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Telma_txr

Mix de leituras, organização, tv, filmes, tecnologia e de mim, claro!

Telma_txr

Mix de leituras, organização, tv, filmes, tecnologia e de mim, claro!

13.08.11

Lido para o Verão Temático
Resumo: Lloyd Simcoe e Theo Procopides estão prestes a dar início a uma das experiências mais importantes das suas vidas: descobrir o Bosão de Higgs. No entanto, algo de completamente diferente acontece. Eles e toda a humanidade têm um vislumbre do seu próprio futuro, dali a 20 anos. Quando acordam o mundo encontra-se no caos: acidentes aéreos e viários aconteceram, muitos morreram e todos estão confusos com a visão que tiveram. Acima de tudo, Theo está confuso com a visão que não teve. É então criado um sistema de partilha de visões, para confirmar a veracidade das mesmas e Theo depressa descobre que será assassinado dali a 20 anos no futuro. Conseguirá ele alterar o seu futuro ou este é imutável e impossível de alterar?


Expectativa: Alta, sabia que o enredo se passava no CERN e que tinha uma abordagem mais científica que a série de TV. Estava preparada para um livro pouco interessante a nível de escrita mas acabou por me surpreender pela positiva.

Opinião: Se pudesses ter um vislumbre do teu futuro, estarias pronto para essa experiência? Quais seriam as repercussões que esse vislumbre teria no teu presente? É o futuro tão imutável como o passado? Estas são algumas das questões com que os personagens deste livro se debatem após o Flashforward. Com o doseamento certo de acção, introspeção, explicações científicas e algum romance, Flashforward foi um livro que me manteve constantemente interessada. O enredo começa com o acidente no CERN e todas as suas consequências imediatas e vai desenvolvendo, de uma forma clara e sem atropelos para os dramas pessoais de cada um dos personagens. Como estes são quase todos cientistas do CERN, permite a introdução natural das atuais teorias da física quântica que se debruçam sobre o funcionamento do universo e das viagens no tempo. Assim, qualquer leitor leigo sobre o tema pode aprender o que é o “Gato de Schrödinger”, o “Cubo de Minkowski”, o “Bosão de Higgs” entre outras teorias. Interessante foi encontrar que o próprio CERN tem uma página dedicada ao livro onde indica a ciência por detrás do livro e alguma informação sobre o trabalho que está a ser desenvolvido no complexo. Aconselho o vídeo que está nessa página.
Confesso que, dos diversos dramas pessoais apresentados, aquele com que mais me identifiquei foi o do Dimitri, irmão do Theo. A perspectiva de um futuro imutável e da não realização dos sonhos pessoais é algo que se apresenta como devastador e de uma vida não vivida.
Também achei interessante o paralelismo entre o capítulo final do Flashforward e do capítulo final da Máquina do Tempo. Em ambos há um “salto” para um futuro longínquo em que se questiona a sobrevivência ou evolução da raça humana. Achei genial (embora não concorde) a conclusão do Robert J. Sawyer que a existência do universo se deve à existência de um Observador, como no caso do “gato de Schrödinger”, e que esse Observador somos nós, humanidade.
Por fim, um dos factos mais interessantes do livro: foi escrito em 1999 mas a trama decorre em 2009. O autor acertou no nome do Papa Bento XVI, ainda antes deste ter sido nomeado em 2005 (é o bispo nomeado que escolhe o seu próprio nome de Papa).
Este é um livro dirigido a todos aqueles leitores que gostam de ficção-científica, da especulação e do debate mas satisfaz igualmente um leitor que gosta de ação.

Pontos positivos: A forma doseada como a ciência, a acção, o drama e a reflexão existem no livro. A forma original como o tema foi tratado (um avanço apenas da consciência e não do corpo).

Pontos negativos: Os personagens principais são pouco interessantes nos seus dramas pessoais.

Estado de espírito: Muito bom, motivada com a leitura. Gostei muito e satisfez-me em pleno, pois gosto muito do tema (viagens no tempo) e toda a ciência da física quântica.

Fez-me refletir sobre: Se estaria preparada a ver o meu futuro, se conseguiria viver se este me desiludisse.

