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Telma_txr

Mix de leituras, organização, tv, filmes, tecnologia e de mim, claro!

Telma_txr

Mix de leituras, organização, tv, filmes, tecnologia e de mim, claro!

28.10.14

Dreamfever

Autor // Karen Marie Moning

Série // Fever (#4 de 5)

Editora // Dell Publishing

Estante // Fantasia Urbana

Período de leitura // de 25 de Novembro a 3 de Dezembro de 2013

Formato // Ebook

Língua // Inglês

Classificação // 5 estrelas

 

Opinião // Gosto muito de livros narrados na primeira pessoa e, talvez por isso, tenha ficado fã desta série desde o primeiro livro. A narrativa contada por Mac, vai a cada livro, assumindo contornos mais dark, a voz dela vai mudando, amadurece e nós com ela.

Apesar do que outros fãs me diziam, Dreamfever conseguiu manter e elevar o meu gosto por esta saga. A cena final do livro anterior foi um ponto de viragem, sem dúvida, o qual não me desmotivou de todo em continuar. Dreamfever é o mais rebuscado dos 4 livros que li até ao momento mas não me demoveu de continuar (e terminar) a sua leitura. No último terço do livro dei por mim o tempo todo a pensar: "Mas que raio estou eu a ler?" E depois termina noutro cliffhanger. Yupii, not!

Porque gosto tanto destes livros? É difícil explicar. Um misto de heroísmo com o desejo terrível em descobrir o que vai acontecer a seguir. É ver alguém cair vezes sem conta e voltar a erguer-se cada vez mais fortes. É serem tão básicos na escrita e, simultaneamente, tão envolventes. É o serem tão criativos e surpreendentes. É conseguirem apagar o mundo que me rodeia. Dreamfever conseguiu isso e por isso encheu as minhas medidas de leitora.

  

Nomes dos personagens // McKayla Lane, Jericho Barrons, V'Lane, Dany O’Malley

Nomes dos lugares // Dublin

Conteúdo sexual // É descrita uma cena de violação mas de forma pouco explícita. As cenas de sexo são igualmente intensas mas pouco explícitas.

Violência física // Sim

Violência psicológica // Sim

Pontos positivos // Gosto de tudo nesta série, tudo.

Pontos negativos // Talvez a parte final do livro que ficou um pouco confusa.

Fez-me reflectir sobre // Labirintos e más decisões.

07.07.14

Autor // Ken Liu
Estante // Conto (pode ser lido gratuitamente aqui)
Período de leitura // 6 de Julho de 2014
Formato // E-book
Língua // Inglês
Classificação // 5 estrelas: Adorei-o! É muito bom.

 

Opinião // Isto de mudar de casa obriga-nos a mudar de hábitos. Enquanto que antes chegava à cama e "apagava", agora dou por mim a dar voltas e voltas, ouvindo todos os barulhos estranhos, até adormecer. Vai daí, farta de não ter sono, decidi esticar o braço e ler algo "leve e rápido" e escolhi, entre as várias possibilidades no meu Kindle, o conto "The Bookmaking Habits of Select Species" por Ken Liu. Eu penso que tinha escolhido ler este conto por ter sido um dos finalistas do Prémio Nébula, em 2012.

O conto surpreendeu-me imediatamente por não contar uma história mas sim as diferentes formas como várias espécies no Universo lêem livros e, o que entendem por conceito de livro. Achei tão original! Foi quase como estar a assistir a um episódio do "Cosmos" mas sobre livros e hábitos de leitura. Aliens e livros!

Gostei imenso e pergunto-me porque não leio eu contos mais frequentemente. Deveria.

13.12.13

O Padrinho

 

Para mim "O Padrinho" vai ficar para sempre associado à praia, estendida ao sol, tentando acabar as últimas páginas do livro mas lamentando terminá-lo.

