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Telma_txr

Mix de leituras, organização, tv, filmes, tecnologia e de mim, claro!

Telma_txr

Mix de leituras, organização, tv, filmes, tecnologia e de mim, claro!

27.10.11

Cartões com uma biografia  das personagens do "The Iron Duke" que ganhei num passatempo.
Nota: Pode ler a Parte 1 aqui.
 

Tchetcha: Já mencionamos várias vezes o "steampunk" aqui na nossa conversa e este foi o livro que me introduziu e me fez apaixonar pelo género (que afinal não é bem um género mas mais uma estética). O que eu mais gostei, neste caso concreto, é que o mundo "The Iron Seas" é muito credível, cheio de detalhes e com uma incrível história alternativa. Ali os objectos "steampunk" não surgem no dia-a-dia por acaso. Até a nanotecnologia, que parece um pouco "demais" para o Séc. XVIII, faz sentido. Que acharam deste universo alternativo e da ligação que tem com o nosso, ou seja, a Invasão Mongol na Europa?

White_Lady: Eu adorei a História Alternativa! Como disse no início, não sabia muito sobre as hordas mongóis, tirando o facto de que, por algum motivo tinham tentado conquistar o Ocidente mas não o conseguiram. Também não tinha bem a noção de como Marco Polo se ligava com tudo isto e de como o próprio Khan havia pedido ao Papa evangelizadores, engenheiros e escolásticos (descobri tudo isto no site da autora :D ). No nosso mundo as coisas desenrolaram-se de forma diferente, mas em "The Iron Seas" os desejos do Khan foram acedidos, mas o que se poderia pensar uma hipótese de Ocidentalização do Extremo Oriente, vem a revelar-se fatal! Os enviados europeus são forçados a desenvolver armas de guerra (já agora, quase toda a inovação, mesmo no nosso mundo, se deve a guerras, o que faz pensar um pouco :/ ) que são usadas alguns séculos depois para conquistar a Europa. E mesmo com diferenças a história é algo paralela.
As inovações demoram cerca de dois séculos a desenvolver-se, o que faz com que a conquista mongol de faça no "nosso" período dos Descobrimentos. Em "The Iron Seas" muitos povos, entre os quais os portugueses (aqui Lusitanos), perante a ameaça viram-se para os oceanos e procuram refúgio nas Américas. O açúcar, que antes era produzido no Oriente (só com os portugueses e espanhóis é que passa a ser cultivado nas Américas), passa a ser visto como algo a evitar já que é ele que infecta com os nanoagentes, transformando homens em zombies e subjugando a sua vontade para terem acesso às riquezas europeias. Mas nem tudo é mau, os nanoagentes fazem um corpo ficar mais resistente e imune a doenças, permitem a reconstituição de membros mesmo que alguns sejam substituídos para potencializar os trabalhadores... Mas o que ainda achei mais interessante, foi a possibilidade de uma nova evolução, humanos e animais que nascem já com esses agentes e que são imunes aos sinais de rádio da Horda e que leva à destruição desta.
Também achei significativo a história passar-se no séc. XIX. Uma vez destruída a torre, os que não tiveram outra escolha senão ficarem infectados e sob o domínio da Horda, passam a ter medo de sentimentos, já que antes eram controlados. Não havia emoções e mesmo contactos físicos, para efeitos de reprodução, eram muitas vezes causados pela Horde. No "nosso" séc. XIX há uma enorme repressão no que a sentimentos diz também respeito, há todo um manual de como se comportar em público e um código moral, mas é também o período em que se começa a debater muitas das questões sexuais e o papel da mulher na sociedade...
Apesar de diferente, é um mundo ainda assim bastante semelhante ao nosso. Adorei-o!

Janita: O "The Iron Duke" não foi o meu primeiro contacto com o "steampunk", mas foi dos poucos livros que conseguem utilizar esta estética de forma convincente. Esta estação temática "steampunk" foi um empurrãozinho para explorar melhor o género, depois de ler algumas obras que se intitulam steampunk ou exageram na tecnologia, aparecendo dirigíveis aqui e ali só porque sim ou então romances vitorianos serem confundidos e anunciados como sendo steampunk. Raras são as obras que conseguem um equilíbrio interessante entre inovação, vapor e história...e dentro do romance ainda mais complicado é encontrar algo minimamente interessante.
O "The Iron Duke" é um bom exemplo da estética "steampunk", e para ser sincera, fiquei bastante surpreendida quando mergulhei no mundo de Rhys e Mina. A ideia dos nanoagentes foi de génio, adorei a forma como a Meljean Brook explorou a história deles, a evolução, o controlo que exerciam sobre os infectados e posteriormente, após a explosão da torre que os controlava, o debate público sobre se deixar infectar ou não (apresentando os prós e os contras da decisão).
Ao contrário da White_lady eu sou mais uma mulher de ciência, por isso os meus olhinhos brilhavam e os meus *squees* eram mais fortes quando via a história da evolução dos nanoagentes, e a infecção que se espalhou pela Europa continental, mas realmente muitos paralelismos podem ser feitos entre o mundo de "The Iron Duke" e o nosso. A fuga por mar pelos Lusitanos, o empreendedorismo deles, no auge da exploração marítima dos nossos Descobrimentos (aquando da suposta invasão mongol do continente europeu), encaixa perfeitamente no contexto histórico do nosso mundo. Apesar dos dirigíveis, dos nanoagentes, dos implantes, do trabalho arrepiante do "Blacksmith", um sentimento ficou comigo da primeira à última página: um sentimento de proximidade aos personagens e ao mundo da Meljean, e sobretudo sentir que tudo aquilo se encaixava tão bem que podia ser realidade (um pouco como quando vi filmes como o Matrix, apesar da surrealidade do mundo por detrás do que considerávamos realidade, facilmente nos ajustámos ao mundo novo por detrás do véu).