26.07.11

Lido para o Verão temático.
Este livro foi adquirido através do Bookmooch
Pode ser lido gratuitamente aqui (em inglês)

Resumo: O Viajante do Tempo conta ao seu grupo de amigos a aventura que viveu durante uma semana no futuro, no ano 802701, para onde viajou na sua máquina do tempo, que ele próprio construiu. Nesse futuro distante, o Viajante descobre que o ser humano dividiu-se em duas raças distintas: Os Eloi, que vivem felizes durante o dia, em que dançam e vivem do que recolhem da Natureza; e os Merlock, que vivem embrenhados na escuridão de túneis, cheios de maquinaria. Após descobrir que a sua máquina do tempo desapareceu, o viajante empreende uma aventura para tentar recuperá-la e assim descobre o quanto é horrifica e desumana a evolução do homem nestas duas facções. Ao regressar ao seu tempo, conta a história mas passado uma semana volta a partir na Máquina do Tempo e fica desaparecido durante 3 anos, altura em que a história nos está a ser contada a nós.

Expectativa: Esperava uma boa história, talvez um pouco desactualizada, por esta ter sido escrita no século XIX.
Crítica: Adorei este livro e fiquei muito impressionada com a boa história que encontrei. A escrita de H.G.Wells é cativante e permite-nos visualizar bem toda a acção e o mundo futurista para onde o viajante vai. Confesso que fiquei surpreendida do porquê do viajante não só não ter planeado a viagem que iria fazer assim como ter decidido "parar" num futuro tão longínquo. A resposta a esta minha dúvida não tardou em surgir: esta história serve para fazer uma crítica social à sociedade do século XIX, que se dividia em nobreza e proletariado. Algumas ideias socialistas estão presentes durante este conto, como formas de solução mas nada que polua a leitura do  mesmo, para quem não gosta de política. É pois esta visão da sociedade do Séc. XIX sobre um futuro distante que faz a "Máquina do Tempo" um pouco desactualizada mas, se entendermos que o viajante é um homem desse século, podemos sempre dizer que a nossa visão de Sec. XXI está limitada ou influenciada pela sua visão.
Confesso que esta minha humilde opinião sobre este clássico pode ficar muito aquém da importância que este livro pode ter para o tema das viagens do tempo, assim como para a literatura do fantástico, talvez por me faltar alguns conhecimentos académicos ou mais leituras dentro do tema.
Pontos positivos: Uma história bem contada, criativa, uma boa aventura cheia de peripécias e terrores. Muito interessante.
Pontos Negativos: Confesso que gostava de saber um pouco mais sobre a "mecânica" da Máquina do Tempo, saber o que é que permitia mecânicamente viajar no tempo àquele cadeirão com alavancas mas compreendo que não era essa a finalidade do conto, mas sim a crítica social.
Estado de espírito: Excelente, estou de férias!
Fez-me reflectir sobre: As diferenças sociais, a evolução do ser humano e a possível capacidade, ou não, de sobreviver neste planeta.

14.06.11

Série: Jogos da Fome (#1 de 3)


Resumo: Numa América do Norte pós-apocalíptica, agora conhecida por Panem, Katniss Everdeen é uma adolescente do distrito 12, um dos mais pobres, onde todos os dias sai para caçar ilegalmente e assim garantir alguma comida à sua família. A história começa no dia do sorteio para os Jogos da Fome, um evento sangrento que obriga que dois jovens de cada distrito a lutar numa arena, até à morte. Por um azar do acaso a irmã de Katniss é sorteada mas esta oferece-se para ir no seu lugar. Katniss e Peeta, o filho do padeiro, são então levados para o Capitólio onde são preparados para os Jogos. No entanto, uma revelação por parte de Peeta, e com o apoio de Haymitch, poderá garantir a sobrevivência não de um mas de dois tributos. Tudo dependerá da forma como jogarem nos Jogos da Fome.