Mário Puzo é um escritor excepcional. Esperava uma escrita crua como a de outros escritores que li dentro do mesmo género e fui surpreendida por uma prosa que nos envolve e aconchega. São setecentas e quatro páginas de puro prazer e entretenimento. Todos nós temos uma noção do que é a Máfia italiana mas só quando se lê este livro é que compreendemos a sua verdadeira essência. Como é formada essa teia de influências e favores, por que valores se regem estes homens, que têm uma cultura tão enraizada que nem um novo país com leis diferentes consegue mudar. Submundo, rede de tráfego de influências, luvas, tudo é aqui explicado através das palavras e acções destes senhores. As suas vidas são algo de assombroso: vivem com a morte e a violência diariamente. Afinal, isso é algo que faz parte do negócio. E só ao ler o livro é que percebi (vi os filmes primeiro) o quanto eles acreditam que o que fazem é bom e correcto. Os seus valores morais, intrinsecamente ligados à religião, são o que lhes dão a justificação para fazerem o que fazem. E são de tal forma convincentes que dava por mim a concordar com eles, a torcer por estes "heróis" que nada mais fazem do que proteger os mais desfavorecidos.
Vito Corleone é inegualável. A primeira vez que vi o filme foquei-me mais na transformação de Michael mas depois de ler o livro fiquei rendida à história de este homem que chegara aos EUA ainda menino, sozinho e sem nada e que tudo conseguiu por ter uma mente arguta e um bom par de "cojones".
Na eterna discussão sobre o que é melhor (livro ou filme) eu vacilo neste caso específico. Como não querer ver o Marlon Brandon como Vito Corleone? Como não ver o Al Pacino transformar o vacilante Michael Corleone no poderoso sucessor do seu pai? A minha conclusão é que ambas as obras complementam-se e ajudam à compreensão da complexidade deste enredo que forma "O Padrinho".

 

Nomes dos personagens: Vito Corleone, Sonny e Michael Corleone, Tom Hagen, O "Turco" Sollozo, o capitão da polícia McCluskey, Peter Clemenza, Johnny Fontane, Luca Brasi.

Nomes dos lugares: Sicília, Nova Iorque.

 

Violência física: Sim
Violência psicológica: Sim
Tipo de cenas: Mortes violentas, chantagens, perseguições.
Mensagem: Política, Religiosa
Pontos positivos: O enredo intrincado e complexo, a escrita, as frases tão poderosas que entraram no nosso vocabulário.
Pontos negativos: Os capítulos de Johnny Fontane.
Fez-me reflectir sobre: Valores morais, família, protecção, dever.

 

Autor: Mário Puzo
Editora: Bertrand
Estante: Grandes autores
Período de leitura: de 26 de Julho a 17 de Agosto de 2013
Formato: Papel
Língua: Português
Classificação: 5: Adorei-o! É muito bom.

11.12.13

O Filho de Thor

Desconhecia por completo esta autora e "O filho de Thor" mas conheço várias pessoas que gostam bastante dela e decidi aceitar a recomendação da Célia. Não sei bem porquê mas tinha-a associado à Anne Bishop o que agora percebo que foi um erro pois ambas são muito diferentes na escrita e universos. A escrita de Marillier é muito bonita e poética, com muita imaginação e informação histórica mas sem aquele "despejar de informação" que muitos autores acabam por fazer.
A primeira metade do "Filho de Tor" foi a que mais me custou, pois serve para contar como surgiu a amizade entre Sommerled e Eyvind, enquanto rapazes. Não morro de amores por histórias com crianças e cheguei a pensar em desistir. No entanto, a autora coloca estrategicamente alguns mistérios e conflitos que ajudaram a manter o interesse e partir para a segunda metade do livro que se passa nas Ilhas Brilhantes.

Sommerled é desde o início o aparente vilão da história. No entanto como é apenas um rapaz assustado que sofreu bastante na infância ficamos sempre na dúvida se ele é intrinsecamente mau ou apenas produto do seu meio e ambições. Depois há a sua relação com Eyvind. Este é um rapaz lutador e corajoso, de ideais e ambições simples. Só que é essa bondade inata que atrai e mantém Sommeled no seu melhor, impedindo-o de se tornar totalmente mau. Eyvind passa por várias e diversas dificuldades ao longo desta história. Sofre quando tem que agir contra aquilo que acredita e a sua recuperação acontece através de Nessa que se torna a sua mais improvável aliada. Por seu lado Nessa vive em conflito por se apaixonar por um guerreiro do grupo que está em luta com o seu povo e ajudar o seu povo a sobreviver. Foi por causa de Nessa que me apaixonei por esta história. As passagens sobre ela e a sua magia são lindíssimas e transportou-me para um tempo em que nós humanos vivíamos mais ligados à nossa Mãe-Terra.
Em resumo: adorei este livro. Começa de uma forma talvez pouco interessante e lenta mas a pouco e pouco prende-nos, principalmente através dos seus personagens, e faz-nos apaixonar por aquele bonito mundo das Ilhas Brilhantes.

