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Telma_txr

Mix de leituras, organização, tv, filmes, tecnologia e de mim, claro!

Telma_txr

Mix de leituras, organização, tv, filmes, tecnologia e de mim, claro!

04.10.11

Apesar de andar por aí há muito tempo, só tropecei neste género com o primeiro livro da trilogia Mundos Paralelos de Phillip Pullman. Com “tropecei” quero dizer que fiquei a conhecer o termo, porque já antes de ler o livro tinha visto filmes como Liga de Cavalheiros Extraordinários e Wild Wild West mas não fazia ideia de que se inseriam em tal género, nem sabia o que estava por trás de tudo aquilo. Como disse, só com o livro de Pullman me apercebi que havia toda uma subcultura, que foi mesmo ilustrada num episódio de Castle. Há quem ande por aí vestido com fatos vitorianos e elementos, por vezes assemelhando-se a próteses, que lembram os mecanismos de relógios ou que parecem mover-se a vapor. Há também quem transforme computadores e leitores de mp3 em objectos que poderiam ter sido usados no séc. XIX, tivessem tais coisas existido na época, e quem faça jóias e sei lá que mais. Confesso que o que mais me atraiu foi mesmo a estética da coisa (séc. XIX com tecnologia do séc. XX e XXI mas movido a vapor? YAY!) e acho que é por aí que anda a ganhar agora adeptos.
 

Para escrever este texto pus-me a pesquisar o tema por essa internet fora e pelas minhas deambulações percebi então que nada sabia sobre steampunk. Comecei por pensar que era um subgénero da ficção científica, mas tendo lugar num passado não tão distante como isso, numa espécie de história alternativa. No entanto, não há elementos recorrentes nas várias obras que têm vindo a ser publicadas, existem livros onde a fantasia está bastante presente (A Corte do Ar de Stephen Hunt é um exemplo) e maior parte dos livros steampunk que tenho cá em casa são romances, ou steamypunk como gosto de lhes chamar (casos como The Iron Duke de Meljean Brook e Steamed de Katie MacAlister). Dei então de caras com esta citação e penso que não poderia estar mais de acordo:
Steampunk is an aesthetic that mixes elements of technofantasy, and neo-Victorian retrofuturism. [fonte]
E como disse parece ser pela estética que está a ganhar adeptos. Depois do livro do Pullman foi a série Parasol Protectorate de Gail Carriger que me chamou a atenção, com as suas capas todas bonitas e com o facto de a autora se vestir à época e ter uma pancada por chá, e só agora me apercebo de que há muito mais que se lhe diga, nomeadamente no que ao “punk” da palavra diz respeito.
Apesar de só nos últimos anos ter travado conhecimento com o steampunk, há muito que anda por aí. Há quem considere Júlio Verne e H.G. Wells como percursores, por exemplo, ainda que me pareça (e tendo em conta que sou leiga neste tipo de coisas e ainda não tive oportunidade de ler os autores mencionados, shame on me eu sei) que eles escreveram ficção científica, imaginando um futuro onde submarinos e máquinas do tempo eram coisas reais, sendo que o steampunk se reporta a um passado, ainda que fortemente industrializado. Aqueles autores presenciavam a Revolução Industrial e tentavam perceber e ilustrar, com as suas histórias, o perigo e os efeitos que tal coisa teria na sociedade. Dickens é por vezes também mencionado, já que faz um retrato social das camadas mais pobres, expulsas dos campos pela mecanização da agricultura e explorados nas fábricas que se expandiam pela Inglaterra. Sendo que o termo apareceu, nos anos 80, como uma espécie de piada tendo em conta o cyberpunk, que se difundia na época, esperava-se que este tipo de literatura focasse não só as inovações tecnológicas retro-futuristas, mas também as questões que a própria época vitoriana levanta, como os problemas sociais e políticos (como o imperialismo e colonialismo).
The one thing that held most if not all of the early Scientific-Romance novels together was a heavy amount of not-so-thinly veiled social and political commentary. Both Verne and Wells constantly called out the corrupt nature of imperialism, and the negative effects of colonial expansion in their works. Not to mention being some of the first authors to address environmentalism, and the dangers of science run amuck. These were prophetic men with something to say and causes to fight for. Even the early works of authors like Jeter, Sterling/Gibson, Blaylock, etc. in the 70s, 80s, and 90s kept true to these ideals. Steampunk was after all, an offshoot of the sociopolitically motivated “Cyberpunk” genre. [fonte]
Não conhecia este lado do género no qual pretendo agora mergulhar, fazendo companhia à Tchetcha e à Janita, apesar de, pensando agora na leitura do livro de Meljean Brook e do Pullman, já ter enveredado um pouco por esses lados. Sendo entusiasta quanto à História, sobretudo no que ao séc. XIX e inícios do séc. XX diz respeito, é com redobrado interesse que me atiro a este outono que se quer steampunk, atenta não só à estética mas às questões que se levantam num mundo movido a vapor.
To conclude, steampunk provides the ultimate freedom of imagination and historical exploration, and in this spirit it allows for the darker side of the 19th century to be examined, interacted with and potentially countered and improved. The progress made during the 19th century made the social advances of the 20th century possible, and the steampunk genre allows for fans and authors alike to either wrestle with this history and ultimately accept it, or to rewrite it as it could have (and probably should have) been. [fonte]
Para mais informação:
  1. http://www.steampunk.com/what-is-steampunk/ 
  2. http://steampunkscholar.blogspot.com/2010/08/history-of-steampunk-by-cory-gross.html 
  3. http://steampunkscholar.blogspot.com/2010/05/defining-steampunk-as-aesthetic.html 
  4. http://steampunkscholar.blogspot.com/2009/02/towards-definition-of-steampunk.html 
  5. http://www.tor.com/blogs/2011/10/steampunk-will-never-be-afraid-of-politics 
  6. http://www.tor.com/blogs/2011/10/steampunk-week-2011-on-tordotcom 
  7. http://www.tor.com/features/series/steampunk-month 
  8. http://www.tor.com/blogs/2009/10/steampunk-101 
  9. http://www.tor.com/blogs/2009/10/the-revolution-will-not-be-telegraphed-the-sociopolitical-side-of-steampunk 
  10. http://www.tor.com/features/series/steampunk-fortnight 
  11. http://www.tor.com/blogs/2010/10/steampunk-and-history 
  12. http://theclockworkcentury.com/?p=302 
  13. http://theclockworkcentury.com/?p=165 
  14. http://en.wikipedia.org/wiki/Steampunk 
  15. Revista “Os Meus Livros”, Setembro 2011, pág. 30 e 31
____________________________________________________________________
Texto da autoria da White Lady que se junta a mim e à Janita Lima na leitura temática "Outono Steampunk".

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