Crítica: Tomei conhecimento desta trilogia o ano passado, no dia em que foi publicado o último livro "Mockingjay". A minha timeline americana, com quem normalmente falo de Sangue Fresco estava eufórica e bastou perguntar do que falavam para ter todas as respostas que procurava. Apesar de ser um livro que foi comercializado como juvenil (young adult) a verdade é que os Jogos da Fome são muito mais do que isso, e ainda bem. É uma distopia que tem um tema cruel como base e todo o livro está bem pensado, o mundo bem concebido e é credível. A leitura é altamente viciante, mesmo naquela parte de preparação para os jogos em que eles não fazem mais nada senão comer (ok, fazem outras coisas mas parece que só pensam em comida). Durante boa parte do livro pensei: "Hum... a Katniss parece-me estranhamente familiar." Mas foi só quando entrou na arena que consegui perceber com quem era parecida: Lara Croft, dos jogos Tomb Raider. Para quem jogou (como eu) sabe o que é passar horas a correr, a pular e a descobrir coisas com a Lara. A sensação de ler este livro é muito semelhante: trepamos às árvores, caçamos, comemos, fugimos e atacamos com a Katniss. Passamos o período de duas semanas na arena nos pensamentos dela mas, ao contrário de outros livros que li, não é maçudo ou estilo "guião de filme". É neste pormenor que eu dou mais uma estrela em comparação, por exemplo, com o Carbono Alterado, outro livro de FC que gostei bastante mas que tornava-se confuso nas cenas de acção. Quanto à história romântica, que não é bem romântica mas é... é interessante e necessária. É o que por vezes move as personagens numa determinada direcção. Acho que tem várias interpretações e por isso é que eu gostei do relacionamento romântico. Todos os capítulos terminam num "clifhanger" assim como o final mas nem isso me deixou stressada. Gostei mesmo muito deste livro.
Pontos positivos: A escrita, o mundo criado e as motivações altruístas de Katniss. Uma heroína completa na minha opinião.
Pontos negativos: Não tem.
Fez-me reflectir sobre: Fome, sobrevivência, política manipulativa.
Nota: A trilogia vai ser adaptada ao cinema e gostei muito da escolha para Katniss, a talentosa Jennifer Lawrence. Fico também ansiosa pelo filme!

14.06.11

Resumo: Skeeter, Aibileen e Minny são 3 mulheres que vivem em Jackson, Mississipi (EUA) na década de 60. Decorrendo no início de uma época de grandes transformações sociais e políticas, a história destas 3 mulheres mostra-nos como como é cruel e devastador para ambas as partes a contínua segregação entre negros e brancos. Aibileen decide aceitar a proposta de Skeeter e isso vai originar uma série de eventos em cadeia que vai modificar a vida de todas as mulheres desta cidade.

Crítica: Este livro é formidável. Não sou grande fã de histórias sobre a segregação, por serem tão incómodos, mas “As Serviçais” fá-lo de uma forma suave, meiga, sem deixar de ser real. Contando o dia-a-dia de cada personagem, ficamos a conhecer o quanto era cruel e abusivo a imposição de determinadas regras por parte dos brancos sobre os negros e a forma digna como estes resistiam em silêncio contra essas crueldades e o medo contínuo em que viviam. Tem passagens tão emocionantes, momentos hilariantes e tantos outros cheios de tensão. Acima de tudo, nunca é aborrecido, moralista ou previsível deixando-nos a nós, leitor, à vontade de tirar as nossas próprias conclusões.

Expectativa e estado de espírito: Esperava um bom livro, considerando que me tinha sido recomendado pela Safaadib. Agora irei sempre concordar com as suas sugestões. Quanto ao meu estado de espírito era bom, acho que foi o livro certo na hora certa.

Pontos positivos: o tema, o bom humor, o final agridoce.

Pontos Negativos: Não tem.

Fez-me reflectir sobre: Como é fácil magoar alguém, até nas pequenas atitudes, porque temos medo de ir contra o que a sociedade nos ensinou ou mesmo contra aquilo que nos deixa confortável, só para melhorarmos a vida de outrém.
Título Original: The Help

Nota: O trailer do filme baseado neste livro:

