15.12.05
Cancro do colo do útero: nova vacina no início de 2007
2005/12/12 | 22:43 Vacina está a ter «100 por cento de eficácia» desde a realização dos primeiros estudos, há cerca de quatro anos, anuncia empresa fabricante Uma nova vacina contra o vírus causador do cancro do colo do útero deverá começar a ser comercializada no início de 2007, disse hoje à Agência Lusa fonte da empresa fabricante.A Sanofi Pasteur MSD, única empresa na Europa dedicada exclusivamente a vacinas, anunciou hoje que submeteu à Agência Europeia de Medicinas (EMEA) o pedido de autorização de comercialização de uma vacina contra os quatro tipos de papilomavírus humano (HPV) mais frequentemente responsáveis pelo cancro do colo do útero, lesões cervicais pré-cancerígenas e lesões genitais externas.
Contactada pela Lusa, fonte da empresa referiu que, tendo em conta os prazos normais dos pedidos de autorização, a vacina só deverá começar a ser vendida no início de 2007, não estando ainda definido o preço.
A fonte salientou que esta vacina está a ter «100 por cento de eficácia» desde a realização dos primeiros estudos, há cerca de quatro anos.
O cancro do colo do útero é, depois do cancro da mama, a segunda causa de morte por cancro mais comum entre mulheres jovens (15- 44 anos) na Europa, onde morrem por dia 40 mulheres com a doença.
O presidente da Sociedade Portuguesa do Papiloma, Rui Medeiros, disse à Lusa que o cancro do colo do útero mata todos os anos em Portugal 200 mulheres, sendo diagnosticados anualmente entre 900 e mil novos casos da doença.
«Esta nova vacina parece que vai ajudar a prevenir o cancro do colo do útero. Os resultados obtidos mostram uma eficácia a 100 por cento e uma protecção a quatro anos. É claramente uma vacina com resultados fantásticos», salientou Rui Medeiros.
O especialista referiu que o HPV se transmite por via sexual, sem que o uso do preservativo evite completamente o risco de infecção, mas há factores, como o tabaco, que contribuem para que o cancro do colo do útero surja mais cedo.
«As mulheres em Portugal cada vez fumam mais. Se, além de ter o HPV, a mulher for fumadora, o cancro aparece muito mais cedo», afirmou.
Para Rui Medeiros, «é preciso as mulheres convencerem-se que têm de ir ao médico, especialmente ao ginecologista», sendo aconselhável que a partir dos 30 anos façam rastreios anuais a possíveis infecções por vírus.
Segundo a Sanofi Pasteur, estima-se que 70 por cento das pessoas sexualmente activas possa estar expostas ao papilomavírus «numa certa altura da sua vida, sendo assim muito comuns as infecções genitais por este tipo de vírus, que é muito infeccioso».
«Em geral, o vírus pode desaparecer por si ou não exibir quaisquer sintomas. No entanto, num determinado número de casos, pode causar lesões cervicais de baixo grau e lesões genitais externas, incluindo verrugas vaginais», refere a empresa, acrescentando que a evolução destas lesões pode originar um cancro no colo do útero.