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Telma_txr

Mix de leituras, organização, tv, filmes, tecnologia e de mim, claro!

Telma_txr

Mix de leituras, organização, tv, filmes, tecnologia e de mim, claro!

14.07.12

Há quem diga que O que acontece online, fica online. Para sempre. Por outro lado eu acho que a internet é efémera: o que é interessante hoje já está esquecido amanhã. É preciso ser-se muito obstinado ou rancoroso para reavivar constantemente um tema ou perseguir alguém que se detesta online. Normalmente designa-se essas pessoas por “trolls”. 
Por vezes os trolls somos nós. 
Eu admito que já dei por mim a apontar o quanto outras pessoas são ridículas online, e o quanto os seus blogues são ridículos assim como alguns livros “sucesso de vendas” são ridículos. E que bem que soube encontrar pessoas que concordavam comigo e que achavam o mesmo que eu. É tão fácil formar grupinhos de chacota online e entrar (e manter) num padrão de comportamento que nós próprios censuramos e recriminamos.
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 Do que é que estás para aí a falar, rapariga?!

Esta minha reflexão começou quando estava a ler este texto da escritora Stacia Kane: “I don’t need you to avenge me, thanks!” partilhado no blogue da escritora Meljean Brook (link). Foi uma questão de segundos até googlar o que era o tal blog “Stop the GR Bullies” e descobrir quem era essa tal de Kat Kennedy, “reviewer” no Goodreads e blogger, acusada de ter um comportamento abusador no Goodreads e Twitter perante certos escritores. Primeiro fiquei chocada com a dita Kat Kennedy, depois chocada com um website que expõe este tipo de leitores, por fim chocada por ver uma autora a defender a dita leitora acusada de mau comportamento. Foi muito choque junto! 
Já no início do ano tinha acontecido um episódio semelhante de mau comportamento de uma escritora que não tinha gostado de uma critica, tendo gerado uma onda de opiniões em defesa dos leitores que criticam o que leem, atacando a dita escritora e vice-versa. (Inclusive a escritora Meljean Brook escreveu no seu blog uma série de textos intitulada: “Diário de um autor” onde basicamente revela, de uma forma bem cómica, o quanto um jovem escritor pode entrar numa espiral de comportamento paranoico com o que lê online sobre si mesmo). 
Agora surge este episódio em que são os leitores que não só escrevem as suas opiniões mas que mostram o seu mau comportamento mas, parece que há quem os defenda também.
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 Liberdades e exageros 

Talvez o que eu vou dizer a seguir vá ferir algumas susceptibilidades e desde já lamento! De coração. Eu valorizo a opinião escrita de um blogger literário da mesma forma que valorizo a opinião da senhora que está no café e que é entrevistada sobre a a crise: É interessante, provavelmente até partilho dessa opinião, ajuda a ter a devida perspectiva do estado do livro/país mas não é, na realidade, uma opinião especializada. 
Por isso acho condenável bloggers que se levam demasiado a sério ao ponto de trollarem escritores e tentarem denegrir o trabalho destes de forma a prejudica-los. 
Por outro lado vejo os escritores cada vez mais na posição ingrata de manterem uma presença online, com um site ou blog pessoal, de forma a ajudarem a promover os seus trabalhos. A constante sede dos leitores-fãs por mais informação “obriga-os” a actualizarem sobre o que estão a fazer, onde vão estar, porque é que tomaram determinadas decisões ao mudarem o rumo de uma história, entre outros tópicos. Isto dá uma percepção de proximidade entre leitor e escritor, proximidade essa que era inexistente antes do advento da internet. E esta falsa intimidade leva a que os leitores-fãs tenham, mesmo inconscientemente, comportamentos algo abusadores. 
Não são apenas os leitores que opinam que têm comportamentos condenáveis: como demonstrou recentemente o Pedro Rebelo no seu blogue Browserd.com, no texto “Saber estar no Facebook é importante”, também os escritores arriscam-se a denegrir a sua própria imagem ao cederem ao impulso da rápida e fácil publicação que as redes sociais permitem.
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 O meu cadastro não está limpo 

Como eu disse no início do texto, também eu já dei por mim a ter comportamentos menos louváveis online e provavelmente irei repeti-los. 
A questão aqui é: até que ponto estamos dispostos a admitir que nos portamos mal quando somos confrontados com o nosso mau comportamento? Até que ponto estamos dispostos a enfrentar as consequências de ver a nossa imagem denegrida (no caso dos escritores) ou sermos expostos como pseudo-trolls (como no caso da tal Kat Kennedy) porque publicamos algo que pensámos mas sobre o qual não refletimos seriamente sobre isso? Em que, por causa de umas piadas fáceis, podemos ter de enfrentar umas horas valentes a “esclarecer” a nossa posição e apagar um fogo do qual já nenhum de nós se lembrará daqui a uns meses? Ou, pelo contrário, será constantemente relembrado a cada passo em falso? 
Eu acho que a internet é efémera, este texto poderá não ter relevância nenhuma amanhã. No entanto a memória das pessoas por detrás da Web 2.0 é um pouco mais longa e, de vez em quando, situações como estas são novamente repescadas e relembradas, como as famosas fotos da polícia o são para uma celebridade que já foi presa.Quão pesado querem que seja o vosso cadastro online? E quanto estão preparados para se defenderem das “acusações”?

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