03.03.11

Resumo: A história deste livro divide-se em 4 partes: A primeira conta a história de Chiyo, uma menina de uma pobre aldeia de pescadores. Após a mãe adoecer, o pai idoso concorda em vender as suas filhas e é assim que Chiyo se vê em Gion, separada da irmã mais velha e do mundo que conhecia. Chiyo foi vendida para ser gueixa mas sofre uma série de peripécias acabando por se ver condenada a ser escrava da casa para onde foi vendida, até morrer. É aí que algo de inesperado acontece: a gueixa Mameha procura-a para a educar como gueixa e é aqui que começa a 2ª parte da história. Chiyo torna-se a irmãzinha de Mameha e com ela aprende a ser gueixa. No entanto vê constantemente o seu caminho bloqueado por Hatsumomo, a gueixa que vive na mesma casa, e que tudo faz para a difamar. Com o empenho e engenho de Mameha, Chiyo, agora com o nome de Sayuri, passa a ser uma das gueixas mais importantes de Gion, levando à queda e desgraça de Hatsumomo e da sua irmãzinha Abóbora. No entanto, apesar de tudo Sayuri não consegue alcançar o que mais deseja: o interesse do Director. É aí que começa a terceira parte desta história: a Segunda Guerra Mundial que muda tudo e todos. Sayuri perde a protecção do seu danna e só com a ajuda Nobu consegue se afastar dos perigosos bombardeamentos. Quando regressa, tudo mudou em Gion e Nobu oferece-se para ser o seu danna. Desesperada, porque não quer que o seu destino fique eternamente preso ao dele e  elabora um plano para que tal não aconteça. A 4ª parte é quando Sayuri se muda para Nova Iorque e aí abre um salão de chá. É em Nova Iorque que conta as suas memórias ao professor Jakob Haarhuis, que as publica após a morte desta.
Crítica: Alguns meses após o empréstimo deste livro iniciei a sua leitura. Tenho que confessar que estava cheia de ideias pré-concebidas sobre ele, como acontece com todas as obras de grande sucesso, e por isso receava que fosse uma leitura "secante" ou "moralista" ou simplesmente má. Nada disso. Adorei esta história, que me agarrou logo nos primeiros parágrafos. Toda a narrativa está povoada de imagens lindíssimas de Kimonos, maquilhagem, danças, música, do bairro de Gion, das casas de chá, do mar. E por ser descrito na primeira pessoa, parece que vimos tudo através dos bonitos olhos azuis de Chiyo / Sayuiri. A sua história, desde menina até aos capítulos finais é um rol de tragédias e dificuldades ultrapassadas. Sofremos com ela todos os castigos, gozamos com ela todos os momentos felizes. Só houve uma altura em que a história me desagradou, em que Sayuri já sendo gueixa, era tão passiva e submissa. Sei que esta minha "comichão" deve-se às diferenças culturais entre mim e ela, no entanto não me deixou de irritar que, com o exemplo de tantas mulheres inteligentes e autónomas, Sayuri parecia tão submissa a todos os que a rodeavam. Tirando isso, é um livro encantador que oferece uma montanha-russa de sentimentos para experimentar, um buffet de imagens para digerir e um olhar para um mundo especial só de mulheres.
Expectativa e estado de espírito: Foi bom ver as minhas ideias pré-concebidas caírem por terra e descobrir um mundo fascinante e bem construído. O meu estado de espírito também melhorou bastante com este livro, dava por mim a pensar nele quando não o estava a ler e a desejar regressar à sua leitura o mais depressa possível.

Pontos positivos: As descrições, principalmente dos kimonos. Todo o vocabulário japonês integrado no texto. O desenrolar da história.
Pontos Negativos: A passividade de Sayuri.
Fez-me reflectir sobre: O papel submisso da mulher na sociedade japonesa. Compra e venda de seres humanos. Aparências e conceito de belo.
Título Original:  Memoirs of a Geisha.

Livro emprestado pela Philipa_Vic através do Twitgang.

25.11.10

Formato: e-book
Lido em Inglês

Resumo: Mina é uma inspectora da era vitoriana da Scotland Yard em Londres. A história começa quando esta está num baile de celebração dos 9 anos do do fim do domínio da Horde sobre Londres, para investigar um corpo que foi encontrado na casa do Iron Duke. Este é considerado um herói nacional porque foi ele que, 9 anos antes, derrubou a torre que emitia o sinal de rádio que controlava os sentimentos dos londrinos, libertando-os dessa escravatura e dando origem à revolta contra a Horde.
Mina dirige-se à casa do Duque acompanhada de do seu guarda-costas e rapidamente se apercebe que algo de estranho se passa com aquele corpo, devido ao estado em que este se encontra. Conhece o Duque, ex-pirata de poucas falas, e interroga-o sobre o corpo em questão, do qual o Duque nada sabe. Ao examinar o corpo, Mina descobre que algo não bate certo com os nanoagentes do cadáver e decide consultar o Blacksmith (figura misteriosa altamente respeitada) para obter a sua opinião. O duque atravessa-se no seu caminho: por um lado, também ele parte interessada na investigação em curso, por outro, interessado por Mina, que de certa forma o impressionara na noite anterior. Após a revelação feita pelo Blacksmith sobre o cadáver, ambos se apercebem que aquele corpo não caiu do céu para a propriedade do Duque por acaso e ambos juntam forças e meios para desvendarem o mistério, lançando-os numa incrível aventura por terra, ar e mar.