Tchetcha:
Já que ambas falaram nos Lusitanos, detalhe que eu também adorei no livro e contos, aqui fica a resposta qua a autora me deu quando lhe perguntei onde estão os Lusitanos no mundo "The Iron Seas", durante o chat em que participámos no Goodreads:
"Well, Portugal itself is overrun with zombies. The Lusitanians, however, control a good portion of the (what we know as) the southeastern U.S., and are among the more prosperous countries in the New World -- and this absolutely had everything to do with Portugal's strong presence in trade and on the sea while the zombies were overrunning Europe. They decided to get the heck out of there, and got their people over to the Americas, and settled before anyone else really did.
Although they weren't as immediately successful as France (which settled in the Caribbean and the areas of Florida/Louisiana -- and their success was why French is the common trade language and their coins are the common currency), they developed a stronger society and economic base, so that when they began to fight with France over territory, they eventually kicked the French off the mainland and took over everything to the Gulf of Mexico.
Not that they are totally awesome. In the Appalachians, slaves (many of them kidnapped from England) are forced to work the coal mines. There were Native American massacres before the native trade confederacies formed.
But they are a strong presence in the Iron Seas, and it definitely won't be long before a Lusitanian character shows up. :-)"
[fonte]
O que eu acho mais extraordinário de tudo é ela ter dado uma resposta tão detalhada, dado que ela ainda só escreveu um livro mas, de certa forma, já tem tudo pensado. Também gostei da pequena "esperança" que nos deixou ao mencionar futuros personagens Lusitanos.

Como último tópico da nossa conversa (e sinto que mesmo assim tanto fica para dizer...) há que mencionar que o "The Iron Duke" é o primeiro livro desta saga mas há dois contos que o precedem no tempo: "Here there be monsters" e o "The Blushing Bounder". Na minha opinião ambos podem ser lidos antes ou depois do "The Iron Duke" porque não o afectam directamente. Dia 1 de Novembro sairá o segundo livro, intitulado "Heart of Steel" e que foca as aventuras do Archimedes Fox e da Lady Corsair. Quais as vossas expectativas / desejos / ansiedades para este próximo livro e para este próximo par, que será o choque de dois aventureiros que não se prendem a nada ou a ninguém?

White_Lady: Realmente é impressionante como a autora parece ter todo o seu mundo na cabeça, com tamanho detalhe. Vê-se que o seu esforço foi mais além do tentar perceber o que aconteceu na "nossa" história e criar uma alternativa. Ela tenta cruzar ambas as histórias tornando o seu mundo tão real quanto possível.
Ainda não li o "The Blushing Bounder" mas gostei muito do "Here There Be Monsters", onde pela primeira vez me cruzei com a Lady Corsair e pensei, "OMD quero um livro com ela!" Sobressaiu a sua independência, o preocupar-se apenas com ela e a sua tripulação, o facto de fazer um trabalho bem feito e ser bem paga por tal. Basicamente era uma mulher com tomates e diga-se não se vê muitas mulheres assim. E depois apareceu o Archimedes, que me distraiu então do Rhys. :D Imagino-o como um Indiana Jones, à procura de artefactos perdidos e a viver aventuras românticas, afinal de contas as suas histórias estão publicadas em livro, não é verdade? Assim que apareceu nas páginas saiu um "OMD eu quero um livro com ele!" :D Vai ser engraçado ver a relação entre os dois, sobretudo depois de ele a ter desafiado e tomado conta do dirigível, fazendo como que um mini-motim que acaba mal para ele. São ambos cabeças duras, com objectivos bem definidos e talvez algo contrários, pelo que a convivência entre ambos deve ser algo, bem, quente e capaz de queimar ambos. Percebe-se que há ali mais qualquer coisa, mesmo no passado de ambos, e mal posso esperar por descobrir porque raio é que não se entendem.

Janita: Eu quando li a resposta de Meljean à pergunta que lhe colocaste fiquei abismada, com o nível de detalhe que ela colocou na história do mundo de "Iron Seas", e com a paixão que ela transmite pelo trabalho dela! Fiz mesmo um *squee* quando ela referiu a forte possibilidade de existir um personagem Lusitano num livro futuro :D De notar também o cuidado da Meljean e da editora em fazer este chat na plataforma Goodreads, dando uma oportunidade aos fãs de falar com ela, de ter algum feedback e de receber alguns "goodies" como esta resposta sobre o Povo Lusitano e do Êxodo que se deu da Europa após a disseminação dos zombies da Horde.
Eu ainda não tive a oportunidade de ler os contos da autora (apesar de os ter em formato ebook, encomendei a antologia "Hot & Steamy: Tales of Steampunk Romance" que tem o conto da Meljean "The Blushing Boulder" e a "Burning Up" que tem o "Here There Be Monsters"), aqui faço um "mea culpa", mas é uma questão de tempo e da velocidade da entrega dos livros! ;)
Bingo, white_lady afinal a minha distracção foi a mesma que a tua! HEHE
OMD só de pensar num livro com esses dois, quase me dá uma coisinha ruim... pelo que vi dos dois no "The Iron Duke" são claramente duas pessoas com um passado muito conturbado a uni-los! O Archimedes é um aventureiro, que viaja para os destinos mais perigosos procurando artefactos, tudo isso por dinheiro e pela fama ( através de livros escritos pela irmã! LOL), sendo esses os únicos princípios dele. Enquanto a Yasmeen, aka Lady Corsair é uma mulher independente, muito à frente no seu tempo e que apesar de toda a pirataria e abordagens, é mulher e protectora tanto do seu dirigível como da sua tripulação, indo aos arames quando alguém ameaça um dos dois...
A aparição do Archimedes e a reacção da Lady Corsair à presença dele no dirigível, a interacção dos dois durante esse curto período de tempo em "The Iron Duke" promete grandes aventuras e emoções neste "Heart of Steel"...se com o Rhys e a Mina já foi uma aventura e pêras, com estes dois quem sabe o que mais veremos do mundo de "Iron Seas"... (*.*)