 

Nomes dos personagens: Eyvind, Sommerled, Nessa, Ulf, Margaret.
Nomes dos lugares: As Ilhas Brilhantes, Rogaland
Conteúdo sexual: muito discreto: beijos e carícias.
Violência física: Sim, alguma. Pouco descritiva. Cenas de batalha.
Violência psicológica: Sim, discussões e confrontos verbais.
Mensagem: Política, religiosa.
Pontos positivos: A escrita da autora, as cenas de magia de Nessa, Eyvind.
Pontos negativos: A parte inicial enquanto Sommerled e Eyvind são crianças: apesar de necessária tornou-se um pouco chata.
Fez-me reflectir sobre: Colonização e choque de civilizações. Ligação às forças da Natureza.

 

Autor: Julliet Marilliet
Série: Saga das Ihas Brilhantes (#1 de 2)
Editora: Bertrand
Estante: Romance Histórico
Período de leitura: 6 a 21 Junho de 2013
Formato: Papel
Língua: Português
Classificação: 5 estrelas: Adorei-o! É muito bom.

10.12.13

Faefever
Eu sabia de antemão que ia sofrer no final deste livro, estava mais que avisada. Quando quase todas as opiniões que lemos começam por "O QUE É QUE ACONTECEU AQUI?!" ou "QUE FINAL FOI ESTE?" sabemos que devemos estar preparados para sofrer. Mesmo assim nada, durante dois terços do livro indicam o que vai acontecer. Ou melhor (e é nisto que eu vejo o brilhantismo de uma autora que planeou a história antes de a escrever) há indícios mas, quando a merda acontece, já é tarde demais. E como leitora fui surpreendida. Este é uma história que é uma autêntica montanha-russa de emoções negras e pesadas.
A Mackayla nunca esteve tão bem como agora. Acho que ela está mesmo no ponto: mais preparada, mais destemida, em que consegue negociar e manipular as várias partes que a tentam manipular e usar, sem ceder demasiado. A Mac está do lado da Mac e de mais ninguém. Adoro-a e detesto-a. Aliás, eu adoro-a. Há muitos momentos neste livro (nos anteriores também) em que percebemos o quanto ela está sozinha e se sente sozinha. Mais do que a dor da morte da irmã é ter de lidar com toda uma realidade e não ter mais ninguém em quem confiar. E nas suas horas mais solitárias somos nós que estamos ali com ela mas não podemos, infelizmente, conforta-la. 

O livro dá uma grande reviravolta no fim, passando de uma simples fantasia urbana a uma distopia, depois de um certo acontecimento de proporções apocalípticas. Mac, Dublin e o mundo: nada fica a salvo do que acontece.
Adoro a forma como Dublin é retratado nestes livros. Dublin não é apenas paisagem de fundo para enfeitar uma história. Dublin é ela própria um personagem que determina o tom, o ambiente, que se agita e sofre através dos seus habitantes. Há todo um parágrafo que resume perfeitamente tudo aquilo que esta história é, na sua essência:

And I had a startling realization: I loved this city.

Even swimming as she was with monsters, deluged by crime, tainted by the violence of the Sinsar Dubh, I loved Dublin. Had Alina felt this way? Terrified of what might come, but more alive that she'd ever been?
And more alone.


Tenho curiosidade e terror em saber o que vai acontecer a seguir a este livro. Será o próximo ainda mais dark? Conseguirei sobreviver como leitora a tanta dor e suspense? Uma coisa é certa: Faefever foi o melhor dos três que li da saga até agora. Se há alguém que quer saber o que é ler uma fantasia urbana, esta é uma boa série para perceber isso mesmo.

 

Nomes dos personagens: McKayla Lane, Jericho Barrons, V'Lane, Dany O’Malley
Nomes dos lugares: Dublin
Conteúdo sexual: Sensual, descritivo, erótico mas com uma cena de sexo apenas e não muito explícita.
Tipo de cenas: Beijos e nudez e uma cena de sexo.
Violência física: Sim
Violência psicológica: Sim
Pontos positivos: Erm.... tudo?
Pontos negativos: Erm.... nada?
Fez-me reflectir sobre: Apocalipse, Inferno, solidão.

 

Autor: Karen Marie Moning
Série: (#3 Fever)
Editora: Dell Publishing
Estante: Fantasia Urbana
Leitura temática: Não
Período de leitura: 31 Maio a 6 de Junho 2013
Formato: ebook
Língua: Inglês
Classificação: 5 estrelas: Adorei-o! É muito bom.