Crítica: Este foi o melhor livro que li este ano. Considerando que li 18 livros antes deste diz bastante sobre ele. Mantive o resumo ao mínimo porque não quero desvendar muito da aventura mas tenho que falar sobre os vários elementos que me fizeram adorar este livro.
Em primeiro lugar, o género: steampunk . Foi o primeiro livro que li do género e fiquei rendida. Imaginar uma tecnologia mecânica de certa forma demasiado avançada numa época vitoriana é absolutamente fantástico. Adorei as naves voadoras, os barcos, os carros a vapor e tanto mais que me poderá ter escapado devido ao meu fraco vocabulário inglês.
Depois o universo criado pela escritora que é tão grande, meticuloso, pormenorizado, cheio de detalhes e explicações, que de tão inacreditáveis parecem impossíveis mas que fazem sentido neste mundo alternativo. Porque o universo do The Iron Seas é um mundo com uma história alternativa, de uma Europa infestada de zombies e uma Inglaterra a recuperar de 200 anos de invasão da Horde. É como olhar para um mundo pós-apocaliptico, onde certos humanos tinham de viver com martelos ou picaretas como braços ou pernas e que agora os recuperam em forma de próteses mecânicas. Em que para conseguir viver na infestada Londres tem que se estar infectado pelos nanoagentes, agora inertes mas que antes os subjugavam às vontades do Khan. E foram estes mil e um detalhes (inclusive menções constantes ao império Lusitânico) que me mantiveram agarrada, de uma forma quase viciante, ao livro.
A sua heroína, Mina. Adorei-a do início ao fim, maravilhosa. A sua inteligência acutilante fez-me pensar vezes nela como uma “Dana Scully” vitoriana. Mina é o resultado de uma violação da sua mãe por um membro da Horde e devido aos seus traços asiáticos é alvo-constante de ataques físicos. Daí ela ter um guarda-costas. No entanto é, apesar da sua aparência, uma filha amada pelos seus pais e irmãos, com amigos próximos que a adoram e é também uma respeitada inspectora da Scotland Yard. Não é, ao contrário da maioria dos romances, uma heroína desamparada. O Iron Duke, Rhys, tem que fazer um jogo menos limpo para conseguir que Mina partilhe a sua cama.
Quanto ao duque, já não o adorei tanto assim. É, durante a primeira metade do livro, um bronco, que parece que o seu único objectivo é levar Mina para a cama. No entanto, com o desenrolar da aventura descobrimos o seu lado pirata e aventureiro, alguém cujo seu estado normal é estar ao comando de um navio e revela-se, pouco a pouco, o que o levou a cometer o tal acto heróico assim como o seu passado difícil. Sendo este um romance steampunk é o romance a base da história, o fio condutor que empurra a acção, mas não é a totalidade do livro.
As cenas intimas entre Mina e Rhys são descritas ao pormenor e muito muito quentes. Houve até algumas críticas que se interrogavam se duas das cenas eram ou não cenas de violação. Eu achei que não mas a dúvida criada e a a mestria como a escritora montou as cenas eleva-a a um patamar acima das restantes escritoras românticas.
Os personagens secundários também são eles fascinantes: a família de Mina, Newberry, Scarsdale, Lady Corsair, o Blacksmith e outros são personagens secundárias activas, divertidas, surpreendentes. Dei por a gostar tanto deles como de Mina e Rhys.
Por fim, as criaturas. Há zombies, krakens, gatos gigantes e até humanos alterados geneticamente devido à presença dos nanoagentes.
E há mais, muito mais, como questões de xenofobia ou homossexualidade que são abordados no livro e que não cabem nesta crítica. Cenas de batalha em alto mar, vilões que não ficarão limitados a este livro, um final aflitivo que me levou às lágrimas. 
Foi tudo isto que me levou a considerar este livro como o meu favorito do ano.

Expectativa e estado de espírito: Não tinha grande expectativa, o livro foi-me recomendado por uma amiga minha que lê imensos romances românticos e não esperava mais do que isso. Fui por isso surpreendida com este livro fantástico que me deixou várias noites acordada até mais tarde. 