Tchetcha:
Bem meninas, adorei esta nossa conversa, foi muito bom partilhar com alguém aquilo que eu gostei tanto no livro e ter as vossas perspectivas sobre ele.

White_Lady: Eu adorei a experiência! Temos de fazer coisas como esta mais vezes! *Janita estou a a olhar para ti e para a série da Gail!*

Janita:
Eu amei a ideia, e a experiência de a pôr em prática foi ainda mais awesome! Assim conseguimos apreciar verdadeiramente a vivência que é ler um livro. Toca a fazer isto mais vezes... e sim :D a Gail merece *wink wink*
Notas:
  • Para saber mais sobre Steampunk basta ler o artigo que a White_lady escreveu aqui no blogue.
  • "The Iron Seas" é o nome da saga steampunk de Meljean Brooks.
  • No site da autora podem encontrar um guia do "The Iron Seas".
  • Contos publicados: "Here There Be Monsters" na antologia "Burning Up" e "The Blushing Bounder" na antologia "Wild & Steamy".
  • Esta saga terá 5 livros. O primeiro volume é o "The Iron Duke" e o segundo sairá já dia 1 de Novembro de 2011 com o título "Heart of Steel". Para Janeiro de 2012 está previsto uma reedição do "The Iron Duke" com um conto adicional chamado "Mina Wentworth and the Invisible City". O terceiro livro sairá nos finais de 2012 e já tem o título de "Molten". [fonte]
  • Todos os livros e contos podem ser lidos em separado, apesar de terem personagens que figuram noutros livros e contos da saga.
  • Não há nenhuma informação se estes livros vão ser ou não publicados em português.

26.10.11

Está quase a fazer um ano que li o "The Iron Duke", um livro que me surpreendeu pela sua originalidade e qualidade. Andei tão entusiasmada durante e pós a sua leitura que o sugeri a todos os booklovers que conheço mas, apesar dos meus esforços, só consegui fazer duas vítimas.
Decidi reler o livro agora, antes do lançamento do segundo livro da saga "Heart of Steel" e pensei que seria bem mais interessante se, em vez de reescrever a minha opinião, pedir às minhas duas vítimas, White_Lady e Janita Lima, para conversarem comigo sobre o que acharam deste livro. 
Nota: É provável que surjam spoilers aqui nesta nossa conversa.

(Re)ler o The Iron Duke - Parte 1 de 2
Tchetcha: Eu sei que fui muito entusiasta a falar do “The Iron Duke” desde que o li, e usei todo o tipo de argumentos para que vocês o lessem. O que foi que te convenceu e que expectativas tinhas antes de o ler?

