Lamentavelmente este resumo contém spoilers
Resumo: Após o assassinato dos pais, Alek é levado durante a noite por um pequeno grupo fiel à sua família para parte incerta porque ele é uma peça fulcral da guerra europeia que está agora a começar. Dentro do "Trovão", Alek é agora o herdeiro sobrevivente de um império que poderá ou não herdar quando a guerra terminar.
Deryn é uma rapariga do povo que recusa que o sexo com que nasceu e a idade que tem sejam impedimentos para ser aquilo que mais deseja: um aviador da Força Aérea. Disfarçada como rapaz como Dylan Sharp, inicia a sua aventura logo no dia da sua recruta quando se perde e vai parar ao poderoso Leviatã. Deryn acaba por fazer o seu treino a bordo do Leviatã nas semanas seguintes e percebe que o poderoso navio voador tem a seu cargo uma missão secreta muito importante na guerra europeia que começa agora a desenrolar-se.
É assim que, algures no centro da europa, os destinos de Alek e Deryn se cruzam da forma mais peculiar, em que um príncipe herdeiro fugitivo une forças a um grupo que são potencialmente seus inimigos.
Expectativa: Elevada. A trilogia tinha sido comercializada declaradamente como steampunk, a edição portuguesa estava muito bonita e de boa qualidade, a ideia parecia muito boa e tudo indicava que eu tinha a oportunidade de ler uma boa aventura infanto-juvenil de steampunk.
Opinião: Quando comprei o Leviatã em 2011 nunca pensei que o iria deixar na estante tanto tempo à espera de ser lido. Depois em Abril deste ano comprei o "Besta" e o "Golias" e a espera continuou. Finalmente, quando o grupo "
Diários Steampunk" decidiram fazer um episódio sobre o livro decidi que estava na altura de acabar com a preguiça e saltar finalmente para a leitura do mesmo.
Leviatã acabou por não se revelar tão bom como esperava. Não sei se as minhas expectativas eram demasiado altas, se o meu problema é com a primeira metade da história que é bastante chata.
Para adolescentes de 15 e 16 anos, parecem ter maturidade de 12 anos e mesmo a escrita do autor poderia ser mais elaborada. Se a nível criativo exige que imaginemos uma baleia que voe no ar e morcegos que cospem flechas, penso que a nível de escrita também poderia ser menos "guião de filme" e mais denso. Leviatã é um livro cheio de boas ideias, muito cinematográfico mas com muito poucas ou nenhumas cenas de introspecção.
Quando Alek finalmente chora a morte dos pais eu achei que foi um pouco tarde demais. Afinal, o que move aquele miúdo? Ele não tem nada a perder, porque raio quer ele perder tempo em fazer alianças com o inimigo ou viver a bordo de um navio?
Além disso, mas isto é implicância minha, achei que perdia sempre algo quando olhava para uma das imagens do livro. Perdia o ritmo, perdia a cor, perdia o momento que tinha tão perfeitamente imaginado na minha mente.
Continuo a ter muitos sentimentos contraditórios sobre Leviatã, mesmo agora depois de o ter terminado. Gostei mais do livro do meio para o fim, acho que é uma forma genial de explicar história da Primeira Grande Guerra a um miúdo, mas acho-o muito distante do livro que prometia ser.
Estado de espírito: Boa, motivada com a leitura conjunta promovida pelo grupo "
Diários Steampunk".
Pontos Positivos: O conjunto de ideias originais que o autor pensou muito bem, a tecnologia avançada, a genética animal, etc...
Pontos Negativos: O saltar de perspectiva entre Alek e Deryn a cada 2 capítulos. A distracção dos desenhos. A falta de introspecção dos personagens.
Fez-me reflectir sobre: Que mundo diferente seria o nosso se a tecnologia tivesse evoluído de forma diferente.