Pontos positivos: Todos os mencionados antes: a aventura, o universo complexo, o romance sem ser piegas, uma heroína fabulosa. 

Pontos negativos: Por incrível que pareça, a capa. Acho que diminui ou desvaloriza o mesmo. Compreendo a opção porque o livro e autora são promovidos como romance e sendo o público alvo maioritariamente feminino, tem a sua lógica. Mas acho que merecia uma capa melhor, talvez uma imagem do Marco’s Terror em Londres, ou assim. 

Fez-me reflectir sobre: História alternativa.

Notas extra: 
  • O The Iron Duke é o primeiro volume da série The Iron Seas.
  • A escritora só tem, actualmente, contrato para escrever mais dois livros e um conto. Será, até decisão em contrário, uma triologia. Nota: A escritora acabou de anunciar que terá contrato para mais 3 livros, perfazendo assim uma saga de 6 volumes e 2 contos no total.
  • Cada volume poderá ser lido individualmente sem necessitar de ler o anterior.
  • Existe um conto que o antecede que se chama "Here there be monsters" e que pode ser lido na colectânea Burning Up.
  • O próximo volume será lançado em Novembro de 2011 e chamar-se-á "Heart of Steel". Irá focar a história de Lady Corsair.
  • No website da escritora encontra-se uma breve descrição dos acontecimentos históricos que antecedem e dão origem a este mundo alternativo do The Iron Seas.
  • Participei num Book Chat com a autora onde muitos detalhes da saga foram explicados e spoilers contados.

27.05.10

 Resumo: Griet, para ajudar a sua família necessitada, vai trabalhar para a casa do pintor holandês Jan Veermer. Ao início Griet sente-se estranha e deslocada, imersa no que parece ser um ambiente hostil. As tarefas como criada são pesadas e rotineiras com a excepção de uma delas: limpar o estúdio onde Veerner pinta. Ao perceber a sensibilidade da criada, Veermer começa a confiar nela mais tarefas como misturar tintas para os quadros. Griet olha para Veermer com a adoração de uma adolescente para um idolo, que lhe está tão perto mas que não pode na realidade alcançar. Apesar de ser muito recatada, a beleza de Griet não passa despercebida: Pieter, o rapaz de talho enamora-se por ela, Van Ruijven, o patrono de Veermer quer um quadro dela, e até o próprio Veermer parece afectado pela sua beleza. Mas se esta atrai os homens, afasta as mulheres, especialmente Catharina, a mulher de Veermer, que está constantemente grávida.  Após a "encomenda” de Van Ruijven de um quadro de Griet, Veermer entende que este só ficará completo se ela usar os brincos de pérola da mulher Catharina. E no dia em que Veermer termina o quadro Catharina, enraivecida de ciúmes, expulsa Griet de casa e tenta, sem sucesso, destruir o quadro.
A história termina anos mais tarde, após a morte de Veermer, em que Catharina chama Griet para lhe dar os brincos de pérola que não usara mais vez nenhuma desde esse dia. 
Critica: Houve vários aspectos deste livro que gostei imenso. Primeiro que tudo, a sua reduzida dimensão. Em 199 páginas temos uma história bem contada, que não deambula em descrições supérfluas como é normal em tantos romances dos dias de hoje. Outro aspecto que gostei foi que a história é contada da perspectiva de Griet. E Griet é, sem sombra de dúvida, um dos personagens que mais gostei de ler. É uma adolescente muito recatada e introvertida, que reprime as suas emoções de uma forma quase dolorosa. As situações são muito bem descritas, quase conseguimos ver as cores dos quadros de Veermer. Acho que não houve uma única parte do livro que fosse lamechas e é no entanto emocionante. Acho que é um livro que pode ser lido em qualquer idade, desde a jovem rapariga como Griet até à mulher mais velha como Maria Thins. Muito bom! 
Expectativa e estado de espírito: Tomei conhecimento deste livro após ter visto o filme e quando surgiu a oportunidade de o comprar por um euro na Colecção Biblioteca Sábado, não hesitei. Veermer é um dos pintores mais interessantes e ler este livro é um vislumbre para a vida daquela época, daquela sociedade em que ele viveu, tal como são os seus quadros. Após a leitura de um livro “pesado”, este “Rapariga do Brinco de Pérola” foi exactamente o tipo de livro que eu precisava e gosto de ler: uma perspectiva feminina sobre a sociedade em que vive, o íntimo doméstico, o dia-a-dia de uma família. 
Pontos positivos: A excelente caracterização e construção dos personagens, o enquadramento histórico, o tema. 
Pontos negativos: Nenhum, excepto que soube a pouco e fiquei com vontade de ler mais. 
Fez-me reflectir sobre: Idolatria, criatividade, o quanto são raros os momentos de felicidade plena na nossa vida.