 
White_Lady: Comecei a lê-lo porque não tinha mais nada! Estou no gozo. :D Comecei a lê-lo em férias, quando andava por outros locais e tinha levado o Kindle. Depois de ler um romance fofo apetecia-me algo mais quente e lembrando-me de como tinhas adorado o livro e tinha steampunk (algo que andava a pensar ler pois o último tinha sido "A Corte do Ar" do Stephen Hunt) pensei dar-lhe uma hipótese.
Esperava unicamente um tempo bem passado, mas surpreendeu-me logo! O que eu julgava um romance histórico, como os da Julia Quinn ou Laura Lee Guhrke, a retratar uma sociedade vitoriana ainda que com elementos steampunk, começava com um corpo congelado a cair do céu! A partir daí fiquei rendida.
Na verdade, e olhando para trás, já devia estar preparada para isto, afinal de contas tinha lido o conto "Here There Be Monsters", não era como se estivesse a ler algo da autora pela primeira vez. Mas não deixou de surpreender e a partir daí devorei o livro. O mundo onde se passa a história, e que me tinha deixado curiosa depois de ler o conto, agarrou-me e durante a leitura nada mais existia para mim. A história alternativa que a Meljean apresenta deixou-me fascinada e sedenta por mais, fui mesmo pesquisar ao seu blog que alterações tinha feito à História Mundial e até me levou a tentar descobrir mais sobre hordes mongóis.
Além disso, a tecnologia também me deixou surpreendida. Já havia gostado do conceito no conto e poder entender mais sobre o que estava e que efeito tinham os agentes nano foi muito curioso.
Por fim as personagens. Aqui também fui surpreendida. É verdade que temos o alpha male, como em outros romances, mas a heroína é completamente atípica, tendo um emprego e sendo parte de uma minoria.
Quaisquer expectativas que tinha, a autora conseguiu ultrapassá-las todas e construir uma boa história, com tudo o que gosto: aventura, mistério, romance... Esperava uma coisa e deu tanto mais. Foi uma belíssima surpresa.
Janita: Ora bem, eu acho que fui mesmo a última vítima, cedi quando vi a reacção da White_Lady e enquanto via a troca de ideias/experiências entre as duas... Como há uns tempos que andava a explorar o steampunk, lá arranjei o ebook do "The Iron Duke". Da primeira página à última levei menos de uma semana, numa montanha russa de aventuras e emoções.
Este foi o primeiro trabalho que li desta autora, só tive acesso aos contos e antologias em que participou depois da leitura do "The Iron Duke", por isso parti para esta leitura sem qualquer tipo de expectativas, para além do entusiasmo que via nas conversas entre vós. Sabia que de certeza que ia ser uma viagem interessante, não sabia era quão interessante! ;)
O que me fez mesmo pegar no livro foi quando em amena cavaqueira, referiram que além do romance, além do steampunk, existia também uma boa trama por trás, uma boa história de mistério e investigação... já todos sabem como sou com estas coisas de romances fantásticos, mas sentia que todos eles falhavam num bom plot fora da relação sobre a qual assentavam... e voilá encontrei o "The Iron Duke".
Tchetcha: Lá está: eu também peguei nele porque procurava um romance "steamy" mas hoje tenho alguma dificuldade em colocá-lo nessa categoria apenas, pelas aventuras e pelo mistério que contém. O romance ocupa talvez um terço de toda a história mas por vezes isso é o suficiente para dissuadir certos leitores de o lerem. Acham que, neste caso, o romance enfraqueceu ou melhorou a história?
White_Lady: A meu ver não é uma questão de melhorar ou enfraquecer, acho que completa a história. Como a Janita disse, há muitos romances fantásticos que falham no plot. Este acertou no plot mas sem o romance não seria uma história tão completa. Seria um mistério como outros, provavelmente sem espaço para crescimento de personagens. O romance possibilita isso. Ambos os protagonistas sentem que para merecer o outro tem de ser melhores do que são, têm de ultrapassar problemas para se relacionarem. Acho que qualquer leitor se identifica com isso, mais do que com o viver aventuras.
Janita: Eu acho que o romance é uma parte muito importante em "The Iron Duke", guiando e motivando muitas das acções dos personagens. Incentivando-os a mudar, melhorar e evoluir... por isso na minha opinião o elemento romance sem dúvida melhorou a história (só de imaginar o livro sem essa parte, até me arrepio! ;)) Em livros do género (fantástico, ficção-científica, steampunk, etc), bons personagens complexos e tridimensionais, são essenciais para agarrar o leitor, isto porque no meio de um ambiente diferente do mundo real, eles são um dos poucos pontos de identificação do público.
Apesar de ser um romance "steamypunk", o romance dá espaço ao desenrolar de toda uma história que agrada aos leitores que não apreciam tanto os romances "habituais" (que se desenrolam em torno de um casal e dos seus problemas, e o resto sub-plots e world building ficam para terceiro plano)... acredito que "the Iron Duke" até consiga algumas "conversões"... ;)
Tchetcha: Continuando a falar do romance, mais especificamente dos seus protagonistas: O Rhys Trahaearn, ou seja, o "Iron Duke", é um verdadeiro troglodita durante dois terços do livro. Todas as abordagens que faz à Mina são muito ousadas, directas e até rasam o inapropriado, dizendo constantemente que está habituado a tomar o que quer, o que torna muito difícil de compreender como é que aqueles dois vão acabar juntos. Qual foi a vossa perspectiva em relação ao Rhys e houve alguma cena em particular que vos fez mudar o vosso afecto a ele?
White_Lady: Já estou habituada a heróis românticos como o Rhys, daí que quanto muito a sua interacção com a Mina tenha suscitado, nalguns casos, alguns revirar de olhos. Ele é o típico alpha male, que ao entrar numa sala transpira masculinidade por todos os poros e há duas ou três damas mais sensíveis que desmaiam fulminadas por tanto sex appeal. Para dizer a verdade, costumo ser algo indiferente ao herói no início do livro, mesmo quando suspiram imenso quando ele aparece e descrevam os músculos ao pormenor. Ele tem de me conquistar conforme conquista a heroína e muitas vezes o afecto muda quando a heroína também o faz.
Neste caso em concreto não consigo identificar o momento em que a alteração se dá, em que passei da indiferença ao "OMD ele tem mesmo que ficar com ela!", porque a coisa deu-se de forma tão gradual que parece que sempre lá esteve (não sei se me faço entender :/ ). Talvez se tenha dado depois de um certo acontecimento que o faz perceber que as suas abordagens afinal magoam a Mina, mas confesso que não tenho a certeza. Além disso, a meio do livro distraí-me com outra personagem, mas isso fica para o livro que se segue... :D
Janita: Posso fazer minhas as palavras da White_lady?! :) Realmente o Rhys é o típico alpha, super convencido dos seus atributos e capacidades de sedução. Tal como a Mina, durante um terço do livro andei um tanto ao quanto desorientada quanto às verdadeiras intenções dos avanços dele. O outro, tal como a protagonista, o Rhys mexia com os meus nervos...aparecia sempre nos sítios mais inconvenientes, fazia a Mina perder a compostura nos sítios mais inapropriados e perigosos, e depois de nariz empinado e com o sorriso do gato que acabou de comer o canário ia embora. Juro que durante uns tempos o homem irritou-me a valer, o convencido!
A cena que me fez acreditar nas verdadeiras e "honoráveis" intenções dele, foi quando a Mina e o Rhys se encontravam no dirigível da Yasmeen (desculpem mas neste momento não me recordo do nome). A Mina sobe à proa e o Rhys aconchega-a no casaco dele (desculpem mas aqui tem mesmo que ser um *squeee*). Aí fiquei com a pulga atrás da orelha e comecei a ver que a fachada que ambos exibiam ao mundo e um ao outro, tinha fissuras enormes e que a qualquer momento ia desabar.
White_lady será que a tua distracção é a minha também?! *wink wink*
Tchetcha: Talvez por estar a relê-lo agora estou com a memória mais fresca mas para mim foi aquela cena de ela escrever a nota a dizer que aceitava e ele dizer que nunca a leu porque queria que ela estivesse com ele de livre vontade e não como um pagamento. Aí eu pensei: afinal até não és assim tão pirata! :D
Quanto à Mina ela é uma heroína fantástica, não é? Para mim o livro devia se chamar "The Detective Inspector Wilhelmina Wentworth" porque ela é que enfrenta os maiores desafios e fá-lo de uma forma tão corajosa. Adorei tudo nela, até ao facto de ter de ser tratada por "Sir". Quero mais personagens femininas assim!
White_Lady: Sem dúvida! Se há coisa que me aborrece em romances, e não só, é escreverem protagonistas femininas que desmaiam por um qualquer motivo estúpido, que são constantemente "damsels in distress" à espera que um qualquer herói as venha salvar, e cuja ambição é casar e ter filhos. Como se uma mulher só fosse feliz assim! A Mina é uma personagem forte, que enfrenta o mundo todos os dias (já que é vítima de racismo devido às suas feições), não se deixa esmorecer perante as dificuldades e tem uma carreira, um emprego no qual excede qualquer um e que deve tal às suas verdadeiras capacidades, sem qualquer uso de artifícios. É um verdadeiro exemplo de uma mulher forte e independente.
Janita: Oh essa cena foi tão fófi! O Rhys apesar de se esforçar muito, não consegue manter a fachada de pirata muito tempo, quando enfrenta a Mina (no fundo é um poço de integridade e cavalheirismo), adoro-o por isso e por muito mais, mas agora é tempo de falar da Mina.
Contem comigo também, tenho alguns problemas em "engolir" as típicas protagonistas de romances, sejam eles paranormais ou não! Nos dias de hoje, poucas são as mulheres que são assim. Realmente deveriam haver mais heroínas como a Mina, mulheres tão fortes, tão determinadas, tão independentes, que por vezes estão tão concentradas em salvar o mundo, os amigos, e resolver mistérios que se esquecem delas, da sua felicidade. Adorei a força da Mina, da sensação de fatalismo que a relação entre ela e o Rhys teve durante a viagem de dirigível e depois no Marco's Terror. Amei o sentido de sacrifício dos dois e a forma como os dois aproveitam os poucos momentos que têm de paz...
Tchetcha: E como eles aproveitam... *suspiro*
Amanhã: (Re)ler o The Iron Duke - Parte 2 de 2

