ambos foram retiradas a esperança de evoluirem socialmente mas Heraton opta por não se tornar mau embora tenha sido educado para o ser. A diferença de classes, principalmente através da educação, é um tema que surge constantemente. E é interessante como Heraton é descrito: apesar de brutamontes tem um “ar” superior, como se ser de uma classe superior fosse algo genético. Talvez por isso é que Heraton se salva e Heathcliff não.

Expectativa e estado de espírito: É sem dúvida um livro difícil de ler porque em momento nenhum transmite sentimentos de felicidade ou esperança. Comecei a lê-lo na Primavera e tive de parar porque parecia fora de contexto. Foi uma boa opção tê-lo lido agora. Já conhecia a história da sua adaptação de 1992 mas devo confessar que nada me tinha preparado para o que li. É uma leitura muito intensa emocionalmente, com discussões de páginas e páginas em que todos sentem tudo tão ardentemente que por vezes pura e simplesmente não tinha paciência. Sei que se tivesse lido este livro aos 16 ou 17 anos teria feito toda a diferença, para mim. Mas não li, apenas agora e talvez por isso não me tenha deixado impressionar tanto com os amores arrebatadores das personagens.

Pontos positivos: Nesta edição que comprei tenho que elogiar a tradução, estava excelente. A criatividade da autora. A complexidade emocional dos personagens.

Pontos negativos: Nenhum a apontar.
 

Fez-me reflectir sobre: O desejo de manipular os outros. A vingança. A sensação de não ser suficientemente amado.

Título Original: Wuthering Heights

10.01.10


Resumo: Tom Pedreiro sonha em construir uma catedral. O sonho e a força das circunstâncias levam-no a perder a mulher, abandonar o filho recém-nascido e quase a morrer de fome junto com os seus filhos. A ele junta-se Ellen e o seu filho Jack, um rapaz inteligente mas socialmente inadaptado, que comete um acto inacreditável para ajudar a família. O irmão de Philip visita-o e trás consigo um recém-nascido que encontrou na floresta. Trás consigo uma notícia que pode afectar o destino político do reino. Philip decide ajudar o irmão e pouco depois é nomeado Prior. Decide restabelecer as finanças do priorado mas uma tragédia muda-lhe o rumo das suas decisões. William Hamleigh ajuda a derrubar o conde Bartholomew, conqustando para o seu pai o título de conde. Mas é a filha deste, Aliena, que ele tanto cobiça. Aliena e o seu irmão, após o derrube do pai, ficam sem nada. Após visitarem o pai na prisão, este fá-los jurar que irão um dia reconquistar tudo.

Crítica: As críticas que me tinham chegado, tanto pessoalmente como online, é que este livro era um pouco chato, principalmente ao início. Ainda bem que não dei ouvidos e comprei-o à mesma. Logo ao início, a tragédia de Tom o Pedreiro comoveu-me como eu não esperava. E o Philip é uma personagem fabulosa. Adoro-o! A forma como o rumo das várias personagens se entrelaça, movidas pelo destino, pela ambição e uma forte vontade de viver, fez-me apaixonar por esta história, tão humana e real. Também adorei que, ao contrário da maior parte dos livros de hoje em dia, não havia propriamente nenhum mistério para resolver ou um segredo por descobrir. O problema surge e as personagens resolvem-no, deixando espaço para uma leitura sem ansiedades ou perguntas.

Pontos positivos: A inteligência da narrativa, muito bem montada. A excelente caracterização e humanização das personagens. A escrita simples que não atrapalha a narrativa e compreensão da mesma.

Pontos negativos: Porquê 2 volumes?! Nem sei quando terei a oportunidade de comprar o segundo e, com tanto que tenho para ler, quando agarrar no segundo, já terei esquecido grande parte do primeiro. Aliena, é visivelmente retratada como heroína mas não gostei da falta de características femininas, à excepção da roupa, cabelo comprido, bonita.

Expectativas e estado de espírito: Expectativas baixas, devido às críticas de "livro chato" que me tinham chegado. Este livro foi lido no período mais cansativo do ano: o Natal. Andava exausta e daí ter demorado tanto tempo a lê-lo. Talvez não o tenha apreciado devidamente por isso mesmo.

Fez-me reflectir sobre: Intrigas. Os pilares da nossas certezas: o quanto são frágeis e podem ser destruídos tão rapidamente.

A minha reflexão sobre o segundo volume: Os Pilares da Terra (Vol. 2)

30.12.08


Apesar de na altura de quando o terminei não ter escrito nada, não significou que não gostei deste livro. Gostei e bastante!
É uma carta de um pai que sabe que vai morrer ao seu filho, que irá ser grande um dia, mas sem o conhecer.
O filho através dessa mesma carta acaba por conhecer o seu pai, redescobrir a sua família e olhar para a sua vida com outra perspectiva.
Um livro excelente a oferecer a um adolescente mas, claro está, uma excelente leitura para qualquer adulto.
História leve e bem escrita!

23.09.07

Este foi o melhor livro que eu li nos últimos tempos. Lindo, lindo, fenomenal!
Criativo, bem construído, romântico sem ser piegas... Aborda um dos meus temas favoritos, viajar no tempo, de uma forma tão bem feita, que as personagens parecem reais.
Amar toda a vida um homem que só conhece em tempo real aos 20 anos de idade, enquanto ele, nunca a conheceu até esse dia.
Uma história de amor que dura uma vida, que é eterna.
Fiquei mais contente ainda por saber que o Eric Bana vai interpretar o papel do viajante do tempo no cinema. Fabuloso e perfeito. Não imagino como é que o vão conseguir fazer (o enredo e tal) mas espero que transmita a mesma ideia do livro: amar apesar de tudo, esperar sem esperança, acreditar no amor.

Entrevista com a autora sobre o livro no BookSlut.com
Página da Wikipédia sobre o livro
Página no IMDB sobre o filme

Outras críticas:
Bela Lugosi is Dead - A Mulher do Viajante do Tempo

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