28.02.10

Sinopse: Pela primeira vez editado em Portugal este Bestseller internacional irá revolucionar a sua forma de trabalhar e de se organizar. O famoso método Getting Things Done (GTD), de David Allen já deu provas da sua eficácia ao nível da organização pessoal, eficiência, criatividade e os seus resultados, quer no trabalho como na vida pessoal. David Allen, um orientador experiente e consultor em gestão, partilha estes seus métodos para o ajudar a atingir um melhor desempenho, sem stress. A fórmula de Allen é simples: a nossa produtividade é directamente proporcional à nossa capacidade de relaxar. Só quando as nossas mentes estão claras e os nossos pensamentos organizados é que podemos alcançar resultados eficazes e libertar o nosso potencial criativo. A partir de princípios básicos e truques comprovados, este livro pode transformar a sua forma de trabalhar e viver, mostrando-lhe como entrar no ritmo sem se desgastar.

Crítica: Eu só tenho elogios a tecer a este livro. Coloquei os ensinamentos dele em prática e funcionam, sem dúvida alguma. Ele divide-se em 3 partes: Os primeiros 3 capítulos introduzem os conceitos: o que é o GTD, compreender o fluxo de trabalho, entender como é que o cérebro organiza a informação, como se desenrola o fluxo de trabalho, etc. Entre o Capítulo 4 até ao 10º, todo o sistema é explicado: desde os materiais a utilizar, como melhor organizar o local de trabalho, quando deve iniciar o processo, tudo! É como se tivéssemos o nosso personal coacher ao nosso lado. Tudo o que eu precisei de saber para implementar este método fui buscá-lo ao livro. A última parte, que engloba os 3 últimos capítulos, explica a importância de manter determinados hábitos e a força e importância que estes têm. Conceitos como a “regra dos 2 minutos” e “qual a próxima acção?” foram, para mim, assombrosos pois, apesar de serem tão simples, são tão poderosos. Ele ensina-nos a organizar o trabalho de uma forma harmoniosa com o pensamento, aquela que nos é mais confortável, e o resultado é uma sensação de controlo absoluto sobre o trabalho e a vida.

Pontos Positivos: A linguagem clara e acessível. O cuidado em explicar todos os passos a tomar para conseguir implementar o sistema. A estrutura do livro.

Pontos Negativos: Nada a salientar excepto algumas decisões tomadas na tradução: O título, com o qual não concordo. Não se trata de “fazer bem” mas sim na capacidade de “fazer”. Logo, “Fazer as coisas” ou até “Conseguir fazer as coisas” deveriam ser as opções mais adequadas. Outra opção de tradução, prendeu-se com a “impressora de etiquetas” que é um objecto estranho para a maioria dos portugueses. A impressora de etiquetas que o autor refere é nem mais que uma impressora Dymo, marca especializada em produzir máquinas e fitas etiquetadoras. Há desde as mais simples, com um alfabeto numa roda até às etiquetadoras electrónicas mais modernas.

Expectativa e estado de espírito: Esta foi uma releitura do livro. Há um ano atrás, quando o li pela primeira vez em inglês, sofri um pouco com a sua leitura. Não porque a linguagem fosse complicada ou demasiado técnica, que não o é, mas porque senti que não estava a compreender os conceitos na tua plenitude. Quando finalmente os compreendi foi como se uma luz se acendesse no meu cérebro. Desta vez, toda a leitura foi mais rápida mas os 3 primeiros capítulos ainda os considero os mais complicados, talvez por serem um pouco mais teóricos que o resto do livro. Foi óptimo ter a oportunidade de refrescar os conceitos e os métodos e funcionou um pouco como uma injecção de energia para me manter motivada no método. Apesar de parecer mais adequado a gestores ou trabalhadores de escritório eu recomendo este livro a profissionais de todas as áreas, pois este método abrange tanto a área profissional como pessoal.