25.10.11

Nota: Desde a criação do projecto em vídeo a 31.12.2012 com o mesmo nome que esta sugestão deixou de ficar aberta a quem a quisesse adoptar e todos os direitos pertencem às respectivas autoras.

Quem é que acabou um livro que adorou e não teve alguém para falar sobre ele? Quem é que não teve aquele momento em que estamos no café e falamos com um amigo sobre um livro e podemos esmiuçar detalhes, discutir teorias, perceber melhor aquilo que lemos?
Por isso mesmo é que criamos blogues, aderimos a redes sociais como o Goodreads, conversamos em fóruns, fazemos leituras conjuntas. Bem, agora que enumerei todas estas hipóteses parece-me supérfluo a actividade que vou sugerir. Mesmo assim vou sugerir porque acho que é uma boa actividade para aumentar a colaboração e interacção entre bloguers de livros, sem sobrecarregar apenas um bloguer.

Só ler não basta
Porque por vezes ler o livro e escrever uma opinião não basta, o "Só ler não basta" é uma actividade em que vários bloguers de livros (e não só, leitores não bloguers também podem participar) se reúnem para conversar sobre um tema ou livro que lhes interesse.

Como funciona?
O bloguer convida os participantes e prepara os tópicos a falar. Depois de confirmados, o bloguer vai decidir qual a ordem de resposta dos participantes:

Exemplo:
Bloguer -» Participante A -» Participante B -» Bloguer

O Bloguer envia por email ao Participante A a primeira pergunta, este responde e envia para o Participante B que responde e devolve ao bloguer. Conforme as respostas que recebe o bloguer decide se muda o tópico seguinte, se acrescenta mais alguma coisa, etc...

A grande diferença desta actividade para uma entrevista é que numa entrevista a pessoa recebe todas as perguntas de uma só vez, responde e pronto. Com dois ou três participantes, um bloguer ainda teria a difícil tarefa de juntar todas as respostas e fazer um texto. Nesta actividade todos os participantes ficam na expectativa da próxima pergunta, de lerem quais foram as outras respostas e sentem que estão a participar numa conversa, como conversariam se estivessem fisicamente juntos. Na última resposta o texto fica pronto a publicar.