08.04.13

 

Expectativa: Pouca ou nenhuma. Tinha lido muitos elogios à autora e escolhi o "Rebecca" por entre as várias obras delas para ler, ao calhas.
Estado de espírito: Um pouco incerta e a sentir-me muito reservada em relação às minhas leituras e sem vontade de partilhar com o mundo o que estava a ler. Introspectiva.
Opinião: Uma simples frase abre o romance, como se fosse o próprio portão de Manderley que se abrisse para o leitor:
"Last night I dreamt I went to Manderley again".
Foi difícil para mim compreender aquele primeiro capítulo inicial: todo ele a descrição de um sonho, a revisitação de um lugar, o porquê da impossibilidade dos personagens em lá voltarem, as saudades que dele tinham. É preciso ler todo o "Rebecca", até mesmo à última folha, para perceber o porquê. Uma coisa eu já tinha certeza antes ainda de o ter acabado: estava a ler um dos melhores livros que tinha lido até ao momento. A escrita de Daphne du Maurier é muito boa, envolvente, rica e facilita a visualização dos lugares e situações.
O livro é narrado por uma jovem que depressa se percebe que é insegura, jovem e algo inexperiente. É, no geral, uma pessoa inteligente mas introvertida que consegue cativar Max de Winter, que a pede em casamento. Todos os capítulos até à chegada a mansão após o casamento e lua-de-mel parecem como um enorme prelúdio: fala-se em Manderley, fala-se em Rebecca, na sua vida e morte, mas tudo parece ser algo distante e despreocupado.
O momento chave de entrada em Manderley acontece quando a jovem conhece Mrs Danvers:
"Someone advanced from the sea of faces, someone tall and gaunt, dressed in deep black, whose prominent cheek-bones and great, hollow eyes gave her a skull's face, parchment-white, set on a skeleton's frame. She came towards me, and I held out my hand, envying her for her dignity and her composure; but when she took my hand hers was limp and heavy, deathly cold, and it lay in mine like a lifeless thing. 'This is Mrs Danvers,' said Maxim, and she began to speak, still leaving that dead hand in mine, her hollow eyes never leaving my eyes, so that my own wavered and would not meet hers, and as they did so her hand moved in mine, the life returned to it, and I was aware of a sensation of discomfort and of shame."
O mais interessante é as reviravoltas inesperadas: a narrativa desenrola-se de uma forma algo devagar, serena, contemplativa e, subitamente, o inesperado acontece. Uma revelação, um evento e a história mudava subitamente de rumo, aquilo que parecia acontecer não acontecia, o improvável revelava-se. Até ao fim, até à última página.
Pessoalmente gostei muito mais dos personagens secundários do que dos principais: a jovem narradora com as suas inseguranças consegue ser extenuante (apesar de ser eficaz para a criação de suspense) e o Max de Winter consegue ser detestável durante 99,9% da história. Até da própria Rebecca gostei, personagem que apenas conhecemos através da memória dos outros. É no entanto a Mrs Danvers a figura mais enigmática e interessante de todo o livro, uma das vilãs que mais arrepios me provocou até hoje.
Quando terminei a leitura deste livro procurei saber um pouco mais sobre a escritora e foi interessante descobrir os eventos da vida real da escritora que a levaram a escrever "Rebecca". Toda a história ganhou uma nova dimensão perante os meus olhos: o porquê da narradora ser uma jovem ingénua e mais jovem que o marido, o fantasma da mulher anterior, as comparações na boca das pessoas. Quanto mais semanas passam depois de terminada a leitura de "Rebecca" mais percebo a sua complexidade e a quantidade de temas e sentimentos complexos abordados na obra. Este livro não é apenas um thriller ou um mistério para resolver: é um caminho para a maturidade, para a confiança e amor no casamento e para a descoberta de uma identidade própria e confiança em si mesmo.
Resumo: Uma jovem ingénua conhece um homem mais velho em Monte Carlo e após um breve período de namoro, casam e vai viver com ele para Manderley, a sua mansão. Lá é confrontada com o passado ainda muito recente da morte a primeira mulher de Max de Winter, Rebecca, que a governanta Mrs Danvers se esforça para manter a memória viva. Uma tragédia vai trazer de forma brusca e inesperada os segredos do passado à superfície, obrigando a revelações inesperadas e a um futuro incerto.
Pontos positivos: A construção detalhada da história e a forma inteligente como os dá reviravoltas e surpreende o leitor.
Pontos negativos: O Max de Winter está muito longe do meu conceito de homem romântico, ou minimamente interessante. Também a narradora não achei interessante.
Fez-me reflectir sobre: Amores impetuosos, primeiros amores, diferenças de idades, segundas oportunidades, obsessões.
Excerto / Citação:

