06.08.07
Comecei a ler este livro com uma curiosidade louca: o autor tinha vencido o Pulitzer deste ano, a Oprah andava a lê-lo e a história, um pai e um filho a percorrerem uma estrada, num mundo destruído.
A curiosidade em saber como é que o mundo tinha sido destruído foi o que me fez comprá-lo, e também o que me fez continuar a lê-lo. Mas no fim, era o que menos interessava...
É uma leitura pesada, chorei muito e tive que parar a leitura durante uma semana. Retrata um futuro negro, talvez muito próximo e aniquila qualquer sentimento de esperança. Não tem uma filosofia escondida, na minha opinião. É uma história que nos faz sentir em privação, como as personagens do livro. O que faz, afinal, de nós humanos e não animais? O que fazer quando já não resta esperança?
Adorei lê-lo, apesar de não parecer. Adorei, porque senti-me ali: com fome, frio, dores, naquela estrada. Adorei porque não é um livro bonito, para entreter, mas é um bom livro, bem escrito.
Parabéns ao autor, por imaginar o ser humano no limite da sua sobrevivência, aquele momento que não queremos conhecer.
Parabéns ao tradutor por ter capturado bem a linguagem do autor.
Pai e filho numa estrada. O amor emana no meio da destruição, no meio de uma humanidade sem esperança.