Quem, quando e como?
Não há periodicidade ou rotatividade obrigatória. Basta alguém querer ser o anfitrião da actividade, convidar com quer conversar e preparar a conversa. Pode acontecer em qualquer blogue ou sobre qualquer tema ou livro.

Antes de ter decidido avançar com esta minha sugestão, decidi colocar a actividade em prática e posso dizer que, mesmo que não fosse publicado aqui no blogue, foi das actividades mais divertidas em que participei. Nada bate a curiosidade de esperar que as respostas cheguem, lê-las e partilhar a minha opinião.

Amanhã poderão ler aqui no blogue a primeira metade do que resultou desse primeiro "Ler não basta".

A sugestão fica para todos os que a queiram adoptar.

18.10.11

O meu teaser de 18 de Outubro de 2011: 
"The expression that flickered over Scarsdale's face erased the frivolity, left an emotion cold and predatory. It was gone again as he looked up to Lady Corsair."
Pág. 156, "The Iron Duke" de Meljean Brooks

Regras:
  • Pega no livro que estás agora a ler (escolhe um se estiveres a ler vários ao mesmo tempo);
  • Abre na página onde paraste a leitura;
  • Escolhe e partilha duas frases dessa página.
Nota: 
  • Nada de frases muito reveladoras do enredo! A ideia é espicaçar o interesse pelo livro, não é destruir a leitura futura de outros leitores. 
  • Além da página, coloca também o título e o autor do livro. Assim outros poderão adicionar o livro à sua lista de leituras futuras, caso gostem do vosso teaser.
  • Quem quiser participar pode deixar aqui no blog um comentário com o vosso teaser ou o link para o teaser no vosso blog.
O Teaser Tuesdays é um meme de livros promovido pelo blog Should Be Reading. O meme aqui apresentado é uma modificação mas fiel ao espírito do meme original.

13.10.11


Há muito tempo que queria escrever sobre este assunto e fiquei inspirada a fazê-lo quando li este texto publicado no blogue Dear Author.
Eu considero-me muito afortunada por poder trabalhar naquilo que gosto. Estudei para ser Assistente de Administração (nome politicamente correcto para o mais conhecido “secretária”) e gosto de o ser. Tenho, ao fim de 10 anos de experiência, uma noção bem clara do que é fazer este trabalho, o bom e o mau, o deve e não deve fazer, o glamoroso e o humilhante, etc. E talvez por ter essa noção tão clara acabo por nunca usufruir de um livro, série ou filme que envolva secretárias.
Toda a gente parte do princípio que sabe o que é ser secretária e não é surpreendente que o mesmo aconteça com os escritores que nunca o foram. Aqui ficam alguns estereótipos ligados à profissão:

Sempre uma mulher
Começo pelo mais óbvio e pelo mais verdadeiro mas também o mais politicamente incorrecto. Sendo de facto uma profissão com mais mulheres que homens a exercê-la é errado pensar-se que SÓ uma mulher é que faz bem este trabalho. Não! Então porque é que nunca li um secretário num livro? Porque é que o ÚNICO assistente homem da “Betty Feia” era gay?

Sou secretária só de passagem
Por vezes nos livros ou filmes a personagem só é secretária ou assistente porque não arranja o emprego que realmente quer e sonha e por isso, vai ser secretária. Porque toda a gente consegue ser secretária. E é fácil, e pronto. Acrescento que na vida real as pessoas também pensam assim. 
Depois é retratado como sendo um Inferno na Terra: o chefe é o Diabo, o telefone é o instrumento do mal, etc... Coitadinha da personagem que queria ser jornalista, designer, pintora, escritora e acabou naquele lugar maldito! Exemplo: O Diabo veste Prada. Só que no fim ela até admite que gostou do trabalho (vá lá...) mas mesmo assim ser jornalista é melhor. Eu detesto isto porque é visto como um trabalho menor, uma segunda ou última opção. Compreendo que é complicado perceber que alguém sonhe em ser cangalheiro ou secretária mas há quem goste de o ser. E quem gosta não o vê como profissão de segunda categoria.

A Secretária Sexy
Experimentem correr o dia todo em chão flutuante com saltos altos e saia travada, ter que tirar dossiês de prateleiras baixas com grandes decotes e vão perceber porque é que este é um esterotipo tão idiota. Ok, compreendo “a fantasia”, mas para mim é um grande “turn off” ter de ler coisas do género porque é bastante deslocado da realidade. Pior, vestuário sexy pode dar um ar vulgar à pessoa, pouco profissional, logo é errado de todas as maneiras possíveis e inimagináveis. Ora eu tenho uma amiga minha enfermeira que se recusa a vestir-se de enfermeira sexy no Carnaval exactamente pela mesma razão: é engraçado mas não é real. O mesmo acontece-me quando surge um personagem secretária com vestuário sexy num livro: já sei que não vou gostar do que vou ler a seguir.

O chefe é o herói romântico
Isto é muito frequente nos romances de cordel da Harlequin e outros do género: ela é uma donzela secretária que se apaixona pelo chefe delicioso, que é rico e poderoso e ela passa de miserável trabalhadora por conta de outrem para esposa. MAIS!! Para se adequar à realidade do Séc. XXI ela acrescenta: “Ah mas eu quero continuar a trabalhar e a ser independente!” *mega revirar de olhos*. Basicamente esta é apenas outra versão de “sou secretária só de passagem” com a mega agravante que dorme com o chefe, que é um grande erro. Não existem chefes sexy, apenas chefes! Não, não, não e não!