Pág. 5 - Happiness is not a possession to be prized, it is quality of thought, a state of mind.
Pág. 35 - They are not brave, the days when we are twenty-one.
Pág. 201 - I thought how little we know about the feelings of old people.
Pág. 221 - Men are simpler than you imagine, my sweet child. But what goes on in the twisted tortuous minds of women would baffle anyone.
Pág. 302 - It doesn't make for sanity, does it, living with the devil.
Pág. 354 - It's funny, I thought, how the routine of life goes on, whatever happens, we do the same things, go through the little performance of eating, sleeping, washing. No crisis can break through the crust of habit.


Adaptação cinematográfica: "Rebecca", realizado por Alfred Hitchcock, acabou por ser o vencedor do Oscar de melhor filme em 1941. Para mim, o Lawrence Olivier conseguiu transformar o Max de Winter numa personagem interessante e charmosa e faz o filme todo.

15.12.12


Lamentavelmente este resumo contém spoilers

Resumo: "O Prestígio" é uma história contada a quatro vozes, em duas épocas diferentes. Andrew Westley, Kate Angier, Alfred Borden, e Rupert Angier são os quatro narradores de uma história sobre a rivalidade entre dois ilusionistas do século XIX. Esta rivalidade entre Alfred Borden e Rupert Angier nasce quase por acaso e rapidamente passa do desejo de um em desmascarar o outro para uma vingança e ambição desmedidas de parte a parte. A obsessão de Rupert Angier em descobrir o segredo de Alfred Borden era tão grande que este acabou por recorrer a Nicholas Tesla para lhe criar uma engenhoca que criasse o mesmo efeito de ilusão que  o truque a que Borden chamava de "O Novo Homem Transportado".
Levados aos limites, ambos destroem as suas vidas pessoais e profissionais e, anos mais tarde, a pequena Kate Angier assiste à morte de uma criança numa máquina estranha na cave de sua casa. Convencida que se trata do irmão gémeo de Andrew Westley, descendente de Alfred Borden, escreve-lhe e desvenda-lhe a história da família. Andrew não tem alternativa a não ser ficar naquele lugar sinistro durante a noite onde algo parece pedir-lhe para ficar desde o momento em que chegou e é então que se depara com uma revelação inesperada, resultado da rivalidade dos seus antepassados.

Expectativa:  Estava um pouco apreensiva. Conhecia e gostei imenso do filme que foi adaptado a partir deste livro e por isso receava não gostar.

Opinião: Tal como mencionei na expectativa, estava um pouco apreensiva relativamente a este livro, um receio que agora vejo ter sido infundado e tolo da minha parte e que me afastou durante muito tempo de uma boa história.
O melhor de "O Prestígio", na minha humilde opinião, é o seu formato epistolar. Por não ser contado de uma forma linear, mas sim através de relatos escritos em diário ou recordações, o que fica por dizer na perspectiva de um personagem só mais tarde é preenchido pelo relato de outro personagem. E, tal como num truque de magia, somos nós leitores que temos que preencher as lacunas sobre o que não nos é dito, sobre o que está por detrás da cortina.
Quando um mistério parece se desvendar, outro surge e todos eles estão relacionados com as vidas de Kate e Andrew, os descendentes dos ilusionistas rivais. O livro é por isso uma sucessão de acontecimentos e mistérios, quase como se o próprio livro fosse um espectáculo de ilusionismo. É engraçado, eu detesto ilusionismo, é uma arte que me aborrece de morte, no entanto no contexto histórico em que a história acontece compreende-se porque é que o ilusionismo era a arte admirável e surpreendente que era, assim como o circo, por exemplo. Este "O Prestígio" fez diminuir um pouco a minha aversão em pegar em livros sobre artes circenses.
E depois Christopher Priest faz algo que eu penso que é formidável: de certa forma, logo ao início, conseguiu implantar-me a ideia que algo de muito errado iria acontecer no fim do livro e senti que toda a história era um crescendo para uma revelação final, como num truque de magia. Não houve por isso um momento do livro que eu achasse particularmente chato porque estive sempre cativada em descobrir algum mistério em particular. E claro que no fim todo o ilusionista apresenta o seu melhor truque.
Quanto aos personagens, apesar de não ter tido favoritos, foram todos suficientemente interessantes, cada um à sua maneira. É um romance dominado pelos personagens masculinos, em que mulheres e amantes são apenas satélites nas vidas destes homens. Até Kate Angier é mais uma personagem secundária que serve apenas para ajudar a contar a história de Andrew, apesar de ela ter sido a faísca que dá início à acção.
"O Prestígio" é por isso excelente livro de crime, mistério, fantástico, histórico e algum (mas muito pouco) terror, bem contado e que, além de inteligente, entretém.
A adaptação foi feita ao cinema pela mão de Christopher Nolan, em 2006, tendo como protagonistas Hugh Jackman (Robert Angier) e Christian Bale (Alfred Borden). O filme é um pouco diferente do livro o que eu acho que é óptimo porque assim nenhum estraga a experiência do outro. Os finais de ambos (livro e filme) são arrepiantes e agrada-me que sejam diferentes.