Fez-me reflectir sobre: O pouco que nos é ensinado na escola sobre organização, assim como muitos dos cursos de formação sobre gestão de tempo poderão estar desadequados com a realidade e as dificuldades que muitos profissionais enfrentam.

Nota: Um vídeo do autor a falar um pouco sobre a metodologia.

18.11.09

Se quiser ler este livro a Saída de Emergência disponibilizou o e-book grátis do mesmo. Pode fazer download aqui. Para ler apenas um excerto, download aqui. 

Resumo: A história começa na noite em que Daenerys (Dani) vai ser apresentada ao seu futuro marido, Drogo. O seu irmão ofereceu-a em casamento em troca de um exército de homens. Dany e o seu irmão são os últimos descendentes de uma longa linhagem de reis, que são sangue do Dragão e herdeiros de um trono que perderam ainda antes de Dany nascer. O maior desejo do irmão é reconquistar o "seu" trono e torna-se impaciente, pois o pagamento do seu acordo, demora em ser cumprido. No limite da paciência, e vendo que a irmã já não o teme ou lhe obedece, por se sentir protegida por um marido carinhoso, decide infringir a lei da cidade Vaes Dothrak, desembainhando uma espada e como consequência morrendo. Mais tarde, após uma batalha, Drogo é ferido e a ferida infecta derrubando Drogo para a morte. Numa tentativa desesperada de salvar o marido, Dani pede a uma curandeira que o salve através da magia. Mas, apesar de ele sobreviver fica num estado catatónico. Dani perde o filho que trazia no ventre e o povo de Drogo abandona-a com a excepção de alguns. Sem esperança no futuro, Dani avança para o fogo da pilha funerária do seu marido com os seus 3 ovos de dragão Em vez de morrer queimada sobrevive e dos ovos nascem 3 dragões. 

Crítica: Uau!! Este livro, editado para a colecção teen da Saída de Emergência, é a compilação dos capítulos respeitantes a esta personagem, integrados na saga "Canção do Gelo e do Fogo" do George R. R. Martin. E são fabulosos!! Abre definitivamente o apetite para ler o resto da Saga. É bem escrito, emocionante, com personagens ricas e uma história densa sem ser maçuda. É um outro mundo, maravilhoso. Recomendo vivamente a qualquer adolescente e adulto. 

Pontos positivos: Excelente construção de personagens e de enredo. Narrativa densa mas excitante, com um excelente ritmo e transmitindo uma boa visualização das cenas. Muito bem escrito. 

Pontos negativos: Se bem que é "outro mundo" não gosto de ler actos sexuais entre um homem adulto e uma adolescente muito jovem. No entanto, os actos não estão descritos ao pormenor (nem de perto), são apenas sugeridos. E, se eu tivesse 13 anos sei que adoraria lê-los. Portanto, sendo este o meu único ponto negativo a apontar, reconheço que estou a impor os meus valores e ponto de vista à obra do autor. 

Expectativa e estado de espírito: Eu queria ler algo bem levezinho, depois do livro anterior. Pensei que, como era da colecção teen e considerando o seu tamanho modesto, que iria cumprir este meu desejo. Fui absolutamente surpreendida com a qualidade da obra e fiquei com uma vontade enorme de ler toda a saga. 

Fez-me reflectir sobre: Que a capacidade de liderança é algo com que se nasce, não que se adquira. Sobre a força do espírito ao ter de enfrentar condições adversas.

23.09.07

Este foi o melhor livro que eu li nos últimos tempos. Lindo, lindo, fenomenal!
Criativo, bem construído, romântico sem ser piegas... Aborda um dos meus temas favoritos, viajar no tempo, de uma forma tão bem feita, que as personagens parecem reais.
Amar toda a vida um homem que só conhece em tempo real aos 20 anos de idade, enquanto ele, nunca a conheceu até esse dia.
Uma história de amor que dura uma vida, que é eterna.
Fiquei mais contente ainda por saber que o Eric Bana vai interpretar o papel do viajante do tempo no cinema. Fabuloso e perfeito. Não imagino como é que o vão conseguir fazer (o enredo e tal) mas espero que transmita a mesma ideia do livro: amar apesar de tudo, esperar sem esperança, acreditar no amor.

Entrevista com a autora sobre o livro no BookSlut.com
Página da Wikipédia sobre o livro
Página no IMDB sobre o filme

Outras críticas:
Bela Lugosi is Dead - A Mulher do Viajante do Tempo

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