A mãe-melhor-amiga-capacho secretária

Nesta última categoria de estereótipos entra aquela pessoa que até é uma secretária competente, até se veste de uma forma recatada e cujo chefe não é o seu objecto de desejo. Ela é sempre retratada como feia, velha ou gorda, ou os três, que é adorável como uma mãezinha, que conhece o chefe como uma boa amiga e se ele assobiar ela rebola e dá à cauda. Lindo, não é? Ah, ela nunca é a protagonista, nunca. Se for é a Betty Feia e mesmo assim não tem piada nenhuma (Deus sabe como aquela série se enrolou em mais estereótipos).

O que é uma secretária afinal?
Com tantos estereótipos é difícil perceber no que é que sobra. Acho que poucos sabem e a maioria dos escritores ainda menos. Por vezes as profissões dos personagens são apenas adereços, como a roupa e não parte do que é aquela personagem. E é essa desconexão da personagem e sua função, adicionando os estereótipos mencionados que me fazem odiar livros, séries e filmes que retratam mal as secretárias. 
Com a exepção de uma: Mad Men.
Apesar de algumas das secretárias de Mad Men caírem nalguns dos estereótipos que mencionei e a série de TV retratar uma época de há 50 anos atrás, muito do que ali acontece, acontece ainda hoje: As hierarquias, as conversas de escritório, o saber estar no seu lugar, saber quando e como intervir. Mais do que isso, mostram a perspectiva da mulher, além do fato, das mamas ou da relação com o chefe e porque é que ela age assim. Mostra o stress das tarefas e a importância de saber gerir egos e pessoas enquanto a preciosa Xerox precisa que lhe mudem o toner.

Tudo o resto, lido ou visto, é mau aos meus olhos e é por isso que eu não gosto de ler livros com personagens com a minha profissão.

11.10.11

O meu teaser de 11 de Outubro de 2011: 
"Jacky waved the letter in the air until the ink was dry, then folded it up, addressed it, and dripped candle wax on it for a seal. She locked the door, got out of her baggy clothes and, just before swinging the hinged bed down out of the wall, peeled the moustache off, scratched her upper lip vigorously, and then stuck the strip of gummed, canvas-backed hair onto the wall."
Pág. 126, "The Anubis Gates" de Tim Powers

Regras:
  • Pega no livro que estás agora a ler (escolhe um se estiveres a ler vários ao mesmo tempo);
  • Abre na página onde paraste a leitura;
  • Escolhe e partilha duas frases dessa página.
Nota: 
  • Nada de frases muito reveladoras do enredo! A ideia é espicaçar o interesse pelo livro, não é destruir a leitura futura de outros leitores. 
  • Além da página, coloca também o título e o autor do livro. Assim outros poderão adicionar o livro à sua lista de leituras futuras, caso gostem do vosso teaser.
  • Quem quiser participar pode deixar aqui no blog um comentário com o vosso teaser ou o link para o teaser no vosso blog.
O Teaser Tuesdays é um meme de livros promovido pelo blog Should Be Reading. O meme aqui apresentado é uma modificação mas fiel ao espírito do meme original.

04.10.11

Apesar de andar por aí há muito tempo, só tropecei neste género com o primeiro livro da trilogia Mundos Paralelos de Phillip Pullman. Com “tropecei” quero dizer que fiquei a conhecer o termo, porque já antes de ler o livro tinha visto filmes como Liga de Cavalheiros Extraordinários e Wild Wild West mas não fazia ideia de que se inseriam em tal género, nem sabia o que estava por trás de tudo aquilo. Como disse, só com o livro de Pullman me apercebi que havia toda uma subcultura, que foi mesmo ilustrada num episódio de Castle. Há quem ande por aí vestido com fatos vitorianos e elementos, por vezes assemelhando-se a próteses, que lembram os mecanismos de relógios ou que parecem mover-se a vapor. Há também quem transforme computadores e leitores de mp3 em objectos que poderiam ter sido usados no séc. XIX, tivessem tais coisas existido na época, e quem faça jóias e sei lá que mais. Confesso que o que mais me atraiu foi mesmo a estética da coisa (séc. XIX com tecnologia do séc. XX e XXI mas movido a vapor? YAY!) e acho que é por aí que anda a ganhar agora adeptos.
 