Estado de espírito: Boa, com uma rotina estável mas sem desejo de ler coisas tristes.

Pontos Positivos: O formato diário, epistolar do livro, a narrativa na primeira pessoa acaba por aumentar o suspense, por dar um ponto de vista mais pessoal à história contada. A revelação final está à altura do suspense que criou ao longo do livro.

Pontos Negativos: Não lhe encontrei nenhuns pontos negativos.

Fez-me refletir sobre: Para se contar bem uma história tem que ser bem  preparada, assim como um truque de magia.

21.10.12


Lido em Inglês. Lido no Kindle

Resumo: Num dia chuvoso, enquanto levava a filha à escola de autocarro, Gretchen Rubin perguntava-se se era feliz. Era realmente feliz? Ela achava que sim mas esta reflexão não a largou durante muito tempo. Percebeu que queria aproveitar ao máximo os dias com a sua família, amigos, no trabalho e no dia-a-dia em geral. Incomodada com a possibilidade que estaria a deixar escapar "momentos de felicidade" e que não estava interessada em abandonar a sua vida e ir à procura da felicidade, Gretchen decide passar um ano inteiro a melhorar a sua própria felicidade. A esta tarefa chamou-lhe "Projecto Felicidade". Este livro é o relato desse ano de experiências.

Expectativa: Eu já conhecia o blog da autora há algum tempo e nunca tinha realmente me interessado pelo livro até que vi o vídeo no canal Thnkr no Youtube. Achei que esta era a leitura ideal para o momento que estava a passar.


Opinião: Há muito tempo que não lia um livro de auto-ajuda e é sempre aquele tipo de livros que nunca dizemos que lemos porque é foleiro e transmite a ideia que não estamos bem quando até estamos. Até ao dia em que não estamos e não sabemos bem porquê.
Acho que a história da experiência da Gretchen Rubin é baseada um pouco nessa ideia: ela já era feliz, apenas queria ser mais sem negar a vida dela, "sem ter de partir pelo mundo" em busca da felicidade. Decidida a passar um ano a descobrir a sua fórmula pessoal para ser mais feliz, a autora decidiu abordar 12 aspectos da sua vida (um por mês) tentando várias estratégias, pesquisando, fazendo experiências, acertando e errando. Resumidamente: 
Janeiro - vitalidade; Fevereiro - casamento; Março - trabalho; Abril - ser uma mãe melhor; Maio - lazer; Junho - amizade; Julho - dinheiro; Agosto - Eternidade; Setembro - perseguir uma paixão; Outubro - prestar mais atenção; Novembro - atitude; Dezembro - Todas as anteriores.
Em cada capítulo, além de falar da sua experiência ela cita várias personalidades famosas e obscuras, menciona estudos sobre o tema, conta situações de amigos e partilha comentários que as pessoas fizeram no seu blogue. Por ser uma boa escritora ela passa toda esta informação de uma forma muito interessante, nunca chata, o que acabou por tornar toda a leitura relativamente agradável e pouco "auto-ajuda" como em livros que li antes deste. Devido à quantidade de informação acabei por fazer uma série de anotações no meu kindle (23 no total) sobre como encontrar ou produzir felicidade a cada momento da nossa vida em vez de esperarmos que os momentos de felicidade "aconteçam". Alguns exemplos:
"It is by studying little things," wrote Samuel Johnson, "that we attain the great art of having as little misery, and as much happiness as possible."
"We tend to think that we we'll be slightly happier in the future than we are in the present."
"Having some kind of physical way of preserving information keeps good ideas vivid and creates unexpected juxtapositions."
"Unless you make consistent efforts, your friendships aren't going to survive".
"A common theme in religion and philosophy, as well as in catastrophe memoirs, is the admonition to live fully and thankfully in the present."
"Refusing to be happy because someone else is unhappy, though, is a bit like cleaning your plate because babies are starving in India."
"It is easy to be heavy; hard to be light".
E a minha favorita de todas:
"The days are long, but the years are short."

No fim achei que este livro não me trouxe nada de novo mas fez algo melhor que isso: trouxe-me a confirmação, através de outra pessoa, daquilo que eu já sabia ser a "fórmula da felicidade".

Estado de espírito: O meu Verão foi um pouco complicado em relação à "felicidade": tive duas mortes na família e no geral sentia que não estava bem, apesar de não saber o porquê. Enquanto reavaliava as razões da minha "infelicidade" comecei a ler este livro e imediatamente percebi que estava no bom caminho em endireitar o meu dia-a-dia, que precisava de rever certas áreas da minha vida, livrar-me de certos hábitos, criar novos, procurar ter mais pequenos momentos felizes. Foi o livro certo no momento certo.

Pontos Positivos: A escrita, os muitos exemplos, citações e truques. É um livro muito prático que inspira a ser prático também. Tem uma listagem porreira no fim de todos os livros que a autora consultou e menciona no livro.

Pontos Negativos: Acho que não encontrei nenhum.

Fez-me refletir sobre: A felicidade nas pequenas coisas. A gratidão. Trabalhar mais nas minhas amizades.

O blogue da autora: The Happiness Project

21.06.12

Estes três contos pertencem a sagas que estou a ler e aproveitei para lê-los durante a leitura do Leões de Al-Rassan para cortar um bocadinho o ritmo.

 

Teme a Escuridão, de Sherrilyn Kenyon

Saga “O Predador da Noite"

Este conto encontra-se publicado na Revista Bang nº 12. Eu pausei a saga dos Predadores da Noite após a leitura do Dança com o Diabo, o 4º livro da saga (que adorei!) e, apesar de saber que corria o risco de me spoilar a ler este conto, não resisti a fazê-lo. Spoilei-me sim, e à grande. Fiquei muito surpreendida ao descobrir que certas coisas aconteceram (que nem imaginava serem possíveis de vir a acontecer) e que o Nick era agora um Predador da Noite. E Daemon. E que podia andar à luz do dia. E que odeia o Ash. Num pequeno conto foram tantas revelações que a minha vontade é recomeçar a saga já amanhã. O conto foca-se em duas situações: O regresso de Nick a uma Nova Orleães destruída pelo Katrina e o ódio que o consome desde a morte da mãe. Adoro a escrita de Sherrilyn Kenyon e as voltas que ela dá aos seus personagens. Muito bom!

 


Mina Wentworth and the Invisible City, de Meljean Brook

Saga "The Iron Seas"

 

Este conto foi publicado numa edição especial do "The Iron Duke" em Janeiro passado e funciona, de certa forma, como um final para a Mina e o Rhys depois do abrupto "felizes para sempre" do romance. A acção decorre passados 8 meses. A morte de um dos deputados do parlamento por uma estranha máquina em forma de roda que anda sobre carris lança Mina para mais uma investigação. Como inspectora da Scotland Yard ela corre constantemente perigo, mesmo com o seu fiel Newberry a acompanha-la e isso é algo que deixa o Rhys completamente louco. É que ele não está habituado a viver com o coração fora do corpo, a gostar e preocupar-se com outra pessoa além dele. Esse é o grande desafio de Mina e Rhys ao fim destes meses de casamento: mais do que amarem-se um ao outro, é viverem o dia-a-dia preocupando-se sim mas não morrerem de ansiedade com isso. Muito interessante também é ver como Anne, a menina que Mina adoptou no fim do The Iron Duke, se ajusta a ter uma família, uma espécie de mãe/irmã mais velha em Mina e um pai em Rhys. De resto, foi excelente regressar a Londres e rever os pais de Mina, saber um pouco mais sobre as "crèches", rir à gargalhada com as interacções entre Mina e o muito pudico Newberry, rever o Scarsdale. Apesar do mundo de The Iron Seas estar a evoluir noutras direcções, com outras heroínas e lugares, Mina Wentworth e a sua muito poluída e cinzenta Londres, terão sempre um lugarzinho muito especial no meu coração.

 

“Small-town Wedding”, de Charlaine Harris

Saga “Sangue Fresco”.

 

Este conto foi publicado no The Sookie Stackhouse Companion. Sam tinha convidado a Sookie a acompanhá-lo ao casamento do irmão mesmo já estando numa relação com a Jannilyn. Este conto é sobre isso mesmo: Sookie conhece a família de Sam e pelo meio evitam uma manifestação de ódio contra os metamorfos durante o casamento, instigada pela Irmandade do Sol. Dois terços deste conto são chatos. Como já li os dois livros posteriores aos eventos deste conto passei o tempo todo a revirar os olhos com as interacções Sookie/Sam (porque não quero que a Sookie fique com ele no final da saga). O conto acaba por ficar interessante no terço final quando começa a manifestação assim como o momento pós casamento. Também me surpreendeu pela positiva pela reintrodução de personagens de livros passados assim como o fechar de situações do passado da Sookie, nomeadamente o Quinn. Este conto deve ser lido entre o 9º e o 10º porque, quem como eu não o leu, houve eventos que não compreendi e realmente lamento que a autora tenha decidido colocar alguns eventos importantes para a compreensão da história fora do alcance de tantos fãs.

09.02.12

Resumo: Revolutionary Road conta a história de Frank e April Wheeler, um jovem casal americano dos anos 50 que têm uma vida estável e perfeita nos subúrbios de Nova Iorque. No entanto ambos estão terrivelmente infelizes com a vida que têm pois sentem que abdicaram dos seus sonhos quando casaram e tiveram filhos. Decidem então partir, deixar para trás aquele lugar e irem viver para Paris, um lugar que sempre sonharam, um lugar melhor. O problema é que Frank tem de enfrentar o medo de um futuro incerto e April terá de lutar para que não desistam da mudança.

Expectativa: Esperava um bom livro, sério e pesado mas receava não gostar da escrita ou que fosse muito enfadonho. 

Opinião: Mesmo que não tivesse gostado da história teria adorado a experiência de ler Richard Yates. Que escritor maravilhoso. Adorei tanto mas tanto a sua prosa, a forma como nos apresentava as cenas, em que actos e pensamentos, frases e ideias coexistiam todos no mesmo parágrafo. As discussões, as emoções são tão bem narrados que senti-me na pele daqueles personagens, vivendo aquele dia-a-dia, sofrendo a agonia dos dias que passam e da vida não muda.
O tema do livro é o mais banal possível: um casal em ruptura, com discussões constantes, em sofrimento. Um tema que pela sua simplicidade faz-nos acreditar que será outro livro banal só que a forma como Yates desenvolve as cenas, interliga os personagens, as suas acções e consequências (além da sua escrita maravilhosa) é que o torna cativante.
É sobre a perspectiva de Frank que conhecemos grande parte da história: a sua incapacidade de alcançar April, o trabalho enfadonho, a traição, a euforia e posteriormente em partir. Houve momentos que me repugnou com as suas mentiras e manipulações, outras que senti compaixão porque afinal ele é cobarde, como todos nós o somos pelo menos uma vez na vida. Do outro lado April, a altiva, a autora da louca ideia de partirem para Paris, é a pessoa mais infeliz de toda a história. Quando o livro começa presenciamos o último dos seus sonhos a ser esmagado. É terrível estar na pele dela. A mulher, a dona de casa, a mãe... ela é tudo aquilo que não desejava ser naquele momento.
Nas discussões por vezes ficava do lado dele, outras do dela. Amei e odiei ambos porque revi-me em ambos, no bom e no mau.
John Givings entra em cena como o elemento destabilizador: ele é o louco, sem filtro social, que diz o que pensa e por isso mete o dedo na ferida e esfrega. É ele que compreende a loucura dos Wheelers em partirem do "vazio sem esperança" e é ele que abre o jogo quando estes anunciam que já não o vão fazer.

Uma pequena nota: não resisti em ver logo a seguir o filme realizado por Sam Mendes, com a Kate Winslet e o Leonardo Di Caprio. A adaptação está perfeita com ambos os actores a fazerem uma interpretação excepcional. No entanto a escrita de Richard Yates é incontornável e merece ser lida.

Pontos Positivos: A escrita maravilhosa de Richard Yates, o tema íntimo que retrata, a forma crua como a história é contada.

Pontos Negativos: Não tem.

Estado de Espírito: Muito bom, ansiava há algum tempo em ler algo assim.

Fez-me reflectir sobre: As expectativas da juventude, os sonhos quebrados, a coragem e a cobardia. O espaço vazio que a falta de amor deixa.

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