Para escrever este texto pus-me a pesquisar o tema por essa internet fora e pelas minhas deambulações percebi então que nada sabia sobre steampunk. Comecei por pensar que era um subgénero da ficção científica, mas tendo lugar num passado não tão distante como isso, numa espécie de história alternativa. No entanto, não há elementos recorrentes nas várias obras que têm vindo a ser publicadas, existem livros onde a fantasia está bastante presente (A Corte do Ar de Stephen Hunt é um exemplo) e maior parte dos livros steampunk que tenho cá em casa são romances, ou steamypunk como gosto de lhes chamar (casos como The Iron Duke de Meljean Brook e Steamed de Katie MacAlister). Dei então de caras com esta citação e penso que não poderia estar mais de acordo:
Steampunk is an aesthetic that mixes elements of technofantasy, and neo-Victorian retrofuturism. [fonte]
E como disse parece ser pela estética que está a ganhar adeptos. Depois do livro do Pullman foi a série Parasol Protectorate de Gail Carriger que me chamou a atenção, com as suas capas todas bonitas e com o facto de a autora se vestir à época e ter uma pancada por chá, e só agora me apercebo de que há muito mais que se lhe diga, nomeadamente no que ao “punk” da palavra diz respeito.
Apesar de só nos últimos anos ter travado conhecimento com o steampunk, há muito que anda por aí. Há quem considere Júlio Verne e H.G. Wells como percursores, por exemplo, ainda que me pareça (e tendo em conta que sou leiga neste tipo de coisas e ainda não tive oportunidade de ler os autores mencionados, shame on me eu sei) que eles escreveram ficção científica, imaginando um futuro onde submarinos e máquinas do tempo eram coisas reais, sendo que o steampunk se reporta a um passado, ainda que fortemente industrializado. Aqueles autores presenciavam a Revolução Industrial e tentavam perceber e ilustrar, com as suas histórias, o perigo e os efeitos que tal coisa teria na sociedade. Dickens é por vezes também mencionado, já que faz um retrato social das camadas mais pobres, expulsas dos campos pela mecanização da agricultura e explorados nas fábricas que se expandiam pela Inglaterra. Sendo que o termo apareceu, nos anos 80, como uma espécie de piada tendo em conta o cyberpunk, que se difundia na época, esperava-se que este tipo de literatura focasse não só as inovações tecnológicas retro-futuristas, mas também as questões que a própria época vitoriana levanta, como os problemas sociais e políticos (como o imperialismo e colonialismo).
The one thing that held most if not all of the early Scientific-Romance novels together was a heavy amount of not-so-thinly veiled social and political commentary. Both Verne and Wells constantly called out the corrupt nature of imperialism, and the negative effects of colonial expansion in their works. Not to mention being some of the first authors to address environmentalism, and the dangers of science run amuck. These were prophetic men with something to say and causes to fight for. Even the early works of authors like Jeter, Sterling/Gibson, Blaylock, etc. in the 70s, 80s, and 90s kept true to these ideals. Steampunk was after all, an offshoot of the sociopolitically motivated “Cyberpunk” genre. [fonte]
Não conhecia este lado do género no qual pretendo agora mergulhar, fazendo companhia à Tchetcha e à Janita, apesar de, pensando agora na leitura do livro de Meljean Brook e do Pullman, já ter enveredado um pouco por esses lados. Sendo entusiasta quanto à História, sobretudo no que ao séc. XIX e inícios do séc. XX diz respeito, é com redobrado interesse que me atiro a este outono que se quer steampunk, atenta não só à estética mas às questões que se levantam num mundo movido a vapor.
To conclude, steampunk provides the ultimate freedom of imagination and historical exploration, and in this spirit it allows for the darker side of the 19th century to be examined, interacted with and potentially countered and improved. The progress made during the 19th century made the social advances of the 20th century possible, and the steampunk genre allows for fans and authors alike to either wrestle with this history and ultimately accept it, or to rewrite it as it could have (and probably should have) been. [fonte]
Para mais informação:
  1. http://www.steampunk.com/what-is-steampunk/ 
  2. http://steampunkscholar.blogspot.com/2010/08/history-of-steampunk-by-cory-gross.html 
  3. http://steampunkscholar.blogspot.com/2010/05/defining-steampunk-as-aesthetic.html 
  4. http://steampunkscholar.blogspot.com/2009/02/towards-definition-of-steampunk.html 
  5. http://www.tor.com/blogs/2011/10/steampunk-will-never-be-afraid-of-politics 
  6. http://www.tor.com/blogs/2011/10/steampunk-week-2011-on-tordotcom 
  7. http://www.tor.com/features/series/steampunk-month 
  8. http://www.tor.com/blogs/2009/10/steampunk-101 
  9. http://www.tor.com/blogs/2009/10/the-revolution-will-not-be-telegraphed-the-sociopolitical-side-of-steampunk 
  10. http://www.tor.com/features/series/steampunk-fortnight 
  11. http://www.tor.com/blogs/2010/10/steampunk-and-history 
  12. http://theclockworkcentury.com/?p=302 
  13. http://theclockworkcentury.com/?p=165 
  14. http://en.wikipedia.org/wiki/Steampunk 
  15. Revista “Os Meus Livros”, Setembro 2011, pág. 30 e 31
____________________________________________________________________
Texto da autoria da White Lady que se junta a mim e à Janita Lima na leitura temática "Outono Steampunk".

04.10.11

O meu teaser de 4 de Outubro de 2011: 
"I could give Faraday and Lister and Pasteur and the gang a few smug "suggestions". Ho ho."
Pág. 84, "The Anubis Gates" de Tim Powers

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03.10.11

Estive a ver o "Querido, Mudei a Casa" este fim de semana. Dos dois episódios que vi, o da designer Isabel Pires de Lima foi o que me chamou mais a atenção por esta razão: na sala que foi remodelada, optou-se por manter o chão em parquet, como é o meu, e trocar apenas os rodapés, por uns brancos, que à partida não pareciam ter nada a ver com o chão existente. E ficou muito giro!

Considerando que colocar um chão flutuante agora na minha casa vai encarecer bastante a obra e que o chão existente está bastante bom, trocar apenas os rodapés não é nada mal pensado.

Ou seja, vou considerar novamente a hipótese afegar o chão da minha casa.

Pág